Jéssica F.
Desculpas não justificam erros. Perdão não é amnésia. Não há borracha para palavras ditas. Não se passa corretivo em gestos. Amor não tem remetente. Não há correio para o ódio.
Eu te amo na essência que é amar e no todo que é sofrer. Te amo nas mais complexas angústias e nas mais excêntricas felicidades. Te amo no titubear do tempo e nos relâmpagos momentos. Te amo nas mais densas lágrimas e nos mais simples sorrisos. Te amo nas mais infindáveis convicções e nas mais insanas dúvidas. Te amo nos mais diversos gestos e nas mais autênticas palavras. Te amo nas mais furtivas lembranças e nas mais intensas expectativas. Te amo nos mais enfatizados sonhos e nos meros desejos. Te amo no desleixar do sentido e no apego á própria sorte. Te amo no abandono da razão e na inexistência de um porquê. Te amo na presença de se ter e na falta do poder. Te amo no pouco que se tem e no excesso que se ganha. Apenas te amo.. Na presença ou na falta, eu te amo. Te amo por que é incabível deixar de te amar. Pois eu não só te amo nas memórias do ontem, nas perdas do hoje e nas esperanças do amanhã, como te amo no agora, pois se eu deixar pra depois talvez não haja mais tempo pra te amar. E tempo é do que eu mais preciso.
A verdade é um estranho que não nos olha nos olhos. É mais difícil de entender, mais complicada de se aceitar. Mais difícil de acreditar, e mais ainda de se dizer.
Fotografias.
São momentos que congelam num instante e então conseguimos guardar. São necessárias quando nossa memória nos é vaga e limitada, e há momentos que precisamos manter vivos, e basta um click pra tê-los pra sempre.
Não são remédios para a saudade, mas reduzem muito ela. São provas de que, aquelas pessoas naquelas imagens existiram naquela hora, naquele minuto, naquele segundo, naquele momento. E você não permitiu que o tempo os apagasse, deixando-os não só vivos em você como para você. E então você percebe que aquilo que temos pra sempre, leva a eternidade para nos deixar. E as fotografias realmente vivem além de você.
Palavras.
Eu não consigo viver de fotos, elas vão ficando tão foscas. Eu sinto falta da parte real, da imagem que meus olhos vêem, da verdade na voz que meu coração sente. Eu não quero de ti só a lembrança, eu quero a sua presença. Meu amor não pode mantê-lo vivo em mim para sempre, o tempo apaga até as boas memórias.
Então eu lhe tenho em palavras. Palavras que não borram, não se apagam. Palavras que o tempo não leva. Palavras que recriam o sonho que tenho de ti. Palavras que te alimentam em mim. Pois quando penso em você meu mundo é poesia, escrita e sentida na dor da saudade. E minhas palavras vêem de ti.
Tenho medo de fazer dar certo no medo que tenho de errar. O medo é a preguiça da coragem. E eu tenho medo de tudo, pois medo não tem identidade. E se tivesse, eu teria medo de descobrir.
Sou tão sensível para o mundo quanto sou para mim mesma. Tudo ao meu redor é inspirador. Até mesmo o que não vejo sou capaz de descrever, pois tenho bastante imaginação.
De onde venho é quem eu sou. Aonde vou é quem quero ser. Onde ou aonde estou é apenas uma passagem. Viver é um ir e vir que nunca cessa.
Eu gosto de dizer o que sinto por você, só que na maioria das vezes não consigo exprimir o que sinto. É como se vivesse escondido, e quando eu achasse, fosse perdido.
Por que se me dessem força, eu não teria esperança. Se eu não tivesse esperança, não conservaria a fé. Se eu não tivesse fé, não teria sonhos. Se eu não tivesse sonhos, não seria feliz. Se eu não fosse feliz, eu seria um vazio. Se eu fosse um vazio, eu nem existiria. Se eu não existisse, alguém existiria por mim.
Canção de amor.
Tuas palavras em mim são feito as notas de uma melodia, quando escritas são só rabiscos num papel em branco, mas quando lidas, tocadas ou ambos - são música, invadem meus ouvidos, invadem minha voz, e eu as canto. Eu as canto feito pássaros assobiando uma canção de amor, que mesmo sem ser entendida, é linda de se ouvir. E eu as canto feito o vento entre as folhagens numa tarde de outono ou numa manhã de primavera, que traz consigo também, não só a canção de amor, mas o suave e molhado perfume da paixão. E eu as canto feito as ondas quando quebram perto da areia: tão fortes e tão tranquilas, soam como um sussurro aos 4 ventos, se desfazem e se refazem novamente, dando continuidade a canção, a eterna canção de amor.
Minha pessoa amada.
Quanto mais eu amo, menos expectativas tenho pela pessoa amada. Não espero que ela aja de acordo com meus desejos e vontades, nem me restrito á sentir-me decepcionado quando ela errar. O que eu quero é que ela seja, independente de meus ideais - ela mesma, me fazendo bem ou mal com isso, mas me acrescentando algo que eu não sou nem nunca serei sozinho. Na verdade, se pensar bem, é justamente por isso que eu amo, pois, sem encaixá-la em nenhum de meus ideais e anseios é que eu ela se torna única, não como algo que existe só - limitado e exclusivo, mas como algo que, em meus olhos, tem mais brilho e valor do que todos os demais, só que sem tirar a cor deles. E é com esses olhos que eu a amo, estes olhos tão faceiros que viram nela uma simplicidade tão delicada, um amor tão simples e uma delicadeza tão sutil. Nela, o afeto e a ternura andam juntos, caminhando entre o perdão e a misericórdia, abrindo portas para a fraternidade, a partilha e a caridade, acenando todos os dias para a honestidade e a compreensão, e sempre de mãos dadas com a esperança. E eu a amo, amo minha pessoa amada, mas não a tenho, nunca terei. Ninguém me impede de tê-la, mas ela não poder ser minha assim como - mesmo querendo - não posso eu ser dela. Ambos somos somente e especificamente do amor, aquele que não exerce poder ou autoridade sobre ninguém. E aquele que vive do amor e por ele jamais será dono ou terá controle algum sobre ele ou sobre aquele que ama e que, por sorte, também amá-lo. E eu a amo, amo minha pessoa amada. Eu não a tenho em minhas mãos, mas meu coração a acolhe e em minha alma há toda a sua essência.
Poema.
Ó meu amor,
Teus lábios são tão venenosos
Teus beijos doces me roubam o ar
Teu hálito inebriante a minha visão
Ó meu doce amor
Tua língua na minha é serpente
Enrosca-se nela como se fosse presa
E dela talvez eu não saia vivo
Ó meu querido amor
Teu amor me dá a vida
Teus beijos me matam e ressuscitam
Se eu peco, é por amar-te demais
Mas ó meu amor
Tu que me deste a vida
Assim também há de tirá-la
Ao rejeitar esta afeição
Mas por amor
Por amor eu morreria
Se fosse só pelo teu
Ó minha amada.