Laura Pedrosa
Outra vez, as coisas ficam fora do lugar e por mais que eu persista em tentar coloca-las em seus devidos lugares não tenho sucesso. É frustrante; porém depois de um certo tempo eu acabo me sentindo em casa com essa desordem aterradora que consome meu espaço, prefiro criar um torpor e ali me manter até que naturalmente tudo se encaixe perfeitamente como era antes, e talvez depois disso eu pudesse voltar a meu estado de espírito ideal...seria ótimo não ter que sentir o estupor mais uma vez em minha volta, apesar de considerar ele um escudo para que nada mais afetasse meus problemas neuropsicológicos. Consegue ter a sensação de sentir seus sentimentos se esvaindo diante de seus olhos? Consegue imaginar como é olhar seu reflexo no espelho e não se encontrar lá? Consegue pensar no fato de ser totalmente estranha num mundo de pessoas ‘normais’? As respostas podem fugir como pássaros rumo a o ‘além do horizonte’ e não voltam jamais.
Provavelmente depois desses pensamentos sufocantes, irei me encolher e me calar mais uma vez, porém meus olhos ainda pareceriam gritantes...
JÁ PENSOU EM NÃO MAIS PENSAR?
Imaginei que naquele momento a coisa certa a se fazer não fosse sorrir, e sim sair dali o mais rápido possível. Correr para algum lugar - onde não houvesse vestígios seus, para onde não existisse nem o 'eu' nem o 'você'.
Naquele momento, você não parecia me fazer bem; eu estava sozinha, eu estava cansada... e minha cabeça iria explodir daqui a alguns minutos.
Eu me cansei; cansei de ouvir, de falar, de ver..
Cansada de sons, letras... - eu já as tinha ouvido e lido antes, e seria ridículo acreditar nelas novamente.
EU CANSEI DE TER SONHOS...
Se lembra daqueles dias em que você me pegava no colo e dizia as mais belas palavras que alguém poderia me dizer? Se lembra de quando brincávamos de redescobrir o amor? Dos dias frios em que você me dava teus abraços protetores que pareciam me inibir de tudo e todos?
Eu tinha aquela ânsia de te encontrar em qualquer lugar, de te ver sorrir a torto e a direita das minhas trapalhadas.
Se lembra de quando você se animava quando eu te chamava de 'amor'? Há, você parecia uma criança se divertindo em um parque de diversão.
Eu ficava querendo te perguntar algumas coisas, mas você sempre me enchia de perguntas sobre minha vida e de como eu andava.. e as minhas perguntas ficavam esquecidas e se esvaindo...esvaindo, até que eu as esquecesse.
Eu tenho saudade desse tempo, do tempo em que você me acolhia todos os dias em sua vida, dos dias em que você me dava o teu abraço protetor.
SE LEMBRA DO TEU REFLEXO EM MIM?
E de repente quando meus olhos se cruzaram com os teus, eu pude ver, não nos seus olhos, mas nos meus; que ali já não era apenas eu e você, e sim: NÓS. Unidos e interligados por uma relação diferente, tão diferente que no momento exato eu pude perceber que era você realmente a essencia que me faltava e assim fazia abandonar toda aquela sensação de espaço vago que pairava em mim.
Agora seria apenas nós; sozinhos, juntos; você e eu num só...sempre e sempre, caminhando um ao lado do outro na imensidão da eternidade.
[EX] - SEGREDOS SOBRE O AMOR. (PARTE I)
Provavelmente eu te olharia mais uma vez e veria que você não se importaria se eu de repente sumisse e te desse o sossego que eu nunca quis dar; e te desse toda aquela paz e felicidade que talvez você sentisse quando eu não estava por perto para apreciar seus movimentos, suas reações. Isso era tudo que eu nao queria ver nos seus olhos, e era tudo que eu simplesmente via.
Eu não fazia, enfim, o bem que você me fazia. E isso parecia desagradavel a meus olhos...como poderia ser assim, tão bom e ruim ao mesmo tempo? tão confortavel e desconfortável? Aceitável e rejeitável? Eu parecia egoísta demais á ponto de não ver como você se sentia nessa situação...
Enfim, eu decido partir. Esquecer e não lembrar, nunca. Supondo que tudo para você fique melhor do que comigo vá ficar; é o minímo que eu posso fazer vendo você sofrer e me fazendo sofrer. E por mais que isso doa, talvez seja melhor, talvez me faça bem...talvez você não demore a esquecer...e talvez no próximo minuto você ache outro alguém que pareça menos complicado, menos difícil, menos ignorado, menos carente; mais tolerável e mais romantico. E esse alguém é o inverso de mim.
Fugo então da tua visão, abandono todo o espaço que eu desejei por todos os dias preencher em tua vida...Espaços que agora eu prefiro deixar em branco...é o máximo que eu consigo fazer...deixar que você não me machuque, e não se machuque. É o fim.
EU NUNCA VI COM OS SEUS OLHOS.
O nó na garganta apertava, a medida que ela se contorcia tentando evitar as lágrimas que se preparavam para jorrar na sua face sua única saída foi juntar-se a um lápis e um papel para despejar tudo aquilo que ela queria gritar, tudo o que implodia naquele vulcão interno de emoções retrogradas.
Seus olhos tinham um brilho intenso, tinham água que transbordavam de raiva – era ridículo chorar daquela forma-, seus punhos se fechavam de maneira precipitada e ela tentava esmurrar com toda sua força a parede, que por sinal não tinha um pingo de culpa por ninguém se dispor a escuta-la naquele momento. A melancolia doentia que invadia todo o seu corpo parecia absurda, nenhuma palavra sairia de sua boca sem que fosse aos berros, de fato ela agora parecia uma louca. Toda aquela raiva à transformava em uma pessoa extremamente masoquista; á aquela altura do campeonato ela não hesitaria em cortar os pulsos como o fez na última semana. Seu corpo enrijecido pela dor excessiva, parecia se romper a cada impulso agressivo e rejeitava toda a agressão; seus punhos apertados em um fio de náilon agora escreviam com tanta força, que chegavam a rasgar as folhas...ela não podia ver o quanto estava desesperada.
Era mais um estado depressivo, e contraditório aos dias de felicidade que ela vivera até ontem.
Era como se seus sonhos fossem apagados e seus amores queimados...
ERA UM CÉU NUBLADO SEM ESTRELAS
Eu meu sorriso doce, agora, era mais falso do que nota de 3 reais. Eu sempre baixava a cabeça toda hora que escutava seu nome em minha mente; chegava a ser perturbador a freqüência com que você surgia na minha cabeça. Tua voz, cantando calada sussurrava suave baboseiras, e eu me perdia tentando entender o quanto você me deixava fora de sintonia com o universo; seria facil me prender numa bolha particular, sem misturar meu universo com o dos outros.
Tua inexpressão me assusta; hoje eu não queria ser mais uma vitima dos teus encantos e desencantos que me fascinavam a todo custo, eu queria ter você, aqui do meu lado, me dando teu abraço protetor...sem que fosse necessário eu te pedir.
SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL ASSIM?
E me ocorreu naquele exato momento, que eu poderia enfim estar sentindo algo novo...algo que eu jamais sentira antes por qualquer outro alguém.
[EX] – SEGREDOS SOBRE O AMOR – (PARTE III)
E, quanto mais ela se contorcia tentando evitar as lágrimas que insistiam em brotar em sua face, mais ela parecia morrer internamente - evitar tudo aquilo era um erro - e externamente, tudo parecia tão lindo e segundos depois uma tragédia se forma; não fazia sentido algum tentar levantar a cabeça e ver o novo horizonte que a aguardava, ver o que havia a seguir...afinal sua visão estava embaçada, as lágrimas finalmente surgiram e pareciam não cessar, era apenas o início de um pesadelo real...
NINGUÉM PERCEBEU, MAS ELA ACABOU DORMINDO EM COMPANHIA DE SUA MAGOA.
Era mais do que uma simples sensação de raiva, era mais do que jogar objetos no chão; ela estava com seu sangue fervendo em ponto de ebulição, ela gritava e esperniava como uma criança mal-criada. Seus punhos fechados, revelavam que apesar de tudo ela tentava se conter de algo pior, algo que já a corroia por um longo tempo.
Deveria ser, então, uma explosão de empecilhos acumulados em sua mente; toda aquela perturbação teria um motivo do que se pode esperar.
E por um minuto ela baixa a cabeça sobre os joelhos, se encolhe num canto perdido de seu quarto, e chora...chora perdidamente como um anjo doente...
E MAIS UMA VEZ, AO AMANHECER , ELA FICA DE PÉ E SEGUE EM FRENTE.
O sol já não queimava tanto a minha pele, quanto as tuas palavras queimavam meus sentimentos; eu não sentia tanta angústia como nos primeiros dias em que descobri você; o teu olhar não me intimidava muito menos me encantava agora. E os teus sorrisos já não me faziam sorrir...Você era apenas uma lembrança guardada em um canto especial dentro de mim – e era isso, por mais que eu negasse...era isso.
Eu não conseguia entender todos os ‘porques’ que afloravam em minha mente, e isso não era uma terrível novidade. Eu queria sentir alguma coisa, algo mais...mas, dentro de mim, ecoava apenas um sentimento de raiva, que hesitava em me largar... e eu também não desejava que ele se fosse...afinal, antes com raiva do que com sentimento algum.
O TEU CALOR, O MEU AMOR.
...e desde quando você chegou, nada é igual. Tudo parece mais real, as cores estão mais fortes e presentes, as formas mudaram. É como se antes não houvesse vida e apenas um nada existisse; é como se você fosse a peça chave do quebra-cabeça.
Agora tudo parece ter mais movimento, meu riso parece mais sincero e os meus olhos piscam a cada segundo evitando sonho. Eu sinto aquela sensação de completo, como se você estivesse sempre aqui,
ME FAZENDO SORRIR. (parte I)
...e se toda essa sensação de completo que eu sinto agora, não existisse. e se todas as decepções não acontecesse. E se os passaros não cantassem mais lato quando você está comigo. E se o meu coração não parecesse quicar dentro de mim quando eu te vejo. Não seria amor, não haveria paixão, nem nada parecido. Não seria felicidade, nem emoção alguma. Seria um nada, um vacuo.
TENTANDO FALAR DE AMOR - (parte I)
..eu queria chorar; queria chorar e deixar de sentir por alguns minutos - pelo menos - essa perturbação que permanece em mim agora. Eu queria chorar e esquecer o peso do mundo; e esquecer de todos os problemas, de todos os esquecimentos ridiculos, de todos os indigentes que batem nas milhares de portas - inclusive na minha - todos os dias. Eu queria chorar e destruir o castelo dos contos de fadas que tem nos livros infantis. Chorar e por pra fora os sentimentos repugnantes que corroem a minha garganta nesse momento. Eu queria chorar e quando sufocar nos soluços irregulares não lembrar de absolutamente nada. Não lembrar que todos os dias eu espero tua visita em minha vida, não lembrar dos choros intensos no chão do quarto escuro e despedaçado, não lembrar que um dia eu cheguei a escrever tudo isso, que...
...UM DIA EU QUIS CHORAR. (parte I)
...aquela música conseguia me acalmar como uma terapia ou uma sessão no psicologo. Era facil demais relaxar e dormir, era facil não pensar nos problemas, não pensar nas depressões de ontem, era facil viver - e não apenas viver, mas também sorrir.
CRONICAS DE UMA ADOLESCENTE EM CRISE PERMANTENTE (parte VI)
...e ontem eu me lembrei daquelas nossas conversas jogadas fora na varanda do meu quarto, me lembrei de como as palavras pareciam fluir mais rápido; de como nossos laços eram fortes e intocáveis.
Ontem eu me lembrei que você me acordava com um telefonema todos os dias – e do meu sorriso ao te ouvir falar. Ontem eu me lembrei que aos fins de semana você costumava me levar a lugares lindos – lugares que só você me levava.
Ontem eu me lembrei que um sorriso teu, irradiava todo o meu dia, que um beijo teu me trazia toda a felicidade que o mundo abrigava.
...ontem eu me lembrei que a minha vida só tinha sentido quando eu tinha você – apenas você, e nada mais.
COMO 2+2 SÃO 4 (parte II)
...eu estava pronta, pronta para enfrentar todos os problemas, todas as indecisões e seus afins. Eu estava pronta para encarar o grande público que me aguardava diante daquele palco imenso, estava pronta pirar dentro daquela universidade assustadoramente grande, promta para escutar as músicas que eu tivesse de escutar e deixar de criticar quando isso não fosse algo necessariamente essencial. Eu estava pronta para coisas que dez anos atrás eu já estava pronta, e isso não demonstrava avanço algum; eu estava estacionada, parada, equilibrada na balança da vida ou do meu universo...que seja, tanto faz.
...parece até engraçado o modo como eu te vejo agora, o modo como você se tornou minusculo na minha mente - se é que ainda exista nela -, o modo como tudo se torna um nada quando o teu nome está no meio e como você parece não reagir com nada disso - o que me dá um ar de repugnancia.
Eu poderia cair da escada do prédio - só pra chamar atenção -, e ficar entubada emaparelhos médicos por dias, para ocupar a minha mente, eu poderia te ignorar por tudo isso ou poderia continuar do mesmo modo - o de sempre, sempre. Mas, ao invés disso, eu simplesmente sorriu, e sorriu alto...e não seria você que iria me privar disso. Dentro de mim tudo permanece...
SOB CONTROLE (PARTE II)
Sim! eu choro, e até sorriu as vezes...mas, é muito superficial agora, eu sorriu mesmo para não chorar - vivendo nessa inconstante e irritante rotina entre choros initerruptos e sorrisos falsos, na noite fria e escura que assusta todos os pedestres - que por um ou outro motivo ainda estão lá fora.
Choro por perceber que você ainda habita na minha memória, e exita em largar da mesma. Depois continuo chorando na esperança de que você me diga: volte! E ainda sorriu na esperança de te esquecer definitivamente - como se não houvesse mais nada em mim.
É estranho - mas, o que não é estranho em mim? - mas, eu preciso admitir em algum lugar que você é meu sol, e minha vida gira em torno da sua, num ciclo vicioso de: " reflete em mim e volta pra você"
...enquanto nada surte efeito, eu apenas tento costurar os retalhos de mim que você deixou jogado no porão...
COSTURANDO RETALHOS (PARTE I)
...parece ter sido um sonho, quando eu me recordo dos meus últimos cinco meses felizes. Quando eu me recordo dos beijos e abraços cheios de afeto e emoção...quando eu recordo das noites em claro jogando conversa fora.
Parece ter sido um sonho - sem noção e sem rumo, mas feliz - que acabou rápido...tão rápido que eu prefiro pensar que não existia...eu prefiro pensar que foi um sonho.
oi, me dá um abraço apertado?
...eu havia cansado de lutar contra você, havia cansado de tentar evitar seus olhares e desencantos. Eu queria sorrir te vendo mentir falando da sua adoração a mim e afins. Mas, eu estava cansada...cansada de você e de tudo que estava interligado a ti...inclusive de mim.
...por mais que eu quizesse negar, eu sabia...ontem eu havia passado dos limites, ultrapassado as barreiras que eu jurei jamais ultrapassar, violado as leis que eu havia estipulado. Eu deveria voltar no tempo e escolher não ter dito nada, como nos dias antes de ontem, escolher te deixar sem a ajuda que eu decidi te dar.
Hoje eu permaneço me culpando por ter burlado as regras, por ter falado demais, por querer sua presença aqui, por me iludir tão fácil nas tuas falsidades.
PRINCIPIOS BÁSICOS (PARTE I)
...eu estou pronta, pode falar tudo o que você disse ontem, antes de ontem e em todo o passado prematuro e idiota que você já teve. Você nunca me fez e não me faz suar, querido.
Levante-se, acorde, tenho certeza de que existem muitas paredes pedindo para serem pichadas lá fora; eu não te quero aqui na minha cama apenas ocupando um espaço, sem nada fazer. Vai, pode ir embora, desfilando, andando ou chorando...você não supre minha insanidade, ela vai além da sua imaginação.
Now listen I think you and me have come to the end of our time
...eu estava livre para pensar, e executar os planos infundaveis que se formavam em minha mente. Estava livre para gritar e chorar, da maneira e hora que eu bem entendesse, assim como sorrir a torto e a direita sem necessitar de motivos para um ato como esse. Naquela hora, eu percebi que aquele minuto estava parecendo bom demais - perfeito - e era por isso que eu deveria tentar aproveita-lo o máximo sem esquecer que em segundos ele logo iria se esvair, bem como todos os sentimentos, e desejos daquele perfeito minuto.
...MILÉSIMOS, SEGUNDOS, HORAS, DIAS...ANOS. (PARTE I)
Você não precisa se explicar, talvez eu esteja bem demais sozinha – e, quem sabe o destino quis assim mesmo – as nossas conversas ficaram para trás, e o seu sorriso? Só os restos mortais dele sobraram, quem sabe era de ser dessa forma, quem sabe deveríamos ter esse mesmo final infeliz que tivemos. Estamos muito bem separados, por mais que você ainda seja meu vizinho nos sonhos, por mais que eu ainda grite que te amo sem que nenhuma palavra seja ouvida, por mais que eu ainda deseje você aqui como sempre foi e talvez sempre será. Não existem explicações, nenhuma silaba a mais será pronunciada, você declarou um fim e se é assim que tem de ser, eu aceito. Me recuso a te machucar mais uma vez, ou quebrar a cara na próxima esquina. Me recuso a ser quem você não quer...
Mas, se ainda serve...se você ainda consegue ler todas as minhas palavras e ver qualquer sentimento nelas, ou se ainda tem dúvidas. Quando eu digo que amo você mesmo que seja pouco, na verdade é muito.
- Eu te amo, bem pouco, só para não perder o costume. E, sabe, eu ainda acredito em você – por mais que doa.