José A.
A gente tenta, mesmo sem força, mesmo achando que não vai dar resultados. Eu tentei, tentei bastante, tentei com força, tentei sem medo de tentar. E por um segundo eu acreditei nisso tudo, nessas tentativas. Acreditei que ia dar certo, que ia funcionar, mais olhando isso tudo eu não vejo diferença, nem mesmo uma molécula mudou, si mudou foi pra pior. Por que? Porque tentar gera esperança, e quando o tentar não funciona você não tem mais esperança, logo você vira um zumbi sem sonhos, metas e propósitos, apenas esperando o fim incerto pra essa coisa que você chama de vida.
Eu queria ser feliz. Mais não aquelas felicidades passageiras, aquelas que num piscar de olhos acabam, que guando mesmo você espera vira uma tempestade onde não há salvação. Queria ao mesmo tentar ser feliz, queria pelo menos fingir ser feliz. É, acho isso improvável, irrelevante, impossível, é inadequado. Acho que me corpo e alma foram feitos pra ser esse posso da escuridão, e pra falar a verdade, eu gosto.
E no fim tudo vira nada. Ai você percebe o valor das coisas, percebe que nada vale apena, percebe que você deveria ter vivido do que ter se apegado ao material. Mais agora já é tarde, o tempo não volta não da segunda chance. Você si tornou nada, na obsessão de ser tudo.
Sou incompleto, sou o resto, sou sonhos inacabados, sou as lagrimas dos bons, sou a esperança de quem já si foi, sou tudo que não deu certo. Sou um cemitério de boas intenções, nele jaz tudo todas as esperanças e sonhos mal depositados. Espero que isso tudo acabe, espero que eu me acabe. Rapidamente, sem dor, sem lagrimas, sem ao mesmo si arrepender. Quero morrer, morrer pra mim me entender, ver minha vida passar diante meus olhos e ver aonde eu errei, ver o por que, ver tudo isso e no ultimo ato dar um simples sorriso e dizer: Acabou.
E tem dias que tudo que você quer é fechar os olhos e ter aqueles sonhos felizes, e acordar com o pé esquerdo e mesmo assim ter um dia bom, passar de baixo de uma escada, quebrar um espelho e mesmo com tudo isso a sorte sorrir pra você. Tem dias que tudo que a gente quer é ouvir uma coisa simples, e essa coisa fazer toda diferença, tipo uma metamorfose na sua alma. Tem dias que eu simplesmente quero que horas passem mais rápidas. Tem dias que eu quero acordar e me sentir vivo. Tem dias...
E sabe aquelas amizades que nem parecem amizade? Então, eu tenho uma dessa, é como se a palavra que nos uni não existisse no dicionario. Ela não se compara ao amor, paixão ou qualquer tipo de sentimento relacionado. É como se tivessem arrancado um pedaço da minha alma e dessem pra ele. Oque nos uni vai além de qualquer realidade, vai além do tangível. Nossa ligação é tão forte que até nos sonhos nos encontramos. Mesmo não lembrando do sonho, sei que toda vez que acordo sorrindo, o motivo é ele, o motivo é nós. Me sentiria muito triste se algo acontecesse à ele, acho que me sentiria pior que ele. Meu medo é que tudo isso que sinto acabe, acabe mais rápido do que o tempo que você demoraria pra ler esse texto, que acaba por um motivo bobo ou sem qualquer motivo. Mais nessas horas lembro que o que nos uni vai além do infinito, vai além do que eu entendo, e eu nem preciso entender. Só preciso sentir, sentir bem forte.
A gente olha pra direita, pra esquerda e vê que está fadado à ser só. Mesmo tendo todos e tudo em sua volta. E é ai que a gente cresce, aprende, evolui. As vezes sozinhos evoluímos mais, as vezes a solidão não é um fardo. É um presente recebido de bom grado.
E como se não bastasse essa chuva de verão hoje eu me encontro mais perdido do que nunca. Acho que parte de mim se encontra nas gotículas que escorrem no vidro de minha janela. E como de costume eu sairei depois da chuva pegarei o que sobrou e voltarei no lugar. Não porque é importante, mais sim porque é parte de mim, é parte do que eu sou, é tudo aquilo que eu desprezo mais não abro mão.
Eu gosto quando eu não sinto. Gosto quando eu durmo, porque diferente das outras pessoas eu não sonho, não sinto medo e nem nada do tipo. Vegeto calmo por horas.
Eu sempre preferi não sentir, talvez seja porque eu sinta demais. Eu sou o exagero em pessoa, não sei medir nada. Não tenho ponto certo. Na verdade, eu tenho. Acho que o extremo é o meu ponto certo. Nunca me dou pela metade, me entrego e entrego tudo que alguém posso levar de mim.
Sempre peco nesses aspectos, eu perdi inúmeras histórias corromperam em a meio isso tudo, acho que elas estão escondidas no coração, lá ninguém mais me atinge. Meus próprios sentimentos criaram uma barreira pra ele. Estavam cansados de tanto sofrer, eu os entendo.
A culpa sempre foi minha. Não culpo e não jogo em ninguém, as vezes só fico chateado. Eles nunca quiseram me entender, perdi mais amigos do que uma pessoa consegue perder seu celular. Nem perco meu tempo contando nos dedos quando amigos me sobraram, acho que um ou dois. Mas esses valem a mão inteira, compartilho com eles minhas dores e meus receios. Acho que eles entendem melhor do que o meu psicanalista e psicologo. Esses nem comento, só me dão desgosto [risos]. Sabe as vezes eu queria ser um pouco mais normal, queria ver igual à todo mundo. Sim, eu queria ser um copia fiel do que a sociedade preza. Sofro um pouco por ser diferente, tenho compulsões que me dão medo, manias que são feias. Enfim, sou um modelo do que você não pode ser. Mas pensando bem, eu até que gosto. As vezes sou mais feliz sendo o que sou, do que sendo o que querem. Tenho meus amigos que me entendem. Tenho meus animais que me tiram mais sorrisos do que gente. Enfim, eu tenho pouca coisa pra ser feliz, mas acho que essas coisas são verdadeiras, são o que eu realmente sou.