Karina Cardoso Maia Cruz
Garoa no Mar garoa.
Garoa para a chuva molhar.
O vento que sopra a proa em frente ne lança ao mar.
O guia deste barco voa
Pois do mar nada pode levar
Pegou o carro
Ascendeu um cigarro
E uma bebida foi comprar
Mais a vida que se segue escoa pelas mãos que um dia saldaram o mar.
Nada de querer enxergar
Diante do eu
Sou o que me nomeiam
Do alto do meu eu
Não me enxergo
Diante de tudo escolho o preto
Tinta que de tudo arde
Por ser tudo,ser vazia e talvez selvagem.
O Amor e sua sintonia
O Meu amor é impar
Enquanto o de vocês é par
Eu gosto de beijo que me domina
E Voceis de um abraço feito nó.
Cantando eu ando desperto ouvindo essas frágeis palavras
As mãos que concertam as correntes de certo estarão ocupadas
Um dia afagaram um inocente
Hoje só lhe dão mais porrada
Eis que me declaro insurgente
Displicente da vida já não temo nada.
A mortalha nos é imposto desde o primeiro suspiro de vida
O choro que se agita cai sobre a face até então resguardado pelo ventre de sua mãe.
E torna-se único...pronto...
E então a vida o consome através das subjetividades que a compõem e os turbilhões de sentimentos que nos segue.
Ao Passar de um Caminho
Quando o acordar já não tem sentido
Por que o que eu queria achar está perdido
E meu pequeno coração dorme triste
Envolto as lagrimas de solidão e sem precisão de onde te procurar
Deito em minha cama e durmo pra ver se consigo sonhar
Sonhar para ver se pelo menos em meus devaneios é possível te achar
E se for possível rezo todas as noites para poder te encontrar
E nem que seja só um minuto esquecer a dor existente em meu olhar.
Quantas vidas ligadas ao piloto automático destas inclui-se a minha.
Aos sons de passadas não reconheço a morada advindas das minhas.
Pelas ruas á carros distintos e caros mas não seguem as ruas.
Permaneço acordado observando o fardo que aqui continua.
Embriagado adormeço para ver se esqueço desta vida sem lua.
Há centenas de cartas deixadas aqui espalhadas pelo chão
Foi o vento quem as trouxe, outra sem rumo nem direção
As palavras formavam frases
Que não cabiam em nenhum lugar
O que descobri se tornou selvagem
Agora já não havia como recuar
Era o amor,que como encarte de primeira buscou ficar.
Sobre os Nós
Todos nós somos embaraços
Pedaços de alguma coisa que se entrelaçam ao meio
As particularidades de sorrisos se desfazem aos ruídos de empáfia vindos de lugar algum
Os outros nos tomam como o tipo de pessoas que acreditam em algum tipo de sobriedade relacionado a imensidão de existir
Diante outrora se confunde os nós pela lembrança que outros levantam sobre quem existiu
Vós lhe pergunto:Quem eramos nós ?
Eu ouvia os ruídos estapafúrdios, mas renega os sorrisos amarelados
Continuava andando meio as pessoas com a cabeça anestesiada pela ânsia que aquele momento me causava.
A Submissão cega é o que nos mata
A coesão dos sentidos que nos provoca
Arrisco dizer o quanto é efêmero o veneno fulgaz que nos rodeia.
Aguardar em silêncio
Definitivamente não é ter nada a dizer
É saber observar a ouvir e a refletir sobre exatamente tudo que nos rodeia.
Aprendam a coexistir.
Há grandes espaços entre as palavras
Palavras que não ditas se concretizam no vazio da alma lhe tirando a calma e o que mais vier
No vazio constante lhe moldando o semblante sozinha sei que irei crescer.
Nas garras ferozes das circunstâncias não me envolvi
Golpeada pelo acaso minha cabeça sangra mas não se curva.
Prefiro ser uma total desconhecida envaidecida por meus devaneios e tomada de meus anseios do que viver na mentira da estabilidade mental constantemente apontada pelo insípido sistema.
A poesia parece ter morrido sufocada pelas transições nebulosas da fabrica que cria mentiras.
Parece não haver espaço para os apreciadores que saldosos tornam-se poucos
Durante a sua criação ela nasce e cresce consigo leva os turbilhões de idéias e emoções que em chamas arde o peito de quem há de escrevê-las.
É quase como vomitar aquilo que não se consome e pó assim dizer que para o poeta ela morre quando a caneta para em um ultimo nome.
Eu olho mas não vejo
Eu sinto mas não desejo
Talvez exista algum anseio
De te ver novamente
Sobre a luz que resplandece a aurora e se desfaz no rubor fulgaz da perda da consciência alimentando o cárcere do passado não longínquo que emerge sob o efeito das anfetaminas que dominam o mundo e os homens pertencentes a ele.