Josie Conti
Vivemos em uma cultura em que a arte ainda é privilégio de poucos. Mas o maior problema é que poucos admiram porque poucos são expostos ao que é bom. Se você coloca qualquer pessoa em contato com material de qualidade, ela reage imediatamente! Ser artista ainda é para poucos, mas a capacidade de criar é de todos nós!
Precisamos sentir mais, mesmo que o sentimento seja ruim. Precisamos questionar mais, mesmo que o rosto do colega não seja o mais satisfeito.
É necessário que o homem saiba o real motivo de suas escolhas para não retroalimentar ciclos e mais ciclos de auto-sabotagem emocional.
Amigos de verdade sabem dizer não. Saber dizer não é sinal de autorespeito e só quem se respeita pode se doar na medida certa.
Transparência ofende
Nos últimos dias estive refletindo sobre qual é a diferença entre ser uma pessoa transparente, que não tem grandes coisas a esconder simplesmente porque não tem vergonha de ser quem é (com todo o pacote de defeitos e qualidades que traz consigo) e, por outro lado, ser alguém que se expõe demais.
Cheguei a conclusão que tudo depende das “lentes” de quem observa, do meio em que a pessoa está inserida e do grau de compreensão e censura que o observadores, de maneira geral, dedicam a quem tem coragem de dizer ao mundo quem é ou quem acha que o outro é, como no caso das polêmicas das biografias não autorizadas que vem sendo tão discutidas nos últimos dias.
Pensem comigo, na natureza observamos que diversas espécies de animais ao longo da evolução adquiriram características semelhantes ao seu habitat para que passassem despercebidas frente aos seus predadores. Nesse caso, discrição igual à vida.
Nas guerras, por exemplo, os soldados que partiam para o ataque no front eram os primeiros a morrer. Ou seja, quanto maior a coragem, maior a chance de morrer.
Culturalmente também somos alicerçados em moldes de subserviência hierárquica onde o lema ainda é “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Sendo assim, muitas vezes calar-se num ambiente social ou laboral significa autopreservação.
Por outro lado, também existem em nós verdades internas, valores de vida que são formados ao longo de nossa existência e que, quando confrontados, também nos adoecem. Entenda por valores tudo o que nos é precioso como seres humanos no mundo: a maneira como queremos ser tratados, como tratamos os outros, os limites sociais. Bem, basicamente creio que são os limites de respeito e reconhecimento que precisamos ter para conviver em sociedade de maneira civilizada. Ou, em outras palavras, as ações que teremos e com as quais poderemos deitar e dormir em paz durante a noite.
Vocês já se perguntaram por que admiramos tanto a arte? Vocês conhecem artistas que sentem de menos?
Quem sente extrapola, derrama, transborda, choca, incomoda e, principalmente, não cala.
A fala dos sentimentos aparecerá. No artista, em sua arte (seja pintando, escrevendo, esculpindo). Em nós, seres humanos normais, os sentimentos também falarão e, se sua voz não vier à tona em palavras devido aos limites sociais que geram pactos de silêncio coletivo frente às injustiças do dia-a-dia (inclusive as que acontecem conosco e com nossos amigos), falarão por doenças pois nossa mente não suporta a dor de não ser quem é.
A sociedade atual é uma bomba-relógio de transtornos mentais. Depressões e quadros ansiosos são os mais comuns. Os números da Previdência Social, mesmo que subnotificados, indicam claramente o crescimento dessas doenças, desses doentes, de nossa perda da razão.
Sucumbir ao que nos agride pode sim parecer o mais adequado socialmente num primeiro momento, porém, estamos criando uma sociedade de doentes mentais, de pessoas que não aguentam mais viver com tanta dor e com o aniquilamento constante das próprias vontades e sentimentos.
Se a transparência ofende, que ofenda.
Penso que os grandes céticos de hoje foram os maiores românticos do passado. Descrença é fruto de desilusão.
Quer uma dica de sucesso nos relacionamentos? Ouça. Ninguém mais ouve e isso será um grande diferencial.
Sempre acreditei que a esperança combina com o pôr do sol…o término de um dia é o prenúncio do repouso e de um novo amanhã.
Nem todos os mentirosos desviam o olhar, justamente por saber desse fato, muitos mantém o olhar firme e quase nem piscam.
Nunca compare irmãos achando que eles têm que ter personalidade e caráter semelhantes. Na maioria das vezes, é tudo diferente.
Dormimos tarde, acordamos atrasados, perdemos tempo em locais que não nos agradam e sentimo-nos eternamente em débito com a família...
O que tenho visto é uma sociedade de bens de consumo descartáveis tratando seus trabalhadores como seres também dispensáveis.
Muitas vezes, o preconceito é um mecanismo de defesa que as pessoas usam para mascarar suas próprias inseguranças frente ao novo.