Kalir
UM POEMA IRREVERENTE
Para honrar sua patente,
E seu espírito combatente,
O subtenente valente,
Homem que nunca mente,
Moço que não se desmente
Cabra muito insistente
Vai mostrar a uma docente
De forma muito eloquente,
Que além de experiente,
Competente e exigente,
O subtenente valente
Na arte de amar é lente
Esse mancebo valente
Nessa cadela docente
Vai meter uma corrente
E com seu jeito envolvente
Tocar o seu corpo quente
E dar-lhe um beijo ardente
Vai mostrar que é diferente
O que é latente e o que é potente
E saber o que é que sente
Essa vadia indecente
Quando sua boca ardente
Tocar do valente a serpente
Vai desesperadamente
Seu corpo jogar p’ra frente,
Por sua perna em um batente,
E um travesseiro entre os dente(s),
Ver a vadia docente com cara de inocente,
Virar gente decente
Mas lhe peço que de repente não tente
Rotular o meu poema de poema intermitente, insipiente
Poesia impertinente, demente de poeta decadente
Mas poesia irreverente
De poeta inconsequente
Isso somente me deixaria extremamente contente.
Tem gente que chega de repente,
bem sorrateiramente,
trata a gente muito especialmente,
que a gente se sente diferente.
Tem gente que inverte a gente;
invade a nossa mente;
gente que se torna tão presente,
que toma conta da gente.
A gente pensa estar doente;
acha que está demente,
mas há gente, sempre tão descrente,
que não vê, que não sente
e para si mesmo mente
que isso é amor tão somente.
Balada da amante exigente
Tão exigente amante
Precisa de um comandante
Não precisa de um homem mal; um animal
Mas na alma tem que ser general.
Precisa de um amigo; o maior
Com as ideias tem que ser major
Com as palavras tem que ser capitão
E dar ordens ao seu coração
Amante tão exigente
Precisa de um homem inteligente
Da sua mente tenente
Precisa de um homem que tente, quente, presente
Envolvente, competente, nunca ausente
Precisa do subtenente, ao seu lado, eternamente"