Joyce Guedes
Se existe algo perigosamente acoplado ao corpo humano, esse algo é a mente. Viaja, desvairadamente, por contextos onde o corpo jamais poderá estar. Divide alma, corpo e coração. Sonha alto, adoece o templo onde tudo deve ficar. Mente insana, perturbada, voa grande, voa longe, mas deixe tudo em seu devido lugar!
Há pouco me deparei com uma situação. Sou advogada e hoje fui escalada para a triagem, juntamente com um nobre colega de profissão. O fato foi o seguinte:
Um homem chegou ao local e, grosseiramente, esmurrou a porta de vidro, dizendo, em alto tom, que desejava que sua esposa fosse atendida logo. Inicialmente, logo pensamos: "Que sujeito mal-educado!" E solicitamos que aguardasse, pois sua esposa seria atendida no momento correto, já que sua senha era a de número 8 e ainda estávamos atendendo o cliente de senha número 1.
Enfim, chegou o momento da esposa do homem grosseirão ser atendida. Seu semblante era triste. Procurava os papéis que solicitamos, em meio a diversas sacolas e uma bolsa, e não os encontrava. Parecia confusa. Quando, aleatoriamente, comentou que seu filho havia morrido há cerca de 2 meses em um trágico acidente de moto. Seus olhos avermelhados seguravam lágrimas com as quais lutava para que não caíssem e molhassem sua face.
Naquele momento, lembrei-me de uma frase dita por Augusto Cury:
"Por detrás de uma pessoa que fere há sempre uma pessoa ferida. Ninguém agride os outros sem primeiro se autoagredir. Ninguém faz os outros infelizes, se primeiro não for infeliz."
E, nesse momento, meu coração se encheu de empatia e compaixão por aquele homem grosseirão, que, certamente, possuia o coração ferido.
Minha lição do dia foi essa. Não revide grosserias! Principalmente de pessoas com as quais você não possui convívio. Essa pessoa, provavelmente, está enfrentando uma luta e pode estar extremamente ferida. Seja gentil e a vida lhe retribuirá!
Entre sombras e luz, cresci a dançar,
Na melodia do tempo, oscilando entre dor e paz,
Levando comigo o eco de uma infância difícil de narrar.
Agora entendo, com o olhar de quem sabe,
Que os espinhos e as flores coexistem na vida,
E em cada cicatriz, há uma alma que brilha,
Fortalecida pela jornada que nada é capaz de apagar.