jorge santos

Encontrados 18 pensamentos de jorge santos

Cidade-País


Das cidades feitas País,
Conheço umas tantas,
No valor e na significância,

Perguntem à alma dos
Nacionais o que importa,
Nas cidades feitas País,
Como esta, à sombra
E que tanto me importa,
No valor e na significância...

Das cidade feitas País,
Conheço umas tantas,
Remotos edifícios e praças,
Amontoados de sonhos,
Incapazes de regressar
Aos meus,

Das cidades feitas País,
Vê-se os céus por entre as copas
Altas, nem sei porque
Não os avisto sendo meus,

Das cidades feitas País,
Como esta sombria,
Todos somos acaso e recomeço,
Ilusão e memória...

Absurda a cidade que conheço,
De sonhos feitos País meu...






Jorge Santos (13/Novembro 2015)
http://namastibetpoems.blogspot.com

Não entendo



Tod'o sentir m'entende,
Tod'o entender se sente,
Só eu não sei explicar
Como é viver sem sentir,

Embora sinta ao passar
Do tempo, tamanha
Nostalgia mas apenas no
Pensar, sem entender

Que o pensar não somente
Passa, como não sente
Como eu sinto, sem
Saber explicar o que minha

Alma pensa, sem passar
Do sonho ao normal
Sentido e ao presente,
O que sente de real

E não entende, apenas
Essa sensação não some
Por nada, nem que enrodilhe
A alma de conjunto com a Terra

Toda e a dor de não ter
Nem entender o que é este sentir
Imenso dentro, onde o tenho,
Não entendo, não entendo,

Não entendo......



Jorge Santos (11/2015)
http://namastibetpoems.blogspot.com

Prazer da busca



Parte de mim busca o prazer,
Parte do que possuo no ser
No entanto, é possuído
Por certo prazer que nem
Sei descrever ou sei se possuo
No som que procuro trazer, por escrito ...

Se escrever posso possuir o dom que busco,
Porque apraz a minha vontade viva...

Parte do prazer que usufruto,
Vem da busca de mim, que o escrever me Traz,

Parte de mim busca o prazer,
Da arte que transforma em busca,
Aquilo que posso não achar
Em mim,encantar a outra parte,
Encanto que é o que puder e quero ter
E não possuo,
A arte de descrever
Tal busca, que busco sem saber qual parte,
E quanto possuo,

Embora parte de mim busque
O que outra arte que encanta diz fazer parte
Da vontade de ser eu
E me procurar,
Do lado, onde me encanto
E me iludo, como nesta escrita
Sem arte, onde nem sempre me encontro,
Com quem nem sempre me cruzo...



Jorge Santos (10/2015)
http://namastibetpoems.blogspot.com

CONCORDÂNCIA DE ATOS

Beija-me com teu coração
Pois teus lábios outrora tocaram outros lábios,
Conceda-me as tuas mentiras
Pois saberei que sou seu amado.
Nas inverdades das coisas descobre-se
O certo ou o errado

Detenha-te ante aos meus abraços
Assim sendo, saberás quem sou,
O riso é às vezes falso
Mas se ficar-mos distantes saberemos sobre o amor.

Amor este que voa livre
Dentro de nós que escondemos por vaidade,
Deixaremos de lado nosso convívio
Pois o que nos preenche são as verdades.

Expurgas de mim, para que plena
Seja a tua alegria e inspiração,
Sabemos que o sentimento é recíproco
Sou o teu vinho, és o meu pão.

Amemo-nos, pois e regozijemo-nos
Dos dias que nos resta separaremos o abismo
Livre assim será se estiveres sorrindo,
Alegre permaneço e fico.

EU E OS PASSÁROS

Saio de casa sempre com algum destino
Desde sempre fui conduzido nas asperezas de um mesmo sonho,
Talvez por determinados conceitos, tenha mudado
Assim como o tempo, mas o tempo nunca muda,
Apenas molda o que sentimos.

E nestes conceitos de idéias
Abracei talvez as mais simples,
Assim como os pássaros
Que voam de dia volta para os ninhos e se despedem.

Pode ser lindo para nós
Mas para eles lhe fogem as idéias,
Como seria viver como humanos
Dançar e correr andando pisando na areia?

Imagino que em algum momento
Ele sinta tal inveja,
De fato que tem supra inocência,
De outra forma não pensaria como pensa.

Voar para mim é lúdico
Talvez ao fato de não possuir asas,
Para os pássaros minhas condições
São-lhe mais belas, nos seus contos, humanos são fadas.

Em mim, viver em ninhos
Seria estar nos céus, voando em contato com o ar,
Para os pássaros constituir sociedade
Deve ser um interesse, um sonho a se sonhar.

Para mim imagino viver
De cima, voando e olhando a terra,
Para os pássaros, talvez o melhor fosse
Ter um carro ou viver em conflitos, em guerra.

Á mim a pureza da pena
Conduz-me a uma linda imaginação,
Aos pássaros ter pele deve ser sentir a peleja do sol
O ar dolorido e o suor pingando ao chão.

Nesta confusão de pensamentos
Imagino que esta troca seria possível,
Quem não tem sonhos inalcançáveis
Nunca teve um momento imprescindível.

GRACIOSIDADE

A graça abraça,
Amordaça com a corda para não mais falar,
A marca, a raiva, consumida pelo
Fogo é induzido a calar.

Amor e alma,
Ódio e calma, duas vidas na mesma guerra,
Um desejo uma historia
Entre sonhos e seqüências existem duvidas aqui na terra.

Água e vinho, flor e espinhos
Dualidades concedidas para um equilíbrio comedido.
Aspira e respira livre liberto no deserto das incertezas
O vôo da borboleta baila com sentido.

Pousa aqui e sobrevoa por lá
Reúne parábolas para um novo conto,
E nesta narrativa vive feliz com a vida
Terminando em entrelinhas bordando ponto por ponto.

O AMOR

O amor?
O amor é mínimo,
Maior é o coração, ele suporta, guarda, apóia,
Esquece e sonha...
Inclusive, sonha em nunca mais sentir dor!
O amor...

Olhos

Claros, escuros e de cores
Diferenciados, como flores adornadas
Por um rio rodeado de vitórias régias.
Pálpebras que cuidadosamente
Batem sem se sentirem, apenas
Movimentam-se como um mecanismo
Controlado pela necessidade de mover-se.
Guardadas escondem-se por traz
De lentes claras, que mesmo
Refletindo a luz não pode conter
O brilho da íris.
Olham em direções diversas como
Se algo buscasse, tateiam dimensões
Como um pouso perfeito de uma garça,
Que pousa leve e solta na lama
E não suja suas brancas penas.
Movem-se com a destreza de um
Felino, rápido, preciso, saltando
Por sobre a seiva do orvalho
Matinal sentindo o cheiro de sua presa.
Procure não tê-los fixados em sua
Direção, pois será como um fenômeno
Natural onde demolirá seu alto
Controle, deixando-lhe como uma
Marionete de fácil manuseio, ficarás
Como um manipulado objeto, um
Aparelho de uso domestico.
Olhos que não sejam ele a nos ter nas mãos.

PALAVRAS A ESMOS

Palavras aleatórias falam
Na mesma narrativa calam
Nos mesmos versos moldam
E como se fossem remédios curam
Palavras subestimadas invadem
Com calma agridem
E sem nada dizer elas somem
Palavras inquietam ao mesmo que te deixam pensar
Palavras, palavras e mais palavras
Se for pra dizer te amo e depois ir embora
É melhor fazer silencio e calar...

PALHAÇOS

Risos, sentados em um pátio apostados,
Com pés descalços sobre cada laje, reage, como se
A vida resumisse cada conto através de um simples sorriso.
Assobio, desafio de andar em corda bamba,
Sereno é o céu.
E de pé meu verso anda, como se na cama
Servisse apenas para sonolentas horas,
E embaixo de lençóis nossos risos eclodem,
Com bocas vermelhas e caras pintadas,
Com sopros vindos das orelhas e se estendendo
Mesmo sem máscaras.
Mascarar, esconder por trás da vista, deixar de ver,
Sobrepor uma semente por sob a terra para
Cultivar o futuro, um que contenha aplausos, mas
Apenas se houver um riso,
De preferência um bem belo, melhor, de preferência um bem
Sincero.
Espero, sugiro que assim que venha até os lábios não
Se subtraia, contrário, some e multiplique-se
Enveredando os atos no palco,
Contracenando com fábulas de doer
Mas sendo o ator principal a vida e o vencer.
E no término, antes da legenda FIM,
Que entrem em cena todos de volta
Abraçados e de joelhos dobrados agradecendo envaidecido
Todos os aplausos.
Palhaços.

PARA QUEM SOMOS

Santos de casa milagres não fazem,
Uma fé devotada para o baixo teto,
Orações feitas para entidades terrenas,
Cada culto devotado sem nada cristão
Apenas para profanar a divindade...

Cultura, conceitos, doutrinas
E as pessoas se apegando cada vez
Mais ao materialismo que melhor lhes convém,
Esquecendo
Suas virtudes e apegando-se a seus bens.

Humanos sem tempo para viver,
Vivendo com modernidades pagãs,
Descrentes de suas emoções,
Senhores de soberbas e das razões.

Amor é palavra de comum verbo,
Usada em rimas para fazer verso,
Mas o apego é maior por coisas fúteis,
Atrai-nos mais o inverso.

Quem é independe,
O que temos Corresponde apenas para o desengano,
Somos aquilo que as pessoas querem,
Poder aquisitivo é o caráter humano.

E sem caráter passamos
A ter uma vida distante da verdade suprema,
Que ainda haja tempo para um novo pensamento
Nos supra este triste dilema.

POEMA QUEBRADO


Felicidade, prato pleno de algodão,
Malhas de fios finos em tecido
Navio ancorado no porão.

De fôlego e algemas adornadas no peito
É frágil, sacro e moderno,
O rosto corroendo morrendo perto.
Onde o brilho grita descoberto.

Eis-me aqui, alguém conduza o céu de cores,
Flores, torres busquem bosques no chapéu.
E onde estiver à aba, abraça, aperta,
Some simples como um cordel.

De pressa
Em passos corre para o jantar,
De chuva, conduza confusa,
Como se nunca fosse chegar.

Demore não, vento que areia leva,
Na sorte deste deboche o que me morde é a sua brisa,
E na clareza o que não falta é a certeza
De saber tudo o que precisa.

Todos correm
Na pressa de querer, incrivelmente é o obedecer,
Sejas de acordo
Eu suponho um novo entardecer.

E no brilho da primavera
Espera-me um novo outono,
Meu sonho me conduz a você.
Me desperta vida, me indaga sem sono.

Era tarde, mas à hora atingia-me
Em um novo ponto.
De acordo com os meus ponteiros
Só restam alguns minutos para daqui a pouco.

PRODUTO NÃO PERECÍVEL

Corpo meigo e esguio,
Como um equilíbrio em bamba corda,
Guardado em Box
Mergulhado em águas finas se afunda.

Pequeno e outros tantos tamanhos,
Faiscantes quando em lixas te encostam,
Amarela madeira, escuro sobre sombra de palha
E sobre sua temperatura brilhos faíscam.

Colméias em desenhos
Ladrilhados por usos diversos,
Diversos e complexos em comodismos do teu uso,
Fora de caixas dispersos.

Cabeças de cores diversas
Acesos palitos em formatos de elipses,
Sobre teus feitos
Compõe um cataclisma, um eclipse.

Queima tudo e em tudo despertas,
Incluindo calor e furos,
Utilidades domésticas merecidas
Criação antiga formando uma caixa de fósforos.

RAÍZES LACRIMAIS

Discutir fé
Busco-me em pés descalços
Para voar sobre linhas
Entre tantas lástimas que a vida outrora
Traz-nos momentos felizes e eternos
Que tanto busquei e agora jaz
Nesta ordem me componho e sinto
Ser um imaginável
E alado pensamento
Voando por veredas de tuas buscas
Jaz alegria
Jazem os sonos
Só não jaz a esperança
Um novo amanhã
Um novo momento
Lágrima
Sorriso
Nossos acertos e erros
Sobre modo de letras vejo-te
Com palavras que não te faltam
Mas, que contigo soma uma
Qualidade entre morder e beijar
Beijar estes
Mesmos lábios que te narra.
Narra-me.

TENTATIVAS DE EXPLICAÇÃO

Margarida, Rosa e Roxa pele de tigresa,
Bela como cereja madura em um quintal,
Adorno de residência, resíduo
Sem resquícios de um matagal.

Sobre ti, pássaros e outros seres
Asados sobrevoam como se fostes um heliporto,
E da tua seiva se alimentam,
Flutua sem receio, no máximo conforto.

Papoula dourada de folhas brandas,
Flores silvestres que desabrocham absurdas.
Cada partícula te conduz,
Melaninas de cores infidas calam-se bocas tu as fazes mudas.

Apenas as retinas pelejam,
Insistem com teima o continuo de admirar-te,
Já fostes citadas em versos
E em aquarelas de cores belas transformaram-te.

Agora simples letras aqui te moldam
Como se soubessem o valor do teu existir,
Nestas condições de pesos e medidas,
Perdoe insuficientes tentativas, descer degraus é diferente de subir.

UMA DUPLA

Sobreviver sobre sua fala,
Buscando subterfúgio de cada logaritmo,
Assim somos cambaleantes com cada som,
No embalo do seu ritmo.

E nos teus olhos
Ouço a melodia que nos deixa sonoros,
Assim, como um bailar
De plantas, entre polens e poros.

Sigamos as músicas
De sua canção,
Cantarolando como um vapor de
Uma chaleira, água em ebulição

Dance, cante, oh amada minha,
Baile como ingratas ondas que propagam ruídos de tua voz,
Ame, clame, oh amada minha,
Percorra a sala do meu peito onde guardo
Um leito que acolherá a nós.

E no término deste destino, seremos
Como um par de asas batendo iguais,
Sobrevoando e parando no tempo,
Um momento que não volta mais.

Uma lacuna entre dois pontos

Que longo dia este que
Junto com estas nuvens demora a passar,
Como são lerdas estas horas
Parece-me que os ponteiros estão a me castigar.

Ontem me vi diante de
Profusões e isto nos deram uma despedida triste,
Todos os gestos e palavras eram
Como fato mitológico e isto inexistem é simples.

Quantas coisas guardei
E muitas outras que precisavam ser ditas,
Mas fomo-nos como uma brisa,
Como uma lagrima sem sabor, insípida.

Hoje me levantei como se
Algo me faltasse, uma ausência de contos,
E mesmo oferecendo-me é negado,
Uma linha que costura sem pontos.


Perdoe-me dia incompreendido,
Outrora já te fui mais prestativo,
Sejas da forma que melhor convêm
O que importa é ser-mos amigos.

UNIFICADO COMO ÚMIDA FLOR


Vejo-me assim
Em teus olhos
Simples simplório
E no espelho escondido na alma
Vejo-te
E no espelho escondido na alma
Vejo-te
Almejo-te como
Um orvalho que maquina
Minha ânsia
Assim sendo te clamo
Quem és?
Sou a voz
Que clama no deserto!
O que gritas?
O segredo dos secretos
Que faz sentido dentro de mim
Compartilhas
Para que outro também seja
Teu grito
E juntos calem-se
E como os lábios mesmos beijem-se
Então, assim selado
Eu parto como uma donzela
...