Júlia Ferraz
Se for pra sentirmos um sinal de insignificância, é melhor não sentirmos nada. Não se julgue rigorosamente, mesmo que a falta de compreensão seja o resultado para tudo isso. Dói saber que a culpa não pertence a mim, se pertencesse, seria fácil de cuidar. Por mais que seja incompreensível, cada derrame de lágrima é um alívio, é menos um julgamento, mesmo sendo preciso derramar as mesmas lágrimas por várias vezes. Cada um tem a sua rotina, seus costumes. Vivemos de suposições, incapazes de encerrar, e mesmo assim, seria singular ao que julgo de mim.
Pesa sentir uma inquietude, pesa entender que benqueria mais do que amargava, pesa enxergar o que tinha se findado. A alma se encarrega de levar tudo aquilo que suporto, a mente se esvazia como uma corrente de água caindo na cachoeira, a carne se queima como consequência do que não cometi, e assim ser purificada pela dor e sofrimento que já refreei. Sustentar demais é a falha, quem zela demais não sustenta. Fechar os olhos e imaginar discussões se diminuindo por simplesmente mudar de assunto, acalma. Omaior pesadelo, sem nenhuma dúvida, seria o medo, seria acordar e tudo ter ido, tudo que um dia eu tanto sustentei.
A droga que é amar. Hipnotiza, entorpece. Amar é conceito, ou poderia ser. Eficaz, incomparável. Cada amor para cada rotina, mas amor não gera a rotina, a rotina gera o amor. É me drogar e te amar, num mesmo circuito. Isso que é a droga do amor!