José Américo de Almeida
José Américo de Almeida nasceu no engenho Olho d’Água, município de Areias, Paraíba, no dia 10 de janeiro de 1887. Estudou no Seminário de João Pessoa e no Liceu Paraibano. Mudou-se para o Recife, onde ingressou no curso de Direito, formando-se em 1908.
José Américo de Almeida exerceu a magistratura, foi promotor da comarca do Recife e da comarca de Sousa, na Paraíba. Em 1911 foi nomeado Procurador do Estado.
Em 1928 publicou "A Bagaceira", romance que provocou entusiasmo na crítica e o tornou nacionalmente conhecido, dando início à “Geração Regionalista do Nordeste”. O livro reflete e ataca o ultrapassado sistema de concentração latifundiária no Nordeste, que o autor denunciava como responsável pela miséria da região.
O título desse romance denomina o local em que se juntam no engenho os bagaços de cana. Figuradamente, pode indicar um "objeto sem importância", ou ainda "gente miserável". No prefácio, o autor manifesta seu espanto diante da realidade nordestina: "Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã".
José Américo de Almeida dedicou-se à política, foi governador da Paraíba. Durante seu mandato fundou a Universidade Federal da Paraíba, sendo nomeado seu primeiro reitor. Entre 1930 e 1934, no governo de Getúlio Vargas, foi nomeado Ministro da Viação e Obras Públicas.
Foi também Ministro do Tribunal de Contas da União. Em 1945 foi eleito Senador pela Paraíba. Em 1951 voltou a ocupar o cargo de Ministro da Viação e Obras Públicas. Em 1966 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 38. Publicou também: “O Boqueirão” (1935), “Ocasos de Sangue” (1954), “O Anjo Negro” (1967), entre outras.
José Américo de Almeida faleceu em João Pessoa, Paraíba, no dia 10 de março de 1980.