Jéssica Davian
Permitir... A conversa, o abraço, o perdão, o desabafo, a tolerância, a humildade, otimismo, relevância, carinho, riso, afago, liberdade, compaixão, o que foi abalado, arrancado e proibido. Para que os erros passados não tragam remorso do que já foi e não pode ser recuperado.
Saudade! Do que não foi, do que poderia ter sido, do acontecimento, do ousado, de fazer o que ficou inacabado, das palavras que não foram ditas e nem ouvidas, do momento, da convivência, do que se foi, do que eu não vi, de tudo que foi tirado pelo ódio, pelo ócio, orgulho, ignorância, insegurança e mediocridade.
Principalmente... Falta da presença que se tornou ausência e agora é vazio.
Dos meus medos...De o supérfluo criar em mim obsessão pela aparência fazendo com que eu me transforme em uma boneca de plástico. E quando eu me olhar no espelho já não exista nenhum traço meu.
Desconhecidos se misturam em uma confusão de cores e sons distinguidos apenas pelos passos. Eu sou apenas mais uma completando a variedade de tons de peles e cabelos que se difundem em meio à multidão das cidades.
Divago em pensamentos até idealizar tudo o que a convicção condena. Começo a flutuar em um espaço de possibilidades sem sair do lugar. A banalidade que tanto cansa permanece estampada nos gestos programados meticulosamente em frases gravadas na memória para responder prontamente as solicitações rotineiras.
Criança amedrontada tire o medo e a loucura de seu olhar e extermine os fantasmas do passado. Passado no qual ainda está presa. Vamos saia de agora de lá. Abandone seu apego ao velho. Já é hora de crescer e assumir os anos em que não viveu. Não viveu por estar presa. Não viveu, por seu apego aquele brinquedo que fez de o seu favorito... A dor.