Ju-chan
Fruto Imaturo
Flor da juventude
De um ser que se ilude
Nos prazeres mais fúteis
A razão de aqui estar
Entre versos e linhas tortas
Soltos ao vento, postos sob a mesa
Esbanje a beleza
Em uma face entristecida
Inspiração esvaída
Pensamento complexo
Imagens de um plano, em uma forma convexa
Dor nula, emoções à mostra
Julga-se por meio das folhas
"Há de ser feliz?"
Em um cenário tão belo
De infinitas escolhas
"Inútil decisão"
"Existência instável"
Afagando a morte
A qual nunca desejou
Futuro brilhante
Mente vazia
A árvore que nos carrega
Mãe de um fruto imaturo
Primavera de Fevereiro
No ápice do desalento
Uma luz de esperança
Me convida para a dança
Traz à tona um novo sol
Fronteiras quebradas
Pelo piscar de uma tela
Aproveitando-se dela
Seduzindo meu olhar
Em milhões de desavenças
Nem em sonhos aguardava
Que um dia haveria de ser
A água que me faltava
A qual refresca minha alma
E me queima por dentro
Com o fogo do apreço
Com o fogo do desejo
O ar gélido da manhã
O ar quente de teu hálito
A sonoridade da tua voz
Tão suave como o aroma do hibisco
Puxando-me para seus beijos
Salvando-me do abismo
Acolha-me em seus braços
Faça-me tua, faça-me viva
Reprisando como um velho filme
Inquebráveis palavras de conquista
"Amo-te como tu me amas"
O eterno sopro de paixão
Bonne Nuit, Mon Petit
Breu cômodo, à luz artificial
O olhar exaurido e fascinado
De dois seres amantéticos
A repousar-se sob o pulvinar
Mesmo tão ao horizonte
Afáveis palavras ecoam
"Marchand de sable va passer"
"Avec plaisir, mon chéri"
A conceber atos idealizados
Tornando memórias dispostas
Reafirmando carícias trocadas
Pelo prazer da convicção
Tão profunda sensação física
Fazendo-nos delirar
Concedida a quem ama por zelo
E a quem zela por amar