L. Becker
Cansei de ser chamada de louca, inconstante, irreverente, diferente...na mente daqueles que usaram essas palavras, estas soam unicamente como ESTRANHA; o desconhecido que se camufla de seus preconceitos.
Se não me conhecem, se não entendem meu jeito pelo menos deixem me em paz, não me torturem com perguntas de sentido vago, já cansei de perguntas sem conhecimento prévio.
Tornei me o que sou sem ajuda de terceiros, continuarei a ser quem sou só!
Talvez esta menina que aqui se encontra, na cama, as 00:09, só queira ser feliz de seu jeito, assim como cada ser em volta desse grande mundo queira o mesmo...porém sem seguir a tradição dos pensamentos.
Tradição essa que julga aqueles que não a seguem...tradição que vomita ao ver dois homens ou duas mulheres se beijando e simplesmente faz cara de dó para a criança que do lado passa fome ; tradição que vê o desenho gravado na pele como coisa de drogado mesmo esta tendo um significado de vida; tradição essa que vê o sem religião como bruxo; tradição essa que tem seu encanto porém não é inteligente pois ainda não descobriu que não é única, nem obrigatória.
Apesar de não segui-la a respeito...mesmo não sendo recíproco.
“Como anda esse coração de pedra?”.
O que é um coração de pedra afinal?
Seria aquele o qual faz maldades? Ou simplesmente aquele que quer ficar sozinho, que não busca um amor eterno?
Essa é a duvida que ficou em minha cabeça quando dirigiram esta pergunta a mim, logo começei a imaginarque espécie de ser humano sou para acharem que tenho um coração de pedra.
Talvez minha sinceridade seja a resposta, a atual humanidade teme esta palavra, não gosta quando alguém é franco.
Sim, digo o que penso, as vezes de uma maneira cruel, mas é que é para fazer do meu show o mais impressionante possivel, o mais patético possível...é engraçado ver o seu réu em choque, surpreso com cada palavra dita.
Ou então a resposta esteja nas minhas mudanças de humor repentinas, sempre fui assim e sempre serei. Esta é uma marca minha que não quero deixar de lado, chama-se personalidade.
Sinto me livre...assim como um pássaro voando pelo céu posso levantar voo quando quero e parar assim que minhas asas pedirem socorro; sentir o vento tentando me barrar e saber que sou mais forte que este e que o deixo pra trás; vejo tudo e todos com clareza como se estivesse voltando a enxergar...sim, eu estou voltando a enxergar, voltei a ver quem realmente sou, vivo intensamente com o simples da vida, é tão subjetivo mas ao mesmo tempo tão perturbador,como o balançar de um navio perturba o estômago,mas isso só quer dizer que estou viva.
Sou eu novamente, mas em forma de pássaro dessa vez.
Pássaro este que quer ser livre para poder continuar sentindo o vento, o doce prazer do medo de altura, a segurança de só depender de minhas asas...sim confio em mim como nunca confiei antes, afinal se eu não confiasse não estaria voando, não teria saido daquela gaiola que me limitava a visão e a vontade, cansei de só comer, beber e cantar para meu dono ficar feliz. Hoje sou minha própria dona, não bebo nem como...apenas voo por ai até um dia parar...onde? Não sei, não quero saber, pra falar a verdade só quero voar mais e mais até o infinito chegar.