João M Archanjo
O verdadeiro culpado não é aquele que justifica o mal afligido e sim o homem que guarda para si mesmo a verdade.
A mente de uma pessoa entediada pode oscilar de uma realidade completamente nova à um completo e inexpressivo vazio existencial.
Levo comigo para todos os lugares meu passado, não como um fardo, mas como um leal amigo que me conduzirá ao meu solene futuro.
A penumbra toma espaço diante meus olhos
No céu, planetas prateados, amarelos e vermelhos.
E dele surge uma pulsante alameda de luzes
De todas as cores e formatos, de bolas até cruzes
O universo brilha em diferentes tons de cores
E no céu as estrelas cintilam como as mais altas torres
Tão distantes quanto você
Que mesmo tão longe assim jamais vou esquecer.
A solidão pode ser um sentimento obscuro
Mas é fruto da saudade que eu lhe juro
A luz do dia leva embora o medo que não quero ter
E quando olho para o Sol, a luz me lembra você.
Diante do espelho, vejo a eternidade caindo perante mim
O resplandecer do Sol leva consigo o último resquício das solitárias estrelas de marfim
Que cintilam tão claras quanto a prata
E tão fortes quanto um diamante.
E o último canto da sereia, como uma sinfonia
Engrandecia a imensidão do universo
Enquanto as estrelas juntas em sintonia
Viam o oceano do céu submerso
E quão malévolo é o tempo
Que mesmo agindo lento
Trouxe-me a dor
E em troca levou o meu amor
Seria isso fruto de minha hipocrisia?
Talvez insatisfação de minha própria ignorância
Que transformou-se em treva, tristeza e amargura
Porém, sempre estará lá, pois o amor é a cura
E quando sentir-se deprimida
Abraça-me, 5 vezes, 10, 100 ou um milhão.
Posso não ser a resposta para sua vida
Mas concerteza serei, a de sua solidão.
Seu olhar me atinge como uma supernova
E o céu cintila estrelas que já não existem mais
Nem todo sorriso cruel significa jamais
Nem toda erro cometido é um nunca mais
Toda ilusão é uma verdade não dita
Pelo cruel destino que recita
Nossa história numa sinfonia morta
Escrita em linhas tortas
Como definir o sentimento agridoce de ver você
Que nem mesmo a mais bela e atraente mulher
Poderia mensurar a capacidade de ter
Algo inexplicável, quase ambíguo e impossível.
Sou como um viciado totalmente dependente
Desse seu lindo rosto sorridente
A maior das maiores obras primas da natureza
Com traços desenhados pelo proprio Deus.
Como a Monalisa que da Vinci nunca pôde pintar
Alguém assim é impossível de não se apaixonar
Você é o Sol que ilumina meus dias chuvosos
E que me esquenta com seus braços calorosos
Com essa personalidade insuportável
E esse sorrisinho tão amável
Eu sorrio e clamo
Sobre o quanto eu te amo
A noite divaga em passos sombrios
Enquanto a lua de prata ferida se põe a sangrar
O silêncio devora o tempo que me sobra
Quando penso na pessoa que desisti de amar.
A Lua banhava-lhe com seus tons de azul
E vestia-se do branco o sujeito mestiço
Perguntavam-se os miseráveis sobre o exú
Com suas peles iluminadas no cortiço
"Quão tolo ele é", disparavam os cristãos
"Quão indigente ele será" dizia o opulento
Enquanto chorava com sangue em mãos
Sentia nas costas o fardo do lamento
Irradiava de dúvidas, ajoelhado ao luar
Por que todos tinham o deixado de amar?
Quem eram os pagãos? O que queriam insinuar?
E sua pele banhada em prata pedia-lhe o ouro
Quanto custa o pescoço desse Crioulo?
E meio a tanta indagação, nascia mais um criminoso.