Jerónimo Cesarina
Amores no silêncio!
O que são palavras para ti?
Coisinhas pequenas que se diz,
Ou censura da alma que condiz?
O que dirias das minhas palavras?
Seriam loucuras eternas de um Romeu,
Ou forma na desforma de um plebeu?
E se eu disser que já te amo?
Seria amor a liberdade, ou cativeiro a ti?
Um Soror ao verso que te clamo...
Tu no silêncio me ouvirias até ao fim?
Meu silêncio?
Um abismo de palavras (Morte, se calhar…)
E que dirias do silêncio que desnudas?
Meu amor em um olhar,
Ou beijo suave de Judas?
E se eu disser que já te quero!
‘’Querer” seria aos Lusíadas,
Ou dor e morte embaladas?
E se no querer fosse perder,
Então, no amar fosse morrer.
No silêncio seria viver?
E se eu disser não te querer?
Então, seria que nem mentido
Assumindo o medo de te perder!
O que são palavras para ti?
Coisinhas pequenas que se diz,
Ou censura da alma que condiz?
(Amores no silêncio)
No meu silêncio para ti?
Talvez seja silêncio de palavras não ditas- [Morte, se calhar…(se eu ousar em te dizer)]
Quando calo, como tu me vês?
Quando no meu silêncio tu me desnudas?
- Tu vês meu amor em um olhar?
- Ou, um beijo suave de Judas?
(Amores no silêncio- editado)
E se eu disser que já te quero!
‘’Querer” seria aos Lusíadas,
Ou, dor e morte embaladas?
(Amores no silêncio)
E se no querer fosse perder,
Então, no amar fosse morrer!
No silêncio seria viver?
(Amores no silêncio)
DESABAFO DE UM OPERÁRIO
Nós somos a voz que grita, sem ser ouvida.
Fomos a cantiga em choros, sem ser sentida.
Nós temos sido os mais miseráveis nesta vida,
Os mais tristes, encovados, e mais despresíveis.
Tu e eu somos pedaços partidos,
Nós somos um verso quebrado.
Míseros e não escrítos, encanecidos
No abismo de um papel esquecido.
Tu e eu somos pedaços partidos,
Nós somos um verso quebrado.
Míseros e não escrítos, encanecidos
No abismo de um papel esquecido.
ALIENAÇÃO
Olho bastante, olho com muita anteção
Olho exaustivamente para o nada
Mas nada vejo
Ouço palavras, Escuto vozes
presto bastante anteção em tudo
Mas nada percebo.
Tornei-me cego e surdo
Tornei-me nisto e naquilo
Que mundo distante e indiferente que eu vivo!
Olho antetamente para o Vazio dos gestos
Sinto o vazio em mim
Vazio nas palavras não percebidas
No silêncio das vozes que se falam
Nada torna-se claro,
Nada torna-se percebido
Nada faz sentido,
Simplesmente nada
Em nada se torna o que eu digo
Porque eu sou o nada!