João Af. Maia

Tudo na vida tem um sentido, já dizia a sabedoria popular. Sabe quando tudo parece conspirar contra sua felicidade? Sabe quando tudo que você faz parece ser insuficiente? Sabe quando seu mundo parece não ter nenhum sentido diante de um amor que você nunca viu? É assim que eu vivo, essas situações parecem ser um retrato de minha vida, e aí vou me acabando e me consumindo no mundo confuso que se estabelece em mim. Já pensei que seria mais fácil fugir, mas quanto mais eu corro, mais o sofrimento me persegue, e eu ainda brinco dizendo que a vida me deu problemas super atletas, sim, super atletas! Porque se eu dou a volta ao mundo pra fugir deles, eles ainda sim me alcançam e na mesma hora já estão prontos para me seguir novamente, impressionante isso! Mas como disse, isso é apenas uma brincadeira, pois a realidade é bem diferente!
Me pergunto porque a vida nos apresenta pessoas incríveis, se de uma forma ou de outra temos que abrir mão delas mesmo contra nossa vontade? Porque não temos o direito de amá-las e cativá-las e tê-las ao nosso lado? Vida confusa hein! Nada é tão simples quanto gostaríamos que fosse!
É injusto quando entramos em um jardim e encontramos uma flor, e mesmo nos esforçando por ela, temos que deixá-la para que não tenhamos que ver as mãos que virão colhe-la um dia!
O que realmente importa com isso tudo não é o que passo ou o que sinto, claro que machuca, mas é saber que de alguma forma aquilo que você passa adiante vai fazer bem p
a outra pessoa, afinal ninguém é perfeito e a vida não nos deu um manual dizendo quem deveríamos amar ou não!

Sabe, andei pensando na vida hoje, nunca tinha parado pra pensar nela por tantos ângulos, e não é que ela é linda mesmo! Demorou pra eu acreditar nisso, custou pra eu acreditar que o tempo traria algo de positivo mesmo que fosse apenas um grão de areia chamado esperança num deserto chamado sofrimento, é nesse momento que a gente acredita nas possibilidades e as agarra e não liga pro que o mundo pensa.
Não raro eu me perco em meus pensamentos, o que é bom, ou talvez não, mas importante com certeza! Sempre pensei que o mundo estivesse abaixo de meus pés, que eu superaria tudo, que eu poderia andar sozinho, mas aí, vi que as coisas eram bem diferentes daquilo que eu pensava. Foi quando o mundo resolveu me apertar, e deteriorar minha única carruagem, os meus pés cansados, em um momento tive que parar olhar as feridas, quando as vi, não tinha mais coragem de continuar. Mas ainda não é o fim da história, ultimamente não tenho escrito sobre Ele, mas Deus sempre mostra com um jeitinho todo especial que cada caminho é feito de acordo com nosso potencial, daí me lembro que enquanto eu lá, sentado me lamentando, aparece uma anjinha que eu sempre via voando de um lado pro outro, mas que nunca pensei que fosse aquela que cuidaria de meus pés e ensinaria a caminhar direito.
Deus mandou essa anjinha, vestida por um manto de amizade sincera que há muito tempo não via, ela não sabe, mas após me ensinar a caminhas eu desabei a chorar, mas não mais de remorso ou dor, e sim de alegria, ela conseguiu me inspirar de tal forma e com um vigor que nem eu lembrava que tinha, respirei novamente um ar puro, e vi aquela anjinha voltando pro seu cantinho, sempre bem simples e sempre tão doce, e fiquei imaginando como retribuir tanto carinho, que nem eu acreditava que merecesse, então pensei, damos pras pessoas que fazem diferença na nossa vida aquilo que temos de melhor, e o que tenho de melhor em mim não é algo com valor material, e sim carregado de um valor emocional e sentimental enorme, gosto de dar asas as minhas palavras, pra que elas voem também com anjos, revelando a beleza da vida! Dedico esse texto a você, como uma forma especial de gratidão pela Amizade sublime e o carinho a mim prestado de maneira tão solicita nesses últimos dias! Não sou um anjo, apenas tenho uma alma de poeta, mas quando precisar de mim eu dou meu jeito de ir até o céu se precisar!

Olho pra minha história e me deparo com uma grande casa em construção, cujo maior arquiteto é o tempo!
Passeio nos corredores do meu passado, vejo quartos, salas, varandas, alguns perfeitos, feitos sob medida, janelas bem postas, paredes firmes e robustas, portas largas, um espaço agradável em minha memória, mas continuo em frente e não muito distante dos belos cômodos me vejo em outros que não posso definir o que são com paredes tortas, janelas postas onde deveriam estar as portas, alguns sem teto, outros nem mesmo saíram da planta, sem o mínimo de planejamento, muitos deles me causam medo e insegurança.
Continuo andando e passo aos salões do presente, o arquiteto sempre silente apenas revela ao meu coração através do seu trabalho que a obra não pode parar e que a forma com que as paredes são erguidas dependem da minha vontade, fico em dúvida, não sei se devo arriscar, ousar no projeto, não sei se o alicerce suportaria o peso das minhas emoções, por que, onde e como construir? O tempo não para, minhas respostas são necessárias mesmo que equivocadas!
Enfim subo as escadarias do futuro, vejo um terraço vazio esperando por mim, sobre ele não há muito que dizer, ainda não me decidi sobre o que construir, por hora somente planos chamados sonhos permeiam minha cabeça, anseios chamados emoções! Talvez minha única preocupação verdadeira, seja, se ao fim, tudo aquilo que construí em minha vida o tempo será capaz de derrubar, ou se tudo permanecerá para que um dia outros venham buscar seu refúgio e descanso para seus corações cansados.

Andei pensando em escolhas, caminhos, vontades, desejos e sentimentos; cheguei a seguinte conclusão: com tudo isso que a vida nos obriga a viver é preciso saber como e onde guardar, é preciso um coração aberto e forte, um coração que acredite naquilo que vive e naquilo que faz, um coração que não se deixe sufocar pela razão e sim que se deixe guiar pela sua própria emoção. É impressionante como somos obrigados a colocar esse coração em xeque e obrigá-lo a sair de uma jogada quase que impossível, até mesmo contra sua própria vontade, e é nesses momentos que cada tipo de coração toma seu próprio caminho, os mais fechados se trancam para evitar o sofrimento mas vivem a mercê da solidão, os fervorosos criam imediatamente um anseio único próprio e eufórico, os tímidos sofrem pela omissão, os zangados estouram rapidamente e logo ficam duros como pedra envoltos pela própria ignorância, e por aí se vão vários tipos de corações, cada um com sua particularidade,
Sempre sonhei para mim um coração nobre, um coração que não precisa de grandes coisas para se tornar grande e sim de atitudes sinceras que o fazem grande em sua pequenez, um coração que sabe lutar por aqueles que ama, que com tantos espinhos ainda se preocupa com as flores do campo e as rosas do jardim, que ainda cansado da luta ainda encontra fôlego para enfrentar a batalha mesmo que seja somente para ganhar um sorriso ao fim de tudo, que sabe se humilhar para enaltecer aqueles que merecem, que renega a si mesmo em virtude dos sentimentos de outra pessoa, que aos olhos de uma pessoa que não o compreende parece ser tolo, bobo ou exagerado mas que aos olhos das pessoas que ama é um grande esteio, uma fortaleza onde o refúgio dos corações sofridos se encontra. É apenas um simples coração, a única diferença é que esse possui amor como centro de tudo! Talvez seja por isso que o maior dos corações nobres, foi capaz de se entregar em uma cruz!
Amor é algo que só produzirá frutos em nossas vidas, quando soubermos nos deixar conduzir por ele!