Jovino nolasco
Erqui-me perante mãos que se tocam; a gestos que mostram caminhos; a lágrimas que não se intimidam; a vozes que não calam.Despojei-me do todo para nascer de novo.
Vou só com a noite,
calado de pés descalço,
procurando sombras.
Descobrindo...
Desisto de ser
para chorar baixinho,
lembranças de alguém
que me ensinou um caminho
e, em meio a tempestade,
me deixou sozinho...
Não sere eu
a reclamar do vento,
não serás tu
a deter o momento
de ter bebido um dia
a vida num só momento.
Não sou sozinho,
povoo o silêncio.
habito nas entrelinhas da noite,
Acomodo meus temas,
lemas e poemas nas
palavras não ditas.
Escritas no pranto e no canto do Ser.
Não sou eu quem fala,
não sou eu quem diz,
mesmo assim,
embora o perdido,
contento-me com o que levo comigo.
Um lápis sem ponta,
um poem inacabado,
e o silêncio de teu retrato partido.
Faça de mim,
o que te basta,
o que te completa,
o que te satisfaz
para que eu possa mar
(nem que seja) minha
própria desgraça.
Rasguei minhas
vestes no transpor
o diálogo do tempo.
Cessei as buscas,
bebi a espera
e no eco do que me rodeava
encontrei em mim o que
procurava.