Josephus -Jewish War
Desde que o homem primitivo começou a pensar as palavras de nossos ancestrais e dos deuses, apoiadas pelas ações de nossos antepassados, tem constantemente impresso em nós que a vida, não a morte, é a calamidade para o homem. A morte libera nossas almas e as deixa partir para o seu próprio lar puro, onde desconhecem qualquer calamidade; mas enquanto elas estão confinadas em seu corpo mortal e partilham de suas misérias, na verdade estão mortas. Pois a associação do divino com o mortal é a mais impura. Certamente, mesmo aprisionada ao corpo, a alma pode fazer muito; faz do corpo o seu próprio órgão dos sentidos, movendo-o invisivelmente e impelindo-o em suas ações além do que pode atingir a natureza mortal. Mas quando liberada do peso que a arrasta à terra e suspensa acima dele, a alma retorna ao seu próprio lugar, e então em verdade partilha de um poder abençoado e de uma força verdadeiramente desacorrentada, permanecendo tão invisível aos olhos humanos quanto aos olhos do próprio Deus.Nem mesmo quando ela está no corpo pode ser vista;ela entra incógnita e parte desapercebida, possuindo ela própria uma natureza indestrutível mas causando mudança no corpo; pois o que quer que a alma toque, revive, desabrochando, e o que quer que ela deserte fenece e morre, tal a superabundância que ela tem de imortalidade.