Laura Costa
E sei que posso ficar sozinha. E sei que preferia sua compania. E sei que preferia sua exclusividade. Meu ciumes é assim. Sem brigas e lágrimas. Apenas exclusividade. É isso, meu bem, ou eu vou embora. E eu tô abandonando o barco. Você não pode me pedir pra esperar. Não pra sempre. Nem por mais nenhum segundo.
Mas espera e pára tudo. Como se importasse o que ele pensa ou deixa de pensar sobre você...
Porque deixou de importar a muito tempo. Deixou de importar quando deixou de ser. E deixou de ser quando começou a ser. Foi um erro, o tempo todo...
Mágoas vomitadas em palavras digitadas. Pensamentos que vão e vem. Recorrentes. Palavras novas. Recorren-tes. Coisas que tem que deixar passar. Opa, deixar passar. Não rever. E não é dor. O frio. E tudo mais. Não dói. Faz crescer. Faz deixar essa prisão. Essa prisão de amar e não saber o que vai ser ou o que fazer com esse amor. (Às vezes o amor não é suficiente Quando o caminho se torna dificil E eu não sei por quê)
Alguém querendo esse mínimo. Essa coisa vazia. E você querendo tudo. Eu sei bem. Ou os dois querendo tanto e não se encontrando. Porque não se permitem sorrir na presença um do outro. Nem de começar novamente. E nenhum dos dois consegue ser feliz nessa relação. O fim? Eminente. Evidente.
Nós sabemos, moço, sobre isso de se afastar do amor. Pra correr pra longe daquilo que te faz mal. Nós sabemos: é pra evitar lágrimas no travesseiro e pra viver loucamente essa procura pela felicidade. Nós sabemos também que não se deve ser assim como eu, sofrer por antecedência, pular fases, viver em busca da novidade, viver inconformado, viver com música nos lábios e na cabeça. E beijar lábios, e armar brigas, e fazer tudo que der vontade. Mas nós sabemos que pra ser feliz, tem que deixar passar todas as emoções. Deixa ser como é. Aproveita que ainda dá tempo. De ser feliz, de se apegar mais à raiz.
Nos sabemos, moço, que eu desejo excluir constantemente da minha vida aqueles que me fazem sentir algo mais destruidor, nós sabemos que eu sou impulso, mas nós sabemos também que eu sempre volto atrás. E atualmente eu tô sabendo algo sobre mim mesma: Voltar atrás humilha, não adianta de nada, mas faz o orgulho de alguém que eu amo, não é mesmo? E tira um peso da consciência que é uma beleza. Sendo assim, tá ótimo. Já quis muito provar tudo pra todo mundo, mas agora sei, deixa rolar, um dia eles vão perceber quem sou eu. Enquanto isso, eu preciso provar algumas coisas pra mim mesma, como: que é possível deixar minha máscara cair, nem que seja só pra mim mesma. Nós sabemos, moço, deve-se ser feliz.