Jonata Oliveira
Ela era fria como gelo, até ele aparecer, ao lado dele ela se derreteu, abriu a guarda e se entregou, mas ele covardemente a machucou, se arrependeu, se odiou e então eles tentaram ainda assim, concertar oque estava quebrado, mas nada era para ela, como já havia sido um dia, como não poderia deixar de ser, ela desistiu e ele sofreu, profundamente, colhendo a solidão que havia cultivado. Assim está ele, privado da felicidade, culpado por magoá-la e hoje entende os motivos dela, agora, sinceramente, não entende como ela pôde suporta-lo por tanto tempo.
A dor? Ah, ela está sempre aqui, aprenda que ela nunca vai embora, você pode decidir ignora-la, mas tenha certeza que ela vai voltar, muito provavelmente em uma noite fria e chuvosa e você vai desejar nunca ter ignorado, vamos, entenda, ela é sublime quando você aprende a lidar com ela, transformando-a, vezes em energia, que você libera batendo em alguém ou alguma coisa, vezes em inspiração, é quando você faz poesia, pode transforma-la até mesmo em motivação, quando você acha que tem que viver loucamente pra que ela acabe, mas você percebe, cedo ou tarde, que não é assim que funciona... Ah, a dor, ela nunca te abandona, ela sempre está contigo, ela aquece a tua ira e aconchega o rancor. A dor? Ah, ela é minha melhor amiga.
Se eu a amo? Claro.
Se eu me arrependo? Jamais.
Se eu queria ainda tê-la aqui? Lógico.
Eu a teria pela eternidade, se fosse possível, pois ela é indiscutívelmente o grande amor da minha curta vida, fez a minha breve passagem por este mundo ter sentido, valer a pena... Mas infelizmente, por mais amor que eu tenha no coração, ninguém tem o direito de ser feliz prasempre, a vida é assim, uma hora as pessoas vão embora e levam as melhores partes de ti com elas. Vida que segue, vaga, mas segue.