Laurentino Gomes
As pessoas participam pouco da atividade política, não vão a reuniões de condomínio ou de pais e mestres, desprezam os partidos políticos, não ligam a mínima para os sindicatos e associações de bairro, ou seja, são totalmente ausentes das decisões que afetam a sua vida. Mas cobram muito do Estado.
Eu diria que hoje estudar história é talvez a coisa mais importante que a gente possa fazer, para entender quem somos.
O Brasil acostumou-se a ser um país de salvadores da pátria, de soluções milagrosas, isso é típico de uma monarquia. Mas numa democracia republicana quem resolve nossos problemas somos nós.
Acho que as manifestações são um sinal de vitalidade da nossa democracia, mas levantam algumas questões complicadas: democracia não se faz no grito, e sim nas práticas diárias nas escolas, nas empresas, nas ONGs, nos partidos políticos, nos sindicatos, nas urnas... Esse aspecto ainda não foi percebido pelo brasileiro, que vai bonitão pra rua como cara-pintada.