Kézia Silva
Vejo a luz dos olhos teus,
Sublime luzindo ao escuro;
E no silêncio da noite,
Podendo, me sinto seguro.
Não despreze a sua dor, pois, assim como das trevas, Deus, pela sua palavra, trouxe a luz. Você verá que sua lágrima se tornará um doce perfume.
Etéreo
Pareceu-me etéreo ou sublime,
Sendo elas sinônimos,
Faz-se distante de humano.
Falha e fraqueza, dor e tristeza
Percebo o imperfeito e logo adoeço
Diz-me tu que do imperfeito escolhestes
Etéreo fizestes também,
Mas na aflição é que forjas a alguém.
Olhei para a ponta do meu dedo e refleti...
Como pode algo corriqueiro e trivial
Revelar tamanha complexidade?
Nesta impressão digital, prova da minha identidade.
Ao longo dos anos, ele permaneceu,
Crescendo em harmonia com meu ser.
Um simples dedo, uma verdade profunda,
Que me questiono e busco compreender.
A ironia desse fato me encanta,
Como algo tão singelo, tão pequeno,
Pode confirmar minha existência, meu manto.
Percebo o imperfeito, doce melodia,
Em falhas e fraquezas, minha sinfonia.
Dor e tristeza, notas de profundeza,
Compondo a essência da minha natureza.
Nostalgia é falta de sabedoria, mas minha melancolia traz a nostalgia, em um ingênuo e disfarçado ato de bondade que me destrói e desgasta. Odeio não ter o controle das situações, não suporto minhas lembranças bobas. Se não fizer sentido, lembre-se, estou nostálgica.