Larissa Rocha
Eu era a pessoa que quero ser hoje. A garota que não ligava para o que os outros diziam e agia estranha e estupidamente na frente de todos.
Enquanto estava na casa da minha avó, uma senhora me disse: Nunca é errado escolher. Errado é ficar com qualquer um. Nunca escolha um que fume, beba ou que fique em grupinhos. Lembre-se: Nunca é errado escolher. Escolher é certo. Quero o seu bem, por isso estou lhe dizendo isto.
Então fiquei ali, com um sorriso no rosto, a olhar para as estrelas enquanto rodopiava pela rua. E eu senti-me tão viva, como se o amor fosse o remédio milagroso da vida. Mas ao mesmo tempo senti um aperto, como se o amor fosse destruir-me.
Bem, eu...eu... como ei de dizer? Eu não sou muito comum. Não sou o tipo de garota que as pessoas encontram no dia a dia. Gosto de isolação e não encontro prazer nas coisas fúteis da vida.
Amor é o sentimento que consegue destruir-te ou libertar-te de todas as correntes. Tu decides o que acontece a partir daí.
Aliás, quero ser totalmente sincera, mesmo que isso cause problemas. Porque a vida é muito curta e o amor é para ser partilhado, e se amamos alguém, seja de que forma for, nós temos de demonstrá-lo da nossa maneira. Pode ser da forma complicada, criativa ou até com uma pequena atitude. Esta é a minha forma.
Mas eu quero falar das partes boas porque isso é o mais importante. Devemos sempre lembrar das coisas boas que um dia nos fizeram bem.
Eu não percebo nada de amor mas posso descrevê-lo como o sentimento mais lindo e cruel que existe. Ao mesmo tempo que te faz feliz, também te mata lentamente.
É como se fosses a pessoa mais feliz do mundo por seres amado e amares aquela pessoa, mas ao mesmo tempo é uma tempestade por não estarem juntos.
Quando deixei de vê-lo apenas como um amigo, tudo à volta também mudou para mim. A vontade de ser feliz era maior do que a de matar-me. Apreciar a natureza, ouvir uma música e sorrir, olhar para a lua e as estrelas todas as noites virou rotina. Escrever sobre ele neste caderno trazia-me uma felicidade imensa. Ouvir a voz dele era como sentir um abraço apertado pois trazia-me conforto.
Ter de ver aquelas pessoas todos os dias durante algumas horas é como estar presa num pesadelo e só desperto dele na hora que o sino toca. (descrevendo um dia de aula comum durante o ensino médio)
O meu coração foi transferido para a mão, não aguento tanta dor. Ouvir ou ler o teu nome ainda dói. Dói porque foste embora e restou "apenas" todos aqueles sentimentos, um vazio que só será preenchido por ti.
Eu lamento muito estar tão longe de ti, não poder tocar-te, dar-te um abraço bem apertado ou um beijo intenso.
Hoje toda aquela alegria voou para dentro de uma caixa de madeira que as pessoas utilizam para guardar coisas com valores sentimentais.
Incrível como até nestes momentos, em que saio especialmente de casa durante uma ou duas horas para esquecer de tudo por um bocado, tu me vens à mente. Não consigo odiar-te. Eu amo-te e tenho certeza que tu já me esqueceste. Então, mesmo sabendo disso, por que raios não te tiro da cabeça?
Eu gosto de mim, tal como sou. Não quero ser a garota perfeita. Só quero ser feliz e ter menos preocupações. Não espero uma vida tranquila mas sim cheia de emoções. Mesmo que a maioria magoe o meu coração e mente, eu quero vivencia-las pois é através disso que crescemos.
Eu tenho medo do futuro. Finalmente consegui dizê-lo. Penso que o que vai me salvar de toda esta escuridão é exatamente um futuro incerto, cheio de precipícios.
Eu sinto medo por não ter quem eu amo ao meu lado, e quando penso na minha vida sem eles, falta-me o ar.
Eu gostaria de não ter-me tornado tão sensível, pois agora quero alguém ao meu lado para me abraçar e deixar-me chorar como uma criança.