Laís Vilaça
efemeridade da vida
acho incrível como vc pode transitar pelos dois extremos sentimentais que a vida nos proporciona. Um dia vc está enterrado num poço de decepções e muito magoado, no outro dia já não dói tanto mais… Depois de uns meses talvez vc nem se lembre mais do que te causou aquilo.
Bom, estou falando da dor passageira pois foi o que aconteceu comigo. A intensidade dos sentimentos chegou forte e subitamente quando nós nos conhecemos. Foi intenso pra mim desde a primeira conversa, mas não me pergunte o pq, pois não saberei responder. Dessa maneira, da mesma forma instantânea que tudo começou, também terminou. Chorei, não comia e também não dormia, isso tudo conhecendo vc por apenas 2 semanas.
O tempo passou e meu coração curou-se de vc, mas o mundo girou por 365 dias e vc decidiu que era hora de pedir perdão. Aceitei com o coração aberto, mas ainda com medo daquela dor que durou alguns dias.
Aparentemente nosso filme começa de novo, não sei o que esperar, mas também não posso apostar todas as minhas cartas nisso. Admiro-te, e abro as portas pra vc colocar seus móveis na minha vida novamente. Espero que dure mais, pois não sei se estou preparada pra em encaixotar todas as minhas coisas e fugir, ou ter que lidar com vc fazendo isso no meu lugar.
15/08/2021
Estou escrevendo isso exatamente na noite em que você decidiu ir embora.
Não sei, a dor me dá inspiração pra escrever.
No pouco tempo que você ficou aqui já me causou todo esse furacão…
Espero que você possa ficar para mais um café.
06/07/2020
me sinto como uma Terra desconhecida
como uma ilha que ainda não conseguiram encontrar
não escrevo pra tentar ser poeta ou algo do gênero, escrevo porquê dói
escrevo porque a vida me rasga o peito
eu preciso ser decifrada, alguém tem de saber caminhar e conseguir sair do labirinto que existe dentro de mim
não sou um conceito, sou o silêncio encontrado em um enorme grito
Escrever já não é mais suficiente, a vontade toma conta quando os fatos se comprovam.
Vejo imagens na minha cabeça onde rasgo meu pescoço. Eu preciso ser dilacerada como um porco. Rasgada.
Alguém precisa me partir ao meio, pois sou covarde.
16/05/2021
Final de Janeiro
ok, palavras já não me bastam
passou-se um dia e já está sendo sufocante toda essa ideia
não sei o que fazer e nem como transparecer
eu fiquei perdida
toda hora me aparecem textos e mais textos
em minha mente
só pra você
e depois que eu tomo meu remédio
tudo fica tão mais claro de dizer e expressar
eu não quero toque
não quero palavras
o simples ato de admirar-te de longe
já enche meu coração de alegria
mas ao mesmo tempo é muito incômodo ter noção
que não posso estar próxima
e saber até onde você irá.
não busco amor
não busco namoro
nem beijo, nem nada casual
eu só consigo ter a certeza de que quero um futuro tranquilo
pra mim
pra minha alma
não quero me poupar de dizer o que sinto
principalmente para o meu maior admirador
seria pecado continuar escrevendo para você?
acho que ainda tenho uns 80 anos pela frente, como disse Rubel
então há muita coisa para viver e esperar
não seria uma dor manter a esperança
de esbarrar contigo um dia
mostrar pra você as flores
e esperar que nosso dia seja bom.
eu precisei
eu tive que ir embora
precisei te perder para me conhecer
e me amar de verdade
precisei quebrar a cara e tropeçar várias vezes
pra conseguir achar meu lugar no mundo
eu tive, tive que te perder
tive que correr de você
ir embora como se não importasse
como se não fosse nada
mas você era tudo, sempre foi tudo.
eu ainda estou me procurando
em becos e ruas sem saída
bosques e florestas fechadas
mas agora, acho que sei por onde começar
e qual caminho me trará meu próprio rosto
e acho que agora
darei de frente comigo mesma.
um novo retorno
hoje nós conversamos de novo
sem iniciativa minha
sem pressão
tomei um gole do meu remédio
e depois um de você
e foi como se eu tivesse voltado a ter 12 anos de idade
sentido aquela alegria de criança
riso de doer a barriga e sair lágrimas dos olhos
o tempo foi curto
a conversa foi excitante
o ar me dava esperança
mas o fim é o fim
e cá estamos com o adeus, de novo.