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Uma das minhas maiores críticas aos orientadores/supervisores brasileiros nas universidades é o senso, diria comum, de que somente os professores podem pensar grande. Estatisticamente, as grandes descobertas foram feitas por jovens. Eu sempre brinquei: “quando é jovem é jovem demais para pensar; quando fica velho, é velho demais para pensar”.
Quando um jovem vier até você entusiasmado com uma nova técnica, mesmo que você seja calejado e tenha certeza que não vai funcionar, deixe-o voar, deixe-o cair. Já pensou que talvez você possa estar errado? Toda grande descoberta passa pelo ridículo, pelo "isso não faz sentido". Precisamos cair para aprender, para lembrar, para sermos adultos.
Acredito que a CAPES, como exemplo, deveria fazer esse tipo de pesquisa [interação bolsista-sistema]: onde se aprende o que funciona e o que não funciona, com dados; não opiniões de burocratas ou pesquisadores experientes.
A posição de crítico talvez seja uma das posições mais confortáveis da mente humana. Isso te torna "pensador", "inteligente", mas sem arriscar.
O mais legal da realidade é que ela não dá a mínima para nossas opiniões. O Brasil é o único país do mundo que acabou com a corrupção, segundo o governo atual, e o único que não tem violência passiva nas universidades, segundo sondagem entre bolsistas (11%).
nossos jovens pesquisadores, o futuro da ciência, precisam ser tratados com respeito, são eles que mudam o mundo. Grandes descobertas são feitas por jovens, cheios de energia e com pouco para perder.
"O jovem pesquisador vive um dilema como um jovem jogador de futebol. De um lado, a vontade de transformar em profissão aquilo que mais gosta de fazer, de outro o desafio de viver disso."
"Uma vez vi uma reflexão que todos os países que passaram pela ditadura militar lavaram “a roupa suja”, conversaram com o passado: nos negamos, inclusive nosso presidente que quer negar a história a bel-prazer."
"qualquer forma de assegurar que algo é legítimo". Isso geralmente gera o que se pode chamar de "preguiça intelectual".
Como no mundo empresarial, onde startups estão virando a mesa, precisamos individualmente, e em pequenos grupos, “mandar as universidade e casas de publicação em especial para aquele lugar, onde o sol não bate”.
O que me deixa mais irritado com relação ao sistema de publicação por pares é que:
não há estudos científicos que comprovem sua eficácia e eficiência, somente palavras das ditas "autoridades".
Cobramos rigor dos autores, mas o método em si não foi testado. Isso para mim é hipocrisia pura, mais pura do que polpa de fruta em garrafas no supermercado.
Mesmo sendo mais experientes, orientadores também podem ser um desastre em matching, talvez o entusiasmo na pesquisa o faz esquecer deste pequeno detalhe, que pode ficar grande quando se torna uma relação pesada.
Não assuma como default que qualquer pessoa vai dar certos: achar um matching pode ser mais importante do que se pensa, especialmente para pessoas que seriam consideradas “geniais”, personalidade forte.
Eu tenho a sensação de que pessoas possuem tolerâncias diferentes à negação (burocrática) da escolha: eu tenho pouca tolerância à negação da escolha, em especial burocrática (que é a pior e mais violenta na minha visão).
Ao estudar o assunto para esse livro, notei que as pessoas em grupos de Facebook™ repetem a parte utópica e idealizada do processo, como se nunca tivessem participado realmente de um processo de revisão, ou se participaram, estavam tão alienadas que não refletiram sobre as rachaduras nas paredes
"O que os jovens fazem bem, como ver linhas de tendência no mundo científico, os mais experientes não fazem bem. Ao passo que o que os mais experientes fazem bem, como coordenação e orientação, os mais novos fazem mal. Precisamos de colaborações, não competições fúteis e egocêntricas." paradoxo "síndrome de Cassandra"
a autonomia intelectual ajuda o jovem a expressar sua fênix de criatividade, e com isso, sempre renovar os caminhos tendenciosos e viesados das ciências, especialmente dentro de instituições burocráticas, que podem facilmente entrar em ciclos viciosos em busca de recursos financeiros.
trabalhar com pessoas que te colocam para cima é mágico, trabalhar com pessoas que colocam pedras no caminho é infernal
Muitas universidades se gabam de terem prêmios Nobel. Muitas cobram taxas exorbitantes dos alunos. Isso seria a hipocrisia institucional. O prêmio Nobel seria uma honraria pela contribuição à ciência. Onde que herança econômica se relaciona com inteligência? 🤔
A pessoa que entra no doutorado procurando certezas, e sai com elas, para mim não aprendeu nada. Quanto mais aprendo, mais percebo que não existem certezas.
Não aceite nenhuma afirmação sem ponderar muito, especialmente as entre com emoções às alturas. Questione, pense, recuse, aceite. Seja uma pensador ativo, seja um cientista! 👩🔬👩🔬