Juçana Corrêa

DE TUDO QUANTO É VELHO
O MAIS VELHO É O AMOR

TANTO MAIS VELHO QUE O HOMEM
NASCEU ANTES QUE O MUNDO
QUE A LUA E O SOL
E NINGUÉM É O SEU DONO
NEM O SEU INVENTOR

TÃO VELHO
QUE COM OS INÍCIOS SE CONFUNDE
É FEITO BALÃO DE GÁS
OU BOLHA DE SABÃO
NA MÃO DE UMA CRIANÇA
ENCANTADA E QUE BRINCA
EM ASSOPRAR E ESTOURAR
AS BOLHAS DE MATÉRIA
LUMINOSA NO ESPAÇO
FLUTUANTE E SEM FIM

O AMOR TALVEZ SEJA ESSA CRIANÇA
QUE TUDO CAUSE E NADA SOFRA
QUE POR TUDO PASSE INDIFERENTE
QUE VEIO ANTES QUE TUDO
QUE NUNCA ENVELHECE NEM MORRE
E NÃO RECONHECE ASCENDÊNCIA

O AMOR –
UM VELHO MENINO BRINCANDO COM VIDA…

Eu me pergunto onde está a verdade
E caminho
Pensativo
Olhando o chão
Faço a vida
Da trilha que crio
A cada passo que abandono
De pedras sonhadas
Tão reais
Como a mão
Invisível
Que me puxa
E me faz
Olhar o céu
Tão real!