Júlio Dantas
Entre um homem moço e uma mulher bonita, a amizade pura, a amizade intelectual é impossível. O homem e a mulher são, fundamentalmente, irredutivelmente, inimigos. Só se aproximam para se amar - ou para se devorar.
Se as mulheres bonitas tivessem todos os amantes que lhes atribuem, não havia maior castigo do que a beleza.
O amor não é uma futilidade ou um divertimento; é um sentimento profundo, que decide de uma vida. Não há o direito de o falsificar.
A mulher que se beijou e não se teve, que se adivinhou e não se possuiu, transforma-se para nós numa obsessão, numa preocupação doentia.
São tão imensamente grandes, tão paradoxalmente violentos certos amores, que atingem a expressão terrível do ódio.
Como a nossa fragilidade o concebe e o pratica, o amor é um sentimento essencialmente incômodo. Mal dois olhares se trocam e duas mãos se enlaçam, vem logo a tragédia das suspeitas, dos ciúmes, das zangas, das recriminações, estragar momentos que deviam ser os mais belos, os mais alegres, os mais despreocupados da vida.
Jacqueline Kennedy a mulher mais elegante do século XX
A elegância não se explica, constata-se apenas.
É alguma coisa de incoercível, alguma coisa de impreciso, de fugitivo e de imaterial, que escapa a toda a definição e que resiste a toda a análise.
Como a beleza, como o próprio Deus, é mais difícil dizer onde ela está do que onde ela não está.
Como o perfume, sente-se e não se vê.
Todos percebem onde ela falta; e ninguém sabe dizer de onde ela vem.
Quando tentamos defini-la, precisá-la, isolá-la, foge-nos entre os dedos, como uma sombra.
Onde existe, transforma tudo; onde não existe, não há arte, não há talento, não há beleza que a substitua.
Não é um dom que se adquire; é um instinto com que se nasce.