Joliane Saba
É normal as pessoas ansiar a morte?
Uns com muito, outros com pouco e muitos com nada. Diversas histórias, dificuldades e objetivos. Famílias estruturadas ou não, pais e filhos, amigos e irmãos, amor e união. Mas, porquê uma incessante vontade de morrer?
Na verdade só queríamos sumir, nos esconder, ficar totalmente isolados. Porém, é impossível conviver isolado, escondido com tantas almas te rodeando, pressionando, cobrando atitudes de ti. E tu sabe que viver é trabalhar, estudar, dançar, chorar, beijar, abraçar e amar. E o que fazer quando esse viver ditado não ocorre de tal forma? Não existe oportunidades de trabalho, de estudo, de dança, beijos e abraços, além de que, em certos momentos beijos e abraços insignificativos não preenchem o vazio da alma, que adianta excitar o corpo, se tu n excita tua alma? Tu és um vaso oco? Superficial?
Chorar não vai te recompor, muito menos te levar à algum lugar, mas com ele é possível transbordar tua dor, exalar tua tristeza, se libertar por um momento.
Mas tudo isso é permanente, não cessa, é constante, e a vontade e o desejo de morrer vem, sabemos que seria melhor inexistir, ninguém sofreria com seus problemas.
Simplesmente, uma bomba relógio
É... e do nada uma bomba relógio se explode dentro de você e dentre os últimos segundos você reza para que não ocorra esta explosão. Porque ninguém melhor do que você sabe quais serão as consequências deste episódio. Seu coração entra em um processo anormal, sua boca resseca, você fica ofegante.
Será este um sentimento de fuga? Um sentimento desencadeado pelo seu Sistema Nervoso Simpático, que cá entre nós, de simpático não tem nada; Você começa a perder seu controle racional, suas emoções tomam conta dos seus atos e você não sabe como agir. Não sabe se vai, se fica; se corre, se chora, se grita, você perde a noção e o controle total dos seus sentimentos. Você se desespera, entra em um processo de inquietação, totalmente alucinante. Mas você, isso, você, sabe que não queria estar passando por este ciclo vicioso que de tempos em tempos te aprisiona, e junto com aquela explosão que aconteceu no início de tudo isso, foram liberados diversos pensamentos, pensamentos esses que você não queria trazer a tona novamente; diversos hormônios e neurotransmissores; várias sinapses entre seus neurônios, e você continua sem reação, vai entristecendo, ficando muito mal, e de repente você já se encontra numa situação a qual não imaginaria para aquele momento.
É, infelizmente, você, isso, você, não soube como reagir e não foi, não gritou, apenas ficou, chorou. Você e eu ficamos, choramos, deixamos tudo isso acontecer novamente, não gritamos como deveria, não fomos como deveríamos. Apenas ficamos, e vamos ficando, sempre ficaremos. No final sabemos o quão difícil é ir, é gritar. Afinal de contas, não é mais fácil ficar e chorar?
Tristeza? Este é o teu nome?
Mas, por quê?
Por quê tu antagoniza a felicidade?
Deixe-a reinar a paz no mundo, o amor, o companheirismo, deixe-a fazer o que sabe de melhor:
Sorrisos, gargalhadas, pensamentos positivos e extraordinários, ninguém quer a senhorita por perto; ninguém precisa fical mal, doentio, cabisbaixo, nem chorando, e, caso venha chorar, que seja o choro provocado pela senhorita felicidade: um choro de amor, de vida, vitórias e sucessos.
Por quê tu tens que atormentar? Segue teu caminho sombrio e deixa a felicidade brilhar, ela é linda, radiante, contagia tudo e a todos.
Aceite seu pesar, mas sem atormentar, vá para bem longe, esconda-te, inexista, morra.