K. S. Seixas
Já a forma estava designada no dia em que nascemos; assim como a cor da pele. Então fomos batizados com um nome, mas também com gostos, saberes e temores – tomamos a substância por causa. No possível, tudo é possível.
Estamos todos sós, pois é impossível penetrar a carne para conhecer em verdade um outro coração. Porém com esforço é realizável o possível: podes senti-lo bater.
Por desventura, o que nós denominamos por monstruosidade expressa o caráter mais primitivo da natureza do homem. O animal não é bom ou mal, ele age para satisfazer seus instintos – desse modo, inclina-se para a crueldade.
Certamente não te lembras daquele dia em que levantaste-te e andaste pela primeira vez. Não era consciente do que fazia. Merece a pergunta: como o fez? Pela vontade inata desperta-se o gosto em existir – você fez por instinto.
Nome e Eu não são o mesmo, senão sinônimos, mediante os vários pontos de vista. Os pontos têm em comum o fato de que são todos externos a mim e acerca de mim. Meu nome é parte da minha identidade, e minha identidade é uma posse. Antes das minhas posses, Eu sou.
Todas as causas, antes de tornarem-se causas, são consequências. Toda a existência reflete uma causa primeira. A existência por inteira é um verso uno.
Quando proteger alguém, não deixe-o ser ferido. Quando for atacado, não morra. Quando atacar, destrua.
Não é próprio viver um momento como se ele fosse o último, nem como se houvesse um próximo. Deve-se vivê-lo como ele é: único.