Koló Farias Eduão
SE EU QUERO
Uma vez um só querer
outra vez o meu prazer
além dessa liberdade.
Um dia eu fui embora
e um bem que me devora
antes de tudo a verdade.
Nos braços que me abraça
nas marcas da dor que passa
eu só quero um aconchego.
EM SER
Ser!
embora não compensa
vida bela inocença
de uma vida inteira.
Ser!
um barco à deriva
olhos que me cativam
e um olhar na viseira.
Ser!
o vento que se vai
o bem que me atrai
vem pra junto de mim.
Ser!
um elo esquecido
um corpo aquecido
e um pecado por amor.
Ser!
a certeza e a verdade
um prazer e a liberdade
e um sonho de sonhador.
SE EU QUERO
Uma vez um só querer
outra vez o meu prazer
além dessa liberdade.
Um dia eu fui embora
e um bem que me devora
antes de tudo a verdade.
Nos braços que me abraça
nas marcas da dor que passa
eu só quero um aconchego.
No dia que eu partir
não vou mais estar por aquí
quem sabe um dia eu chego.
NA PRIMEIRA HORA
Desperta-me na tua hora
que eu preciso viver.
Acordar para os novos tempos
e me imaginar no prazer.
Me leva para as coisas reais
e não me deixe só.
Meus sentimentos estão vivos
e precisa de uma emoçâo maior.
Qual primavera, a manhã brilhou
e nesse dia a natureza vive.
Sonhar em belas paisagens
e nas imagens que eu tive.
EM EXTASE
De dia eu sou assim
de noite nem tanto
o importante é existir.
Calado quando quero silêncio
se falo é ao som de Beethoven
meus ouvidos são meninos.
De dia eu quero estar
de noite eu já partir
pra depois de onde eu vim.
Meus dias são do destino
meu coração não tem tempo
e a minha alma são borboletas.
AJUSTAR AS COISAS
Vou juntar a minhas coisas
e me jogar sem rumo
na vida, nas ondas
e no mundo.
Essa é a velha história
que eu preciso escrever
para ficar registrada
nos anais da existência.
Quero um pouco mais de mim
do que eu mesmo aqui
não sei se corto os meus cabelos
e o vento batendo no meu rosto.
Saio um pouco para permanecer
acerto de contas são novos caminhos
já até separei as minhas roupas
e o meu corpo querendo liberdade.
IMPATRIOTA
Me pega
e me leva daqui
eu já não aguento mais.
Eu que não acredito
é balela o que é dito
nas manchetes dos jornais.
Deixem de me enganar
eu não perco pra indecência
não duvidem da minha inteligência.
Vão mentir só pra vocês
cada qual na sua vez
seus babacas de plantão.
Não me deixem sem escolha
saco tudo dessa bolha
pátria mãe da aberração.
O CIRCO CHEGOU
O meu coração
virou palhaço
a minha lágrima sorriu
suba no picadeiro
e venha brincar comigo
como se fosse um mágico.
Levem a alegria do circo
sintam o mesmo que sentimos
um circo vai, e outro vem
trazendo alegria, e encantando vidas
guardem pra vocês as nossas fantasias
que ficamos com os sentimentos reais.
ENCHENTE
Sentir na alma
branca e calma
bandeira da paz.
Bela e primeira
mulher rendeira
e a roda que faz.
Varre o sertão
a chuva no chão
e a terra molhar.
Palavras que saem
e o livro te espera
convence a ensinar.
QUALQUER UM DE NÓS
Vinde a mim
eu mesmo;
para nos encontrarmos sozinhos.
Pra quê que veio me ver
se essa hora é só minha?
O meu sonho também é seu
mas siga a mesma estrada
que é de dois, é da vida.
A sua vinda deixa pra depois
se a minha ida já aconteceu.
Dê um bom dia a essa manhã
se já seguiu o seu caminho
mas me leve na sua viagem.
EU EM MIM
Virei a primeira esquina
e chorei a primeira lágrima
enquanto chovia no meu rosto.
São laços dessa união
eu em mim nos conhecemos
ficar presos, sentados no mesmo posto.
Descí a segunda ladeira
qual rua cheia de feições
e me encararam de um jeito.
Certo de que olhei pra você
era outro olhar que me fitou
então; fiz do modo que eu me aceito.
E NO MAIS
Meu coração tá calado
bate forte e silencia.
Minha roupa desbotada
pelo sol do meio dia.
Meu pensamento voou
e foi procurar rancharia.
Foi pensando em outra coisa
na certa tem companhia.
Minha vida, meu destino
a estrada que me levará.
O bem, a paz e essa luz
por certo vai me guiar.
Minha parte por fazer
e outra pra consertar.
Uma vontade de seguir
e a outra que vem de lá.
O MEU PENAR
Estou chegando
estou saindo
estou ficando
estou partindo.
Vida cigana
sou peregrino
festa profana
e fé no divino.
Guardar segredo
e nada escondido
no lucro e no medo
um tempo perdido.
E segue a viagem
e a próxima parada
aí vem a estiagem
e a poeira na estrada.
O QUE JÁ FOI
O que eu já tenho
é o tanto que me restou.
E não vou mais procurar
pois o vento já levou.
Aquela brisa do mar
e o que vai ser do que não fiz?
A presença de um olhar
vai dizer o que eu quis.
Devo querer sem pedir
o céu pra minha liberdade.
E as minhas asas vão abrir
ao vento, ao tempo e à idade.
Ave que fugiu do ninho
sou o mesmo de outro dia.
Quem de mim ficou sozinho
na tristeza ou na alegria?