Larissa Barreto

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Dizia eu que mesmo que o fim nos chegasse tardio, toda honra a nós pertenceria;
e a toda derrota, apenas a mim.

Derrotei-me antes mesmo de lutar, como se um atroz pujante, maior do que o previsto, viesse a me apunhalar.
E mesmo que o fim tivesse me vindo antes de o tempo, decepcionei-me em vão.

Fumo leve que corre entre meus dedos, gloriosa e fugaz; cheia de ânimo que me dói, peço-te apenas lembranças gloriosas sobre a lua
E perdão pelo nosso tempo ter se esvairado.

Amo-te como a ninguém jamais fora possível; e por assim ser, já estás marcada em meu corpo, como neblina em noite branda.

Tens sido vida plena longe de meu desejo;
e sobre mim, não sei se me encontrei
Ou se parti.

Ela não demoraria a me fazer sorrir
Não me prometeria fidelidade, se não pudesse
Também não prometeria imbecilidades em vão;
Me faria acordar todos os dias, como se a eternidade fosse certa para nós
E me deitaria com a fúria de que o fim fosse mediato
Me amaria como se nada fosse breve;
Com a delicadeza e brutalidade que só ela possui.
E eu, tola que sou, teimo em falar do futuro
Quando, por mais uma vez, abandonei a eternidade por um presente raso.

Outrora, a pungência do afeto teu, tornava-me estática. Não havia estrela que me desviasse o olhar. Sequer a D'alva. Até que ao dormir do sol, veio ela. Carregava consigo o seu perverso, titânico chacal sorriso. Aproximou-se, e se desfez de todo amor. Amor esse que entreguei a vida. Amor que não se desfaria, nem com o pior dos escárnios alheios. Fadada estou a aceitar, que a sua reluzência jamais me pertenceu ou pertencerá.... É. Até a mais perfeita flor, mente.

A minha tristeza advém da pequenez humana, individual e egoísta
Onde a nossa dor sempre é a maior, mesmo que inexistente e procurada
Onde o irmão que sente o vazio da fome não é notado, mesmo que more ao lado.
Onde o solitário na rua sente frio e escorando-se n'uma parede qualquer, passa suas noites assim. Apático e encolhido.

Minha tristeza advém da fragilidade de uma criança forte, que se educa sozinha nas noites da cidade, sem nunca tem se deliciado com um cheiro de um novo livro;
Minha agonia surge quando me deparo com um velhaco abandonado n'um abrigo qualquer, e que mesmo tendo sido despejado feito merda por seus filhos, ainda fala deles - todos os dias - com amor genuíno e o mesmo brilho nos olhos

Dói ser pequena
Esticar as mãos a alguém e nunca conseguir alcançá-la
Arreganhar os braços ao mundo e não conseguir aquecê-lo.
Arregalar os olhos de um qualquer e mesmo assim não fazê-lo enxergar - seja dor, a felicidade ou sua própria imensidão

Tentar e falhar, por diversas vezes. E quando finalmente acertar, ser apunhalada!
Ver a empatia e o amor não sairem das telas de redes sociais
Nunca conheci alguém onde a empatia de verdade ultrapassasse os limites impostos pela informatização.

Quando encontraremos a real justiça? O verdadeiro amor?
Todos os dias quando vou as ruas me deparo com abismos e soberbas.
Onde foram parar as pessoas de verdade? Será a essência humana, não-humana?

Até quando conseguiremos caminhar sem nos auto-destruimos?