João Silveira
Uma folha cai
e se perde no vento
e aguenta o seu tempo
enquanto cai.
Choram as lágrimas
sentem-se as dores em
pé ou sentado lá no sofá.
Tristeza que me assola
e me fere sem me aperceber.
Tristeza que me agarra
e me tentará fazer perder.
O Mar,
O meu refúgio preferido,
sentado na Rocha e observar,
sentir o cheiro a maresia,
poder chorar e saborear
o vento que me leva para o Mar…
A lágrima cai
a mão agarra e foge
perdida no seu tempo
enquanto cai.
Tudo parece em vão !
Trabalho, correndo o risco de falhar,
Vou, correndo o risco de não chegar,
Luto, correndo o risco de perder,
Amo, correndo o risco de chorar,
Salto, correndo o risco de cair,
Nado, correndo o risco de me afogar…
Mas faço-o,
Ou pelo menos tento !
Sinto-me como um passarinho na floresta,
Confundido com a vegetação,
Isolado pelos troncos…
Silenciado pelo vento,
E assustado á noite com a escuridão.
Vinha na estrada, ouvindo música.
Sentado olhei para o banco vazio e pensei,
Olhos brilhantes e lindos recordei.
Passam-se os segundos, os minutos e as horas,
e o tempo demora a chegar...
A hora de poder voltar a ver-te,
E fazer de novo o tempo parar.
A ouvir música continuei,
E heis que, de repente vi o sol a brilhar...
Eras tú, a chegar !