Júlio Augusto Torto
Um passo de cada vez
Recupera - se o fôlego
E sem demora depois de curvas fadigosas.
Pronto. Um ar de gratidão.
Sentir - se como um pássaro
Ainda pequinino,
ao encontro da imensidão
'Vôo - me' no chão
querendo transpassar fronteiras.
E nesse instante, somente nesse
Não pensar na podridão.
Deixe me pousar em tua flor
Causar desejo e ardor
Que o mundo segue sem endereço
Quero tocar - te com frescor.
Num sucinto espaço se encaixar,
Acariciar,
Transbordar,
Eu quero amar!
Amar como se não pudesse esperar.
Sentir as partes entregues,
Não querendo se soltar.
Ah, isso, amar!
Não me deixe esfriar,
Como um vulcão
Latejando a derramar
Estarei molhado, em chamas,
até que eu possa secar.
Me esgotarei de repente, e então numa só pulsão
Sonharemos em um novo
recomeçar!