Karla Fioravante
transborda, noutros é um vazio… Assim é a inspiração. Ainda há aqueles que tem o dom tanto de nos inspirar (dar vida) quanto nos tirar (por um tempo) tal forma de expressão…
Bem, pois aqui estamos… Iniciando!
O ano;
Os amores;
As amizades;
Os passatempos;
Os Contratempos;
Os compassos….
Seja lá o que for reacendendo as esperanças (a caixa de Pandora, ahh!)
… Estamos de volta a nós mesmos, àquilo que nos é intrínseco…
Bem vindos, bem vindas…
Não se deve subjetivar tanto, isso fica a cargo dos poetas, alguns já morreram e eternizaram seus subjetivos. Eu, fico à merce de interpretações, que por vezes são lastimáveis… outras respiro, vivo!…
A pura arte me faz escrever e o meu maior desejo é chegar às almas que me lêem! Me vejam apenas como um ser humano cheio de sonhos, desejos, medos… Absolutamente capaz de viver e sentir cada um deles em sua mais plena intensidade! Nada mais… Perdoem os meus pecados! A minha arte transpira… Eu me entrego nessas entrelinhas! Mas, sua interpretação pode ser oposta à minha verdade! Corro esse risco….
Ingenuidade querer/almejar a pureza de outrem! Se sou pequena e ingênua, eu vejo/sinto/expresso… entretanto, nem quero inspirar a beleza dos grandes escritores… eles me inspiram… Se eu os fosse interpretar… Cantaria!
Sou e transpareço parte da minha identidade de ser em movimento… Meu espaço, meu direito! Não o julgamento daqueles que não me conhecem, mas me vêem através de si como se eu fosse eles, elas…
Sou um ser simples, que ama os próximos, os distântes e até aqueles que não conheço mas que em algum lugar devem estar, vejo além da máscara… Mas, sou um ser complexo de ser amada! Sê bem vindo (a) se querem me encontrar além das luzes… Eu sou um desafio!
Celebro a vida, sofro em poemas, choro com músicas, alegro-me com as verdadeiras proximidades, me entristeço com os artíficios, mentiras e falsidades, mas quem não passa por eles? Prefiro que vc não os use, isso não me conquista! Afaste-se se você precisa deles para ser alguém pra mim…
Deixo-te livre para me ver como sua imaginação quer, deixo-te livre para me ler nas entrelinhas, mas a interpretação é sua, pode ser apenas sua… Não queira que sua imaginação seja a minha verdade, você pode estar tremendamente equivocado (a)!… Há algo em mim que não pertece à sua interpretação…
Há algo a descobrir de si mesmo (a), posso ser um caminho, mas não ser o mais correto…
Também sei dizer NÃO!Existe o não….
As vezes o que está oculto nem sempre é proibido, às vezes é simplesmente comedido, estável…
Cuide de suas mãos se elas escrevem julgamentos. Cuide de sua boca se ela propaga mentiras! O eterno retorno existe….
Papel aceita tudo! Ouvidos selecionam! Deguste apenas das verdades… Mostre, mas não aponte, principalmente se esse alguém não estiver presente… Não mate…. Viva!…
Agradeço...
À incompreensão daqueles que não compreendo.
Àqueles que apagam as luzes das quais eu ainda não acendi.
Àqueles que sorriem de frente e, ao primeiro passo, apontam-me armas.
Àqueles que nunca conversaram comigo, mas idolatram a minha imagem e tiram suas próprias conclusões.
Aos esperançosos, porque são aqueles que mantêm o caos das esperas.
Aos otimistas, porque são eles que, na primeira frustração, mudam seus pontos de vista.
Aos que olham a alma alheia e baseiam a vida do outro na sua, inclusive, generalizam-na.
Aos que vislumbro no cotidiano e que, com a distância, desconheço.
Aos que se aproximam com interesse e logo desencantam... (...)
Aos que navegam, pois há portos.
Aos felizes, pois há momentos que não cabem em palavras e, muito menos, em denominações... (...)
Àqueles que apontam sem ver, concluem sem pensar, insistem em conceituar.
Aos falsos humildes, pois, em algum momento, vão demonstrar sua pretensão.
Aos ricos, que só ostentam e que se desmoronam em suas fragilidades.
Aos pobres, porque percebem os valores e significados.
Aos ignorantes, porque se acomodam em seus quadrados e preferem a cegueira, a respirar o insuportável saber do outro, ou a sua própria capacidade de ver além dos seus preconceitos.
Aos pseudo-amigos, porque em suas ausências consegui ver os que importam. (...)
Aos do bem, aos do mal, pois só assim saberei a diferença.
Aos que partem, porque me levam onde nossos pés não alcançam.
Aos que ficam, porque me ensinam a continuar. (...)
De tudo algo se tira. Tudo é muito, nada é pouco.
Os extremos me deturpam a visão e continuo agradecendo à vida, porque só assim é possível olhar para as minhas marcas e reconhecer que sou humana.
Fragmentos do livro: Entre Pausas e Reticências, pág 111.
Gosto de gente simples nos gestos, complexa nos pensamentos...
Gosto de gente que erra, que tenta, que tem coragem de dizer a verdade sobre si.
Que não esconde fragilidades, que se mostra capaz de compreender, ouvir, calar, falar...
Gosto de gente incomum nos detalhes, comum no dia-a-dia...
Gente que ri de si e que gosta de se arriscar para colher uma flor de um jardim no meio do caminho.
Gosto de gente que ama devagar, que observa minúcias...
Gente que acorda de madrugada para dizer que tem saudade...
Gosto de gestos imprevisíveis, de abraços desarmados, gosto de olhares tímidos...
Gosto da fresta na janela anunciando um novo dia com uma música aos meus ouvidos...
Gosto de trilhas sonoras...
Gosto do cheiro da noite, das flores regadas, de terra molhada e pés descalços...
Gosto de ouvir gargalhadas... De sorrir junto!
De mau humor pela manhã...
Gosto de mãos que se afagam!...
Gosto de aconchego, do silêncio que acolhe, das palavras compreendidas, dos minutos que sucedem o perdão...
Gosto da humanidade, da compaixão, da empatia...
Gosto do gosto, do sentido, do intuitivo, do instintivo...
Gosto do toque, da sutileza... Gosto da força, da atitude...
Gosto de gente que tem defeitos, virtudes, dons...
Gosto da imperfeição do ser, do tempo que alinha as almas, dos gestos que transcendem as regras...
Gosto de saber que caminhos se cruzam, e que pela arte do encontro nossa vida pode nunca mais ser igual...
Não sei colar em provas;
Não sei andar de patins;
Não sei tocar bossa nova;
Não sei nadar borboleta;
Não sei virar omelete na frigideira;
Não sei falar francês;
Não sei pintar minhas unhas;
Não sei dançar flamenco;
Não sei matemática;
Não sei dizer: adeus.
Aqui jaz um território vago, espaços um pouco mais que nada, ou talvez um tanto que nem saberia descrever. O que há, não é. O que é, não fica. Foi...Fui!
Tenho medo da porta que não mais se abre...
Tenho medo da maldade...
Medo da ignorância;
Medo do nunca mais...
Tenho medo da má fé...
Da injustiça; do olhar entre os dentes...
Temo não ser amada; ser rejeitada; errar mais que acertar...
Tenho medo das expectativas;
Medo daquela primeira impressão que nunca se apaga...
Temo a covardia;
Tenho medo de deixar o tempo passar e não viver o hoje... Perder o tino... O time, a hora...
Temo gritos; grosserias; ausências...
Tenho medo das não voltas!...
Medo do que nunca vai acontecer...
Tenho medo de promessas, medo de me iludir... Medo de não perceber o caos instalado!...
Temo as perdas...
Temo a indiferença...
Temo a discórdia!...
Tenho medo da insensibilidade...
Medo de não dizer o que sinto...
Tenho medo dos dedos que apontam sem conhecer...
Medo de feridas que não cicatrizam...
Medo de não olhar nos olhos...
Tenho tantos medos...
Que saem de mim e que talvez involuntariamente atinja pessoas que amo, que não conheço, que apenas me "conhecem"...
Tenho medo do medo...
E sentir que é maior que eu, num mundo de tanto medos externos a mim!...
O medo só é superado com enfrentamento e fé!...
Na minha zona de conforto mora o medo e todo medo é um risco!...
Pausa...
O meu medo é o meu maior estímulo para superá-lo.
Há cinza dentro de mim...
Um espaço, um vazio não suprido, um tempo ainda não concebido!
Há um encontro não marcado, uma espera latente...
A tarde passou, mais um dia se foi, uma página a mais dos dias...
Renovo a saudade do não vivido...
A melancolia da alma.
O meu olhar lança-se para novos voos, enquanto meus pés permanecem no chão.
(Ou sob os telhados de Paris).
Sei tão pouco sobre a vida que às vezes penso que minha lucidez precisa de recall.
Ou vejo de mais ou de menos. Não sei...
Sei apenas que algumas atitudes diárias que vislumbro, me fazem acreditar (ainda) em um mundo onde a delicadeza possa vencer a agressividade.
Onde o respeito possa vencer a mentira...
Onde o amor exista sem exigir perfeição.
Onde a coragem vença medos internos.
Onde permitamo-nos viver o hoje com intensidade, pois o amanhã pode ser saudade.
Onde olhares se comuniquem sem palavras e onde as palavras descansem quando os gestos falarem.
Onde existam amizades desinteressadas.
Onde o poder não seja usado como arma.
Onde talentos sejam aplaudidos sem inveja.
Onde o reconhecimento seja legítimo...
Onde um abraço possa ser morada da paz...
Seria um mundo alienado?
Será que estamos tão insensíveis e engessados à vida que tudo passa a ser mais importante que viver?
Valorizo pessoas que valorizam valores!
É, valores:
Singularidades!
Sinceridades!
Cumplicidades!
Atitudes nobres!
Gestos!
Gentilezas!
Plurais...
E isso não há dinheiro que pague.
Sou ponte entre pausas e reticências.
Amante da profundidade.
Amiga das almas boas, dos sorrisos sinceros e dos amores eternos!
Bom dia!
Karla Fioravante (foto) é paulista, nasceu no dia 13 julho de 1976 na cidade de Mirandópolis (SP), a 596 quilômetros da capital, São Paulo. Canta há mais de 20 anos. Em 2012, completa 15 anos de caminhada com o grupo Cantores de Deus. Além da música, trabalha como terapeuta, é formada em musicoterapia, psicanálise e especialista em psicopatologia.
Quando não está nos palcos, gosta de ler, ouvir música, malhar e escrever crônicas. Já trabalhou em direções de voz de cantores renomados da música católica e faz produções na área e backings vocal em vários CDs ca-tólicos. Conheceu o padre Zezinho, scj, desde a infância e seu objetivo sempre foi cantar evangelizando.
“Desde muito jovem eu já cantava nas paróquias da cidade onde nasci. Sempre tive o desejo de ir além. Até que um dia fui a um show do padre Zezinho e expus a ele meu desejo de evangelizar por meio da música. Passei a viajar com ele em 1997. Não foi fácil no iní¬cio, e, como todo trabalho, exigiu muita dedicação. É um exercício de fé perserverar naquilo que se almeja. Antes de seguir exclusivamente a trajetória com o gru¬po Cantores de Deus, eu estudava, trabalhava como digitadora e cantava nos fins de semana em barzinhos da região onde eu morava.”
“Vamos viver sem nos acomodar. É preciso ter força para ir além quando o coração pedir e saber conquistar seu espaço com ternura e fé.”
Karla Fioravante
Pelos sonhos que a vida motiva a torná-los reais...
Pelas desilusões que apontam a necessidade de calcar os pés em chão firme...
Pelas expectativas que tantas vezes são egoísmos desmedidos...
Pelas dores que sangram a alma...
Pelos erros que em determinado momento fizeram da verdade uma ferida em outros...
Pelos medos que fazem vislumbrar o desconhecido em dois lados...
[...] Pela falta da esperança...
Pela liberdade que faz escolher entre tantos partos aqueles portos onde ficamos, por tempos indeterminados.
Inteiros e em tantas partes e todas elas falam de nós... Seres complexos querendo desvendar o próprio mistério de sentir... Viver, ser...
Questiono mentiras conceituais e verdades absolutas! A vida merece ser vivida na intensidade dos momentos. Para isso, muitos conceitos precisam cair por terra e muitas verdades absolutas ninguém até hoje conseguiu provar!
Deixar a vida leve é dar sentido aos caminhos. Se tudo for um peso perde sua beleza e essência. O espontâneo e o natural continuam sendo o belo mais notável e possível a cada um de nós...
"Um perto não configura dentro... Um distante não configura ausência. As sensações são mistérios humanos e quando vividas em sua grandeza e nobreza, levam parte de nós ao outro, deixam partes do outro em nós. Admiro a capacidade do amor, principalmente quando vai além do que racionalmente explicamos".
Não lamente por aquelas pessoas que se aproximaram e não permaneceram, pense que deixaram algo de si num tempo aprendiz em sua vida! Cumpriram sua missão de serem "pessoas cometas". E, certamente não passaram despercebidas. Levaram algo, deixaram algo. É seguir, continuar... Outros virão, e se a vida permitir, permanecerão!
Tempo, deixe-me partir, porque levarei parte do que sinto, deixarei parte de mim! Sagrado é o dom de deixar-se em saudades!...
Vestiu-se de encanto e escolheu a noite. Seu altar é o céu. Chama-se estrela e brilha independente dos maus dias...
Saudade de um amigo é dor sem fronteira! Não ouso tentar traduzir uma distância ou, apenas no olhar, o reencontro! Há um diálogo que transcende o nosso eu, um abraço que supera a dor mais doída. Um colo que acolhe quando tudo é escuro...
Colo de amigo é eternidade!
A capacidade de ver o que está além do visível. De ouvir o que está além do audível. De sentir o que está além do palpável...
Admiro quem tem o dom de falar de amor e fé, sem agredir ou punir.... Só o amor nos aproxima de Deus!