Jerry Bridges
Uma consciência sensível, que está alerta ao pecado – e especialmente aos pecados “requintados”como o orgulho, o espírito crítico, o ressentimento, o descontentamento, a irritabilidade, e assim por diante – é um grande auxílio na busca da santidade à medida que ela nos capacita para estarmos cientes das falhas visíveis e também daquelas que não são visíveis a todos.
Minha observação sobre o cristianismo me revela que a maioria de nós tende a basear nosso relacionamento com Deus em nossas atitudes ao invés da graça. Se agirmos bem – seja lá o que “bem” significa para cada um de nós – então esperamos que Deus nos abençoe. Se não agirmos tão bem, nossas expectativas diminuem na mesma proporção. Nesse sentido, vivemos pelas nossas obras, ao invés de vivermos pela graça. Somos salvos pela graça, mas ainda vivemos pelo “suor” de nossas próprias obras.
Mais ainda, estamos sempre nos desafiando e desafiando uns aos outros a “tentar um pouco mais”. Parece que acreditamos que o sucesso da vida cristã (seja lá como definimos “sucessos”) depende basicamente de nós: nosso comprometimento, nossa disciplina e nosso zelo, com alguma ajuda de Deus ao longo do caminho. Falamos da boca para fora que somos como o apóstolo Paulo, “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou” (1 Coríntios 15:10), mas nosso lema velado é “Deus ajuda quem se ajuda”.
A lealdade fala verazmente com fidelidade, mas também com amor. A lealdade diz: "Interesso-me tanto por você que não deixarei você continuar desenfreadamente com sua ação errada ou atitude pecaminosa que, no final, lhe causará danos."
A graça não leva em conta os nossos merecimentos. Ela considera todos os homens e mulheres totalmente sem merecimento e incapazes de fazer algo que possa obter a bênção de Deus.
Seus piores dias não são tão ruins que você esteja fora do alcance da graça de Deus. E seus melhores dias não são tão bons que você não precise da graça de Deus.
A providência de Deus é Seu constante cuidado e governo absoluto sobre toda a Sua criação para Sua glória e para o bem do Seu povo.
Deus jamais busca a Sua glória à custa do bem do Seu povo, nem busca o nosso bem à custa de Sua glória. Ele projetou Seu propósito eterno de forma que a Sua glória e nosso bem estejam inseparavelmente unidos.
A doutrina da providência de Deus afirma claramente que podemos confiar nEle, que Ele cuida de nós permanentemente (não só de maneira ocasional) e governa todas as circunstâncias de nossas vidas.
Nada é muito grande ou muito pequeno para escapar da mão soberana de Deus.. A aranha construíndo sua rede no canto, e Napoleão levando seu exército em toda a Europa, estão sob o controle de Deus.
A confiança na soberania de Deus em tudo o que nos afeta é crucial para nossa fé nEle. Se há um evento particular em todo o universoque possa ocorrer sem Seu controle soberano, então não podemos confiar nEle. Seu amor pode ser infinito, mas se Seu poder e Seu propósito podem ser frustrados, não podemos confiar nEle.
Precisamos tomar o cuidado de, na hora de pregar o evangelho para nós mesmos, não pregarmos um evangelho sem cruz. Devemos tomar o cuidado de não nos fiarmos no chamado amor incondicional de Deus sem perceber que seu amor somente flui em nossa direção em conseqüência da morte expiatória de Cristo.
Estamos mais preocupados com a nossa "vitória" sobre o pecado do que sobre o fato de que nossos pecados entristecem o coração de Deus.
Só quando estamos completamente convencidos de que a vida cristã é inteiramente de graça, somos capazes de servir a Deus com um coração agradecido e amoroso.
Deus não nos chamou para sermos como aqueles que nos rodeiam. Ele nos chamou para sermos como Ele mesmo. A santidade é nada menos do que a conformidade com o caráter de Deus.
Você tem não somente de crer que Deus está no controle de cada acontecimento deste universo e, de modo específico, de cada acontecimento de sua vida, mas também que Ele, ao exercer esse controle, o faz motivado por infinito amor por você.
Viver pela graça significa entender que a bênção de Deus sobre a nossa vida não é condicionada pela nossa obediência ou desobediência, mas pela perfeita obediência de Cristo. Significa que, em resposta de gratidão à graça de Deus, procuramos entender a sua vontade e obedecer a ele, não para sermos abençoados, mas porque fomos abençoados.
Em termos da sua aceitação por parte de Deus, você está disposto a depender unicamente da obra perfeita e acabada de Jesus em vez de depender do seu desempenho miseravelmente imperfeito?
Ninguém deve se sentir seguro em sua sala de estar ou amedrontado em uma UTI, pois nosso tempo é determinado por Deus e não pelas circunstâncias.