Junior Romano
Como é desgastante a tarefa de correr em uma esteira e não ter uma linha de chegada para cruzar.
Sem um pódio como prêmio e palavras de agradecimento.
Como é fria a natureza dos insensíveis e confusos, que lhe atiram na cova dos leões, enquanto outros fazem tão pouco.
Inútil seria persistir no sofrimento e batalhar contra moinhos de vento.
Ser um Dom Quixote solitário, que trava batalhas contra inimigos imaginários em busca de glória.
Apenas depois do desastre é que podemos ser ressuscitados.
Apenas depois de perder tudo é que você está livre para ser qualquer coisa.
Inclusive quem tu és.
Para que serve o governo?
Apenas para manter a miséria, administrar sua esperança e, principalmente, fazer você acreditar que ele é indispensável.
A Maquina.
Nosso corpo é um emaranhado de milhões de células que trabalham de forma sincronizada e complexa.
Guardamos memórias, imaginamos e inventamos.
Criamos desde a roda, muralhas, pirâmides e até um colisor de hadrons.
Religião, astrologia, música e mitologia.
O homem descobriu a teoria da relatividade que mudou o rumo da ciência.
Temos sentimentos, amamos, matamos e cuidamos.
Vivemos em um caos constante e a cada dia que acordamos temos inúmeras possibilidades de acabar com a nossa vida.
Lidamos diariamente com substâncias que enfraquecem nosso corpo, mas fortemente ele resiste e nos avisa quando falha.
Hoje, acredito que a vida é a força mais poderosa que conheceremos.
E quando, por alguma caótica combinação de fatores, enfim morremos, não é por nossa vida ser frágil.
É que a máquina perfeita entende que seu ciclo terminou e que chegou a hora de recomeçar em outra vida, que irá produzir, reproduzir e continuar esta maravilhosa história sem fim.
Junior Romano