João Artür do Prado

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⁠Na janela do banheiro eu via um horrível lugar;
Uma casa tão vazia, uma cadeira e uma mulher, tudo que havia lá.

Enquanto eu banhava ela me chamava querendo me ajudar;
No dia que eles fecharam a janela, ela ainda estava lá.

Eu agora só não consigo mais a escutar.

⁠Me deito mórbida na cama, o áspero veludo dos cobertores, me lembram podres flores.

Com grandeza incompreensível de uma montanha que bloqueia a vista das estrelas.

Sobre a ombreira de minha janela tu impede que a luz da lua chegue em meus inchados olhos.

Como a brisa úmida de maio você invade meu quarto e tira de meus moveis de cedro-rosa espessas camadas de poeira.

Suas Histórias egoístas, aventuras por mim nunca vistas, ecoam pela casa; desmoronando os capiteis gregos de minha família.

Queria ser lobo entre cães como você, para ajuntar matilha e pelas ruas correr. Mas, sou como vinha em jardim e por preguiça serei até o fim.

Como tirano branco tua vontade é maior que a minha. Hoje arremesso ás profundezas as chaves da minha gaiola. Aceitando toda aventura vir só de tuas histórias.

Mas, tu se arremessaste ao abismo e me devolvera o que neguei. Tinha em esquecido que quando te disse que esteva no fundo do despenhadeiro, tu me disse também.
~~Lj

⁠Havia muitos espinhos na flor;
e muito álcool no vinho.

Havia muitos ossos na sopa;
e muito sangue nas espadas.

Haviam muitos caminhos na trilha;
e muitas marcas no mapa.

Haviam muitos rostos na estrada;
e todos eles não tinham nada.

⁠Hoje me sentei no umbral da janela, vi claro, mesmo distante a casa da vovó em sua mocidade.

Como o ferro da ribeira, que quando enferruja não é mais agradável ao toque.

Assim, é a parte alvejada pelo Sol do carpete de veludo, que perde o seu tom forte.

Se hoje meus pés pisam nas pedras lisas do riacho, é por que eram britas que arranhavam os pés da vovó em baixo.

Na escola queixo para cima, peito estufado, digo com orgulho; Meu nome é Prado.

⁠ Aos seus pés ofertei os ventos dourados que me vinham,
como um filho à mãe, dei a ti palavras de submissão.
Em troca de carinho e grassas, você desviou as penas de minhas assas.

Por isso vivi em humilhação, como pardal que cai no chão,
vi de meus amigos suas assas resplandecentes e me senti indigente.

Escutei os relatos de meu irmão e vi que ele tem razão,
então rasguei de suas costas meu voar.
Como espelho quebrado, quando você chorou não veio me agradar.

Na minha janela eu abro um portal,
Cansei de andar como cão, se sou pardal.

⁠O quarto onde eu guardava minhas tralhas não tem mais nada meu;
e a cama onde eu dormia, nem mesmo está mais lá.

Livros, estantes e tudo que eu gostava de comer eu levei para fora;
você só sabe o que é seu quando você vai embora.

Na casa de meu avô eu me tornei um visitante;
mesmo assim no meio dia nunca tem comida para mim, como se eu não fosse tão importante.

E por respeito eles toleram quem mais tem ódio;
da família de idiotas que eu tanto amo, só mais um episódio.