Karina Mariana
Eu desejo a todo instante
Aquelas horas
Em que falamos
As claras dos nossos corpos
E a volúpia que sentimos
Me ofegava, aquecia, tremia
A boca pedia, macia e quente a sua
A língua, o gosto
As mãos, o toque, o suor, o cheiro
A voz, o gemido
Os olhos, o encontro
E na dança contorcida pela febre dos sentidos
A busca insana pelo gozo
Eu desejo a todo instante...
No meu devaneio,
Você está
Eu sinto teu cheiro
O gosto, e teu gostar
Me sinto forte, bonita
Em cada sorriso, uma menina
No meu devaneio,
Me encontro no teu falar
Me abraço em teu olhar
Meu devaneio é só.
Karina Mariana
Todo dia eu tomo meu café, pensando em ser outra,
Levanto ainda com o gosto, e ainda a mesma.
Não sinto, só sigo no ritmo das horas, que passam lentas e iguais, assim como eu, ansiando por ser diferente.
A rotina me esmada, mas não parece.
O vazio me sufoca, e estou respirando.
Ainda estou? Estranho…
Quando o dia finda, meu corpo magro e frágil pesa como pedra, meus olhos ardem, mas o pensamento corre, corre. Quero fugir, e tomo os comprimidos que me entorpecem o corpo.
Quando deito, a culpa é um buraco grande e profundo.
Eu ainda quero ser outra. Como pode?
Ela tem tudo, e eu quero outra...
Fumei um cigarro
E vc aqui...
Deito de novo
Você comigo
Tô viajando
E vc lá
Que ironia
A pouca importância
Ali, alimentando a minha intensidade
No silencio da sua presença
Minutos, horas, o dia
E o silêncio
Te materializa
Irônico
Como desistir
Depois de ter vencido