JRodrigues
Não falar o que pensa, não fazer o que deseja... é egoísmo desejar a própria felicidade? Existe equilíbrio entre o egoísmo e a felicidade?
Vida abstrusa, caminho ambíguo, mente aturdida, mundo caótico, minha visão está turva, minha mente obscura, perplexa eu sigo perturbada, confusamente confusa.
Tenho medo de ser, de viver o que está sendo. Ser é muito desconstituído, o que eu era não sou mais, o que eu era não era bom, mas era desse que eu era, que eu era constituída. Meu maior medo é que o que eu sou não tenha sentido.
Se eu pudesse expor minhas lacunas.
Se eu pudesse apregoar o que sinto.
Se eu pudesse materializar minha emoção.
Se eu pudesse urrar meu grito emudecido.
Não posso, enquanto eu estiver calada, ninguém vai se assombrar.
Não serei submergida pela pressão do ser normal.
Sou covarde, não me arriscaria em solidificar o inconcreto.
Mas oxalá se eu gritasse, quiçá não pararia jamais.
Definitivamente não sei conduzir minha vida. É intricado quando não se sabe administrar a própria felicidade. Ou sei e tenho medo? Receio de ser feliz? Não. Temor do novo.
Quando se quer voltar no momento da encruzilhada e tomar o outro caminho, aquele que você não escolheu e deveria ter escolhido... na verdade ele também é novo, e se levar ao sofrimento? Aí voltar já não dará mais. Voltar. O mundo dá voltas... eu também. Vou e volto e não saio de lugar nenhum.
É como se todos estivesse numa roda gigante, e eu parada em pé olhando debaixo o mundo girar. Não faz sentido. Imagino que lá em cima tudo é diferente. E de repente eu entro, sento e o mundo gira, gira, gira e nada faz sentido. Quer saber? Parem o mundo que eu quero descer...
Você esculpiu no meu coração um oco vazio que transborda e preenche o meu rio de lágrimas escoadas de uma vida de nadas.
Minha vida é uma dualidade de sentimentos. Vivo num paradoxo constante. O frio me aquece. O vazio me completa. Danço o choro. Rio as lágrimas. Sou o avesso do avesso numa incompleta solidão
Não me julgue pelos espinhos. Se me tocar com delicadeza poderá sentir a suavidade das minhas pétalas e meu doce perfume.
Sinto-me fora de órbita, num planeta distante, num movimento de translação em torno de uma luz para que eu possa ter vida