João B. Gregório Júnior
Porquê me seduziste?
Nem ao menos te toque
no teu corpo não peguei,
do teu espinho não tirei.
O Porquê deste aroma?
me prendendo com teu feito,
me envolvendo desse jeito,
me deixando sem noção.
O que fiz foi passar do teu lado,
mesmo mal intencionado,
com a morte não merecia ser enganado.
Me feriste quando te olhei.
Marcaste-me com as armas que te dei!
Mesmo que eu vá, marcas tua levarei.
Abrem-se as comportas!
A manada vai subir! Depois de uma hora de espera, cada um se espreme com o outro a fim de não perder tempo para conseguir seu melhor lugar naquela carroça, quanto esforço vão! O dono da carroça, não anda dentro dela, logo, não há melhor lugar! Tudo é duro, pequeno e apertado.
Fecham-se as comportas!
É hora de conduzir o animal até o curral. Eita! Boi pra sofrer! Se antes se espremiam para subir, agora se equilibram para não cair! É tanta cabeça, que não conseguimos olhar nem para os nossos pés, imagina enxergar o chão dessa joça?! Cada um se vira como pode! Quem conseguiu lugar, ta agüentando os que não conseguiram caírem em cima de si, não que se sintam atraídos, mas por não possuírem mais como se manter de pé.
Desce a primeira boiada!
Aliviou um pouco, mas de imediato, o condutor da carroça junto com o fiscal da empresa, põe um olhar de patrão para que possamos sair daquele lugar e passar para o “nosso cantinho lá traz”, depois do contador de passagens, em respeito aos mais velhos! Que danado de respeito é esse?! Quando o dono da carroça não sabe o que é isso. Constrangidos, passamos pelo contador de passagens, e logo levamos uma ferroada em brasa, bem no bolso! Essa doeu! Além de ir em pé e espremido ainda tenho que sair com o meu bolso ferrado!
Eita! Boi pra sofrer!
O bicho agüenta tudo isso calado! Pois não sabe reclamar, se reclama, vem Seu Polícia com a vara na mão, dá razão ao dono da carroça, e pode até me fazer ir o resto do caminho a pé, comendo grama.
Êta! vida sem grana!
É difícil viver assim, sendo servido por bacana, onde se passa um serviço safado, por um preço tão caro. Enquanto isso, o dono da carroça, com a pança imensa, gordo de tanta riqueza, fecha os olhos e diz que vai tudo bem, amanhã vai ganhar mais dinheiro levando pra cima e pra baixo esse bicho mal educado, que só come capim, e não anda de carro!
Desce a última boiada!
Chegam a seus currais cansados, tiram os sapatos, deitam em suas camas de feno, fecham os olhos para descasar, com medo de acordar pensando no amanhã, quando tiverem que encarar de novo a Carroça, a Ferroada, e seu Cantinho Lá Traz, e já dorme estressado, pensando: como é complicado, ser liso, e ter uma vida de gado!
Passos frenéticos
Passos cansados
Passos ligeiros
Passos trocados
Passos que não se dariam
Se soubesse o destino que receberia
Após cada passo, não se sabe:
Morte ou vida que espera?
Universos que se encontram,
Caminhos que se cruzam,
Destinos que se vão!
No final de cada caminho uma história.
No fim de cada história uma vida.,
Vidas decididas apenas por passos.
O tempo passa, mas não muda o que é elementar. durante toda nossa vida saberemos, no momento exato, o que importa e o que não precisamos para continuar.
O homem consegue fazer evoluir o meio a sua volta, mas ainda é capaz de chorar pelas mesmas coisas que o seu antepassado mais primitivo chorava: a perda, a dor, e a dependência.
Diante dessas três tristezas primitivas, costumamos esquecer tecnologia, o avanço e o tempo que estamos, e passamos a chorar como homens desolados ou como crianças desamparadas, pois, o que era elementar no nosso viver não existe mais!
O pior é que só nos damos conta da falta, após nos sobrevir esses três elementos de angústia... e percebemos que já é tarde demais, que não temos o que fazer, e que os nossos recursos mais modernos se dobram diante daquilo que é tão antigo quanto a existência: O Não Existir.
Que haja humildade, maturidade e firmeza em nós para sabermos que ainda somos os mesmos humanos criados por Deus.
Compreendamos nossas fraquezas antes mesmo de sermos assolados pelos momentos ruins;
Que os abraços sejam dados, as verdades sejam ditas e o perdão seja liberado, pois, depois da perda e da dor, vamos chorar inconsoláveis pela dependência, pois o homem moderno, com toda sua tecnologia, conhecimento, e modificações, ainda não conseguiu superar as fraquezas mais remotas do homem primitivo.
O olhar:
fala
encanta
esconde
entrega
sorrir
chora
penetra
se deixa invadir...
Teu olhar:
Flama
Brilha
Reclama
Chama
Desvenda
Engana
Abandona
Enxerga além de mim...
Meus olhos:
Buscam
Te Acham.
Flagram
Te Entendem.
Choram
Se Desenganam
Se Iludem
Só vêem a ti.
Não há culpa em não querer:
não se escolhe o que se quer, por vezes, o desejo tem fontes distintas da razão.
Não se pode amar apenas por consideração - da mesma forma que não se deixa de amar pela impossibilidade de acontecimento.
Entregar-se sem desejo é a pior das ofensas a si mesmo e ao que deseja sua entrega;
Concretizar o desejo pensando só em si é um ato de extremo egoísmo, deve ser imediatamente abandonado e nunca executado.
Nunca coloque o fim da amizade como um escudo aos desejos, a amizade não se perde.
O seu desejo não deve obrigar o outro a desejar o mesmo.
Se fores o desejo de alguém, haja com nobreza, respeite os limites e compreenda a fuga desse de estar perto de você.
Você passa a ser desejo quando o coração do outro aperta perto de você, o ciúme arde mesmo em silêncio, e as tentativas de ter-te nunca são descartadas.
Nunca se esquece aquilo que é dito na tentativa de afastar a possibilidade da realização.
Nunca será indolor: o não, a confissão, e a constatação.
Te ver feliz é uma alegria, até que essa alegria não permite nossa participação.
Há loucura no desejo, e a razão na tristeza.
de tudo que se falou, a verdade é: quando o primeiro pensamento, o principal objetivo do dia, e quando a vontade latente for alguém, aí estaremos de fato condenados.
Não ignore o fato entre o que você soube, e o que você sabe: uma coisa é o que te contaram, a outra é o que de fato você compreendeu.
Conhecer os próprios limites é a maior de todas as sabedorias, não conhecê-lo é o que há de mais importante a ser superado.
Os filhos erram e aprendem com os erros, lembram das lições e se arrependem, e por fim reconhecem as verdades ensinadas por seus pais.
Eita vida!
Se quisermos ser felizes precisamos enfrentar a tristeza;
Se nos dispusermos a abafar a vontade, temos a garantia de ter paz com os demais.
enquanto no peito, aperta a dor da vontade não atendida, trazendo a guerra pra dentro da gente...
Que dúvida:
Ter guerra com os outros ou conosco!?!?
Ser dono de um mar calmo, ou tentar navegar em um oceano de gigantes ondas tenebrosas...
Onde precisamos navegar? Em mares vivos, ou águas mortas?
Calmaria ou Agonia, o que de fato love nossas vidas?
Quem te conhece?
Quem sabe o que você é?
Até onde podes ir?
Até onde queres chegar?
Ah! Coração…
O quanto sofremos!
Nessa estrada que escolhemos
Que só nos leva à solidão!
Não te posso arrancar do peito
De ti vem todo esse meu Jeito
Que me faz alegre ou ter pesar…
Sofro quando enfim vejo
bate forte no peito
O desejo que tenho de amar!
Uma Pessoa entre bilhões de outras
Morando em um Bairro igual a outros, dentrode um Estado, entre outras federações de um País entre tantos outros.
Tudo isso existindo dentro de um continente, participante de um Bloco Político, parte de um planeta irmão de outros, que orbitam uma estrelas, astro maior de um sistema chamado solar, que não é tão grande se comparado a outras estrelas que dominam outros sistemas em números acima dos milhares, compondo nossa Via Láctea, uma Galáxia igual a outras tantas que ultrapassam bilhões de unidades no Universo que estima-se possuir inexatos 13,5.000.000.000 de Anos/luz, e que a ciência, diante da ficção, desconfia que é apenas mais um entre outros infinitos multiversos...
Só então, olhando por essa perspectiva, entenderemos que nada somos além do que já existimos, e que diante do todo, somos tão invisíveis que o mais simples átomo parece mais expressivo que nossa fétida e suja existência moral.
Não a toa a arma do cupido é um arco: seus dardos são maliciosamente lançados e cravados no peito de um desavisado.
Suas pontas são embebedadas na imagem de alguém aleatório a quem passamos a admirar, e por mais que se tente, não conseguimos arrancar aquele dardo, então vivemos a perambular, com a imagem cravada pelo anjo, que o escolheu para amar.
O amor dói! são flechas impiedosas de uma criança; lançadas, nos enganam com a aparência da ingenuidade, doçura, inocência e leveza... Cada flecha é lançada ao seu tempo, fazendo com que a solidão seja a primeira companhia do atingido.
O cupido sofre com o esquecimento de também atingir o outro da imagem, e assim, o solitário sofre até aquele arqueiro decidir alvejar a quem deveria também no peito cravar a imagem daquela vida sofrida por amar.
Não adianta fugir, chorar, se esconder, fazer calar, se isolar, dormir... essa dor não se cura só! o amor só possui um antídoto: o amar. Até que se tenha, vira obsessão, sonhos, planos, imagens... Sem o outro não há alívio para sua dor, não há remédio para sua febre.
Ai do escolhido!, o amor fere a pele e atravessa o peito, sua dor é profunda e constante, seu arqueiro não usa critérios ou padrões, apenas atinge quem de peito aberto fica da vida a esperar, por isso ganha forças, foco e objetivos ao ser escolhido para amar.
E quando penso em te esquecer
a mente recorda o quanto gosto de você,
o coração aperta de tristeza em te perder
Os olhos choram com saudades de você.
Amigos não são perfeitos, mas são perfeitamente do jeito que precisamos que sejam para que continuem amigos.
Antes de tudo devemos aprender que:
Nem sempre se tem o que se quer
amar não significa ser amado
não há certeza na possibilidade
ver a felicidade não é tê-la
ser feliz requer escolhas
realizar requer atitudes
O desejo nada faz por si só.
A ciência é um oceano do qual somos velejadores;Temos que conhecer suas correntes, Antes de aventurar em suas águas, e assim, navegando em sua imensidão, saibamos respeitar suas forças,sendo desbravadores dos seus maressem o risco de submergirmos em suas águas.
A fraqueza provém da ilusão, da esperança desmedida no imoral, no que não é nosso, no que não tem relação com nossa realidade.