Jemartines
Eu não precisava de muita coisa na quela noite, apenas dele! Ele e nada mais. Ele já era o suficiente. Ter ele ali, já me fazia satisfeita .. Já me mantia viva o meu vicio de ter ele. Minha rotina era, não tocar mais no seu nome, e quem sabe pode dizer ”Ele não me tem mais”. Mas ele me conhece, eu faço tudo errado. Ele, o meu erro mais bonito. Eu continuo errando, na espera de me acertar com ele.Eu sempre soube que ele era um erro, mas erro maior que esse, só o meu amor que esta aumentando. — Ah meu bem. Se tem algo mais bonito que você, eu diria que esse algo somos nós. Sem cerimonias, sem planos sem nada, agente se encontrou de novo. Eu estive ali entrelaçada entre seus braços fortes, toda envolvida no seu cheiro, nos seus beijos com aquele profundo gosto amargo do cigarro. Esquecemos de tudo aquela noite, exceto o amor. Ah o amor! Como eu poderia me esquecer do amor, se eu estava vivendo um? Eu sou fraca pra amar por nós ”dois”. Então por favor, me ame de volta. Eu sei que estou me repetindo, causando o mesmo erro varias vezes. Mas oque eu posso fazer? Cara! Olhe pra mim quando ele está por perto, me fala, eu sou fraca em relação a ele. Desculpa. Desculpa.. Eu desejei ele tanto aquela noite, eu tive ele em meus braços frágeis, eu me lembro! Eu estava lucida, eu o abracei forte, como se fosse o nosso primeiro abraço, e então eu encostei vagarosamente a minha cabeça no seu peitoral, e olha, foi um dos momentos mais lindo da minha vida. Eu pude ouvir silenciosamente as batidas do seu coração, e o vento assoprando lá longe, as folhas sendo levadas para outros caminhos com o sopro do vento. Foi um dos sons mais lindos que eu já ouvi. Eu o quis por muitas noites, e tive ele em poucas, e no outro dia eu sabia que teria um castigo por ter tido ele em meus braços. Eu sentiria a falta dele no outro dia. Esse é o meu pior castigo. Sentir a falta dele no dia seguinte. Desce a bebida mais forte, que o dinheiro dá pra comprar. Uma doze dele aqui, outra doze dele ali. Foi assim por horas, eu e ele, ali. Mas que droga, ele é o meu vicio. Olhei pra ele e foi como se eu nunca tivesse gostado de alguém antes. Foi como se eu gostasse de alguém pela primeira vez. Eu não me mantive em pé, e então, uma lagrima rolou, do meu olho ao perceber que puderia ser a última vez em que eu pudesse ter ele ali, todo pra mim bem na minha frente, outra lágrima rolou dentro do meu coração ao ver a velocidade das suas mãos sobre meu rosto. Quando eu menos esperei, havia desaparecido a lágrima que eu chorei. Tá chovendo dentro de mim, quase que um temporal. — Como vai fazer agora sem ele? — O tempo, vou ter que ter o tempo pra lidar com o que passou. Me disseram que isso é como num filme, e que todos já sabem o final, eu também sei! Então eu vou fazer esse filme não ter um final.
Mas é com você que eu quero passar o resto dos meus dias. É com você que eu quero passar abraçada os dias chuvosos e frios, jogados no sofá da sala, de pijama enrolados no cobertor, comendo qualquer porcaria, vendo qualquer filme na tv. É com você que eu quero morar em um daqueles prédios altos no centro de São Paulo. É com você que eu quero beber das bebidas mais fortes e dizer tudo oque me vier na mente, e no outro dia acordar nos seus braços. É com você que hoje eu me imagino daqui uns 10 anos. Eu te imagino no meu futuro. Mesmo que eu encontre outra pessoa, mesmo que você encontre também. É você. Sempre foi você, sempre vai ser você daqui pra frente. Desdo momento que eu estive com você, agente ali abraçados, eu tive a concreta certeza de que agora é você. Eu quero desde hoje, até o fim dos meus dias que seja você, quem faça meu coração pulsar com rapidez, eu quero sentir aquele frio na barriga ao ouvir você abrindo a porta do nosso apartamento no final da tarde, eu quero com você comemorar a data do nosso primeiro beijo. Eu quero você, assim como você me quer. Eu quero você todas as noites me acariciando até eu pegar no sono, mas também quero te olhar dormindo nos meus braços poder acariciar de leve o seus cabelos, e vagarosamente encostar meus lábios nos teus. É de você. É de nós. É disso que eu quero da qui pra frente. É de você meu amor, que eu preciso depois que te conheci. Quero cuidar de você, e te fazer o homem mais feliz. Quero ter uma musica em especial para nós. Eu quero usar a aliança na minha mão direita, e que tenha gravada dentro o teu nome. Eu quero ter o seu sobrenome. Quero ter um porta retrato na sala com a nossa foto. Eu quero ter o mesmo endereço que você. Quero respirar o mesmo ar que você. Quero todos os dias pela manhã ouvir o seu ‘’bom dia amor’’. É … que não vai ter outra pessoa que seja assim, tão único. Eu quero definitivamente você. Eu vou viver na espera de poder viver a vida com você.
Chega mais pra perto, me dê aquele tão esperado beijo de cinema que eu tanto imaginei, sem ao menos saber se aconteceria, mas imaginei. Tente me beijar e eu virarei o rosto — Desculpe quero dar uma de difícil. Mas ao contrario de “difícil” eu to muito fácil pra você. Tu me ganha apenas com esses olhares e sorrisos de cantos. Chega mais pra perto. Me envolva no meio desses teus braços fortes, deixe esse seu cheiro de cigarro se misturar com o meu perfume. Deslize seus dedos nas minhas costas, até me arrepiar a espinha. Comanda um beijo nosso com as mãos na minha cintura. Me faça carinho, me beije, me mate de amor. Mas não vá embora. Encosta tua cabeça no meu colo, e deixa que eu te faço adormecer acariciando seus lisos e claros cabelos curtos. Fica em silencio, não precisa dizer uma se quer palavra. Apenas deita aqui e fica. Fica, apenas fica. Não me manda embora e nem diz que vai embora. Eu preciso de você de qualquer jeito, eu preciso. Não me faça contar os dias que eu tenho pra te esquecer, porque eu sei que não saberei te esquecer mais. Não vá embora, te peço, mas também não me deixe ir embora de você. Mas se decidir ir, que vá! Mas que leve esse meu coração junto, e assim eu finalmente poderei viver sem coração. Me traga as bebidas mais fortes, e também uma dose de amnésia. E que me tragam você, claro. Em um banco de praça, qualquer rua deserta que seja. Estaríamos ali, meio inconscientes, quietos por dentro, mas se pegando por fora a fora. Sentindo as minhas mãos subindo pelas suas costas, trazendo sua camiseta junto, minha respiração ofegante, meu coração acelerado. Os beijos estralados, os corpos encostados um no outro. Era um se aproximando cada vez mais do outro, sem ninguém saber ou imaginar. Cada vez mais perto, perto do precipício. Mas se continuar chegando cada vez mais perto com essa intensidade toda,saiba que eu não vou te largar mais.
Pode-se dizer que ele era quase um homem, tinha lá seu corpo estruturado feito um rapaz bem avistoso. Ele me atraia de alguma maneira com aqueles olhos castanhos e principalmente aqueles braços que por vezes eu me imaginei por entre eles, me roubava toda a atenção que eu tinha durante as aulas. Ficava um tanto difícil me concentrar em algo que não estivesse ligado a ele, muitas das vezes meu esforço de olhar pra ele sem que ele percebesse ia por aguá a baixo, e eu ficava um tanto sem jeito. Ele me causa contrações ventriculares prematuras. Nem nos olhavam diretamente, mas de vez em outra eu pegava ele me olhando justo na bendita hora que eu o olhava. Não nos tocavam, ainda. Como poderia? Ambos ali tão quietos por fora, e por dentro sem saber oque um sentia pelo outro. Mas veja bem! Da minha parte eu não sei juro que não sei oque sinto. Por ilusão eu falaria que é ”amor” mas não. Não é! Nunca foi porque diabos poderia virar amor justo agora? Não. Digo e repito não é amor cara! É atração física quem sabe… Mas olha eu aqui fugindo do tal do ”amor”. Mas eu digo olhar ele é algo bonito aliás muito bonito.
Mas você se lembra do champanhe aberto no ano novo, pois então, poderia ser o champanhe do nosso casamento.
Poderia ser a gente ali, na quela cama entre os lençóis bagunçados, o travesseiro com o seu cheiro, nossos beijos estralados com o gosto amargo do seu cigarro, o começo de uma manhã, não precisava ser aquela manhã ensolarada, com barulhos de pássaros vindo do lado de fora, com raios de sol atravessando a janela do nosso apartamento, tipo clichês de filmes românticos. Poderia ser uma da quelas manhas nublada mesmo, fria, em que agente abre a janela do quarto e se depara com a imensidão de um céu todo acinzentado. Poderia ser a gente ali, deitados na quela cama, ouvindo o nosso próprio silencio e o barulho das folhas caídas no chão, sendo levadas pelo sopro do vento lá fora, poderia ser a agente ali, nos cobrindo de amor dos pés até a cabeça. Ah poderia sim ser agente. Por que de não ser? Simplesmente não existe um porque. Por que simplesmente poderia ser agente. Mas não é. De vez em quando vai ser! Eu sei que vai ser. Mas depois de tantos desenganos,depois de varar a madrugada imaginando se poderia ser a gente, eu me pergunto. —Porque de não existir a gente? Por que nem tudo depende da gente, e essa é a grande porcaria. Oh meu amor. Me desculpe, por essas escritas que te mencionam discretamente. Mas as minhas dores são poros por onde transpira as escritas. Tudo anda sobrando em mim e ao mesmo tempo não ah nada em mim. Mas que diabos que eu tenho? Eu tenho de tudo! Eu tenho todas as dores de amor que imaginarem. Mas eu não tenho você. Eu te imagino, te reinvento. E quando eu realmente te tenho envolvido nos meus braços, eu simplesmente não o quero deixar ir. É como se eu te protegesse de todo o mal que habita longe de mim, é como se eu te cuidasse de longe. Dói. Todos sabem que dói cuidar de um amor de longe. Mas é amor cara. E amar dói mesmo. A gente poderia ser tanta coisa juntos, e optamos para ser as vezes um desconhecido um para o outro. E a cada reencontro, a gente se encontra e se conhece de novo. A gente se repete, se cansa. Mas vamos imaginar essa historia como um filme, como uma serie talvez, que tem vários capítulos. E nunca um final. Eu não posso imaginar agente tendo um final.
Oi sou eu, como sempre tem sido eu, não é mesmo? Tem sido eu, todas as madrugadas a garota que te manda mensagem perguntando se você ainda esta acordado, querendo te dizer mil coisas, mas nunca te dizendo nada, sou sempre eu querendo conversar com você, mas conversar mesmo sabe? Ter lá aquelas conversas que nunca se acabam, passar mais de 24 horas conversando com você, porque eu sei que não iria me cansar das suas palavras, porque são delas que eu ando precisando nos últimos dias. Alias é de você que eu ando precisando. Eu to te vendo indo embora da minha rotina, da minha vida, sem poder fazer nada pra impedir. Eu estou deixando que as coisas percam o total sentido, mas você me conhece, e eu sempre faço tudo errado. E hoje eu já não te tenho mais nas minhas mensagens recentes, e os nossos dialogos eu apaguei todos. Eu sinto a sua falta, eu sinto falta principalmente daquele meu sorriso que vivia estampado no meu rosto quando eu vinha embora dos nossos encontros ocasionais, sinto falta das suas mãos na minha cintura conduzindo um beijo nosso, eu sinto falta de como eu era a uns meses atras, sinto falta do seu cheiro de cigarro amargo na minha roupa, eu sinto falta de você. Eu não me reconheço mais, eu já não consigo me sentir bem nos dias atuais.Os dias vão se passando e eu não consigo pensar na ideia de que eu não vou mais te ter envolvido nos meus braços. Eu sempre soube desdo incio que você iria me fazer mal, mas eu não queria saber de mais nada, só de você! E então eu pulei desse abismo, sem saber se você estaria lá embaixo pra me segurar.. Eu pulei. E quanto maior o pulo, maior a queda. Eu me machuquei toda, e você não está mais aqui pra cuidar de mim. Porque você tem esse total controle sobre mim? Que diabos você fez comigo menino? Olha como eu me encontro hoje (...) Perdidamente apaixonada por você. Me diga alguma coisa, bate aqui na minha porta, me escreva um e-mail de duas linhas que seja. Mas me procure, vem e mata essa saudade que tanto me mata por dentro. Hoje eu só queria um café quente, uma caneta e um papel e claro, junto você. Mas eu não posso querer por nós dois, você teria de querer também, mas nada depende só da gente e essa é a grande porcaria. Ah me perdoe pelas lagrimas caídas no canto dessa folha amarelada. Eu não consegui me conter. Cada vez mais eu te trago para dentro de mim, mesmo querendo que você vá embora de vez. Eu ainda tento intender, o por que de me apaixonar justo por você. Sera que é por causa desse seu jeito? Desse seus dias de lua, desse seu cabelo liso e claro, desse seu cheiro amargo de cigarro, desses traços que curvão o seu rosto quando você sorri, desses seus ombros largos e braços fortes, da graça que você faz ou quando você fica em silêncio. Ou por que jamais vou encontrar alguém assim, igual a você. Que me complete tão por inteiro. Eu simplesmente não consigo desistir de você. Não consigo desistir nem pelas palavras que você não disse, e dos sentimentos que não demonstrou, eu não quero desistir da gente. Eu simplesmente te quero comigo. Junto de mim. Simples assim cara. Eu não quero te ver com nenhuma outra garota. Eu não to preparada pra isso. Eu quero continuar te tendo nos meus braços, eu quero ir embora pra minha casa com o seu cheiro na minha roupa. E em seguida te mandar uma mensagem dizendo que amanha agente se vê novamente.Eu quero viver os dias com a certeza de que agente sempre vai ter um ao outro no dia seguinte. Eu quero te dizer que o seu sorriso é lindo. Eu quero te dizer todos os clichês do mundo. Por que amar alguém já virou um baita de um clichê. Poderia ter sido tudo diferente, tudo tão mais explicito se você não dificultasse tanto assim as coisas. Esse amor todo vai durar muito ainda. Sabe porque? Porque todos os dias, eu acordo com a mesma vontade de ver esse teu rosto, esse seu sorriso. Mas é que na verdade, eu ainda quero ser o motivo dele.
Eu não quero mais comemorar a data do meu aniversario, porque já não tem tanta importância perto do dia que eu te conheci.
Você (...)
Começando minhas longas palavras com você na primeira linha. Você, apenas você neste breve momento. Com meus lábios secos pela sede, eu vou lendo em voz baixa para mim mesma, o que lhe escrever, minhas mãos um tanto geladas, suando frio, procura o telefone, para talvez por descuido meu, te ligar discretamente, e ouvir essa sua voz cansada, e então te dizer um Alô com a voz tremula. Ocorre tanta coisa na minha cabeça, que eu vagarosamente tento organizá-las dentro de mim mesma, para que as palavras saiam explicitas e com clareza. Tenho que te dizer tantas coisas, mas ao mesmo tempo não sai nada. Eu sempre carrego comigo uma frase que se agravou em minha memória, acho justo usá-la na minha escrita — Nada me garante que você será o amor da minha vida.
Mas confesso, tenho que concordar com esse abestado clichê que anda por ai nos textos alheios. Deixe ir, se voltar é porque realmente é seu. Será? Talvez você seja mesmo meu. Pode não ser nessa vida, mas você ainda será meu. Assim, igual a esses casais vistos em filmes americanos. Naquela noite, antes de entrar para minha casa, o que era eu? Depois de ter ficado breves minutos entrelaça por seus braços, o que era eu? Era o que os outros sempre haviam ter visto. Mas eu ainda não me reconheço depois de ter você junto a mim. Eu novamente estou entrando em um túnel todo escuro, chamado amor. Onde no decorrer do caminho eu não sei o que poderei encontrar por lá. Estou me arriscando. Eram quase três da madrugada e há muito tempo eu não me pertencia tanto. Como é difícil a gente voltar a ser o que era antes depois do primeiro amor. Não é drama, mas todos sabem que ficamos com uma sequela. E já no segundo amor, a gente tenta fazer diferente, e se der sorte, dá certo. Eu vou contra o tempo, busco as melhores palavras que possam existir para te mencionar nessa minha escrita demorada. Mania boba que a gente tem, de escrever para quem não irá ler nossas palavras. Mas moço; e esses traços no seu rosto, que curvam o seu sorriso, não sai mais da minha cabeça. Esse meu par de olhos, que te olhavam a cada fração de segundo, que captava cada gesto seu, e tudo ficou guardado em mim como uma fotografia. Então antes que alguém diga qualquer palavra, eu interrompo com o meu silencio, e pronuncio — Eu estou te querendo, então por favor seja gentil e me queira de volta.
Cansei de escrever, quero te falar. É nessas horas que eu chego a ter dó, desprezo por mim mesma, são nessas horas em que o ponteiro aponta pra madrugada que eu me sinto fria, totalmente perdida dentro do meu quarto bagunçado. Sem saber a quem recorrer e muito menos o que dizer. São tantas as palavras que estão aglomeradas dentro de mim, que eu estupidamente preciso vomita-las sobre você, para que você, meu amor, sinta o gosto de como é amar verdadeiramente. E vou logo dizendo, não é esse arco Iris todo que se vê em novelas ou filmes. Amar é um baita de um clichê, e como todos sabem, causa a maior dor no coração. Por fim juntei as minhas palavras, não para lhe ensinar como é amar verdadeiramente, e sim para te dizer que eu, apenas eu, no meio de milhares de seres humanos existentes no planeta terra, te escolheu. Não me pergunte o motivo eu provavelmente não saberia te responder. Mas eu te escolhi, claramente eu te escolhi para me fazer feliz, para segurar as minhas mãos geladas nos dias frios, para me amar de volta. Simples, eu te escolhi para você me namorar, em um banco de praça, embaixo de uma arvore, vendo o por do sol, que seja, em qualquer lugar do mundo, eu te escolhi para ficar junto de mim. Mas como agente sabe, nada depende só da gente. E certamente a vida não seria tão boa comigo, ao ponto de me proporciona essa felicidade toda, de te ter aqui comigo, apenas comigo. Minhas palavras vão se aumentando, meus dedos trêmulos procuram as letras apagas do teclado para digitar o seu lindo nome. Ah! O seu nome, eu quero dar o nome do nosso filho com o seu nome e sobrenome. Desculpe-me, meus pensamentos ás vezes fogem da minha realidade, me causando muitas ilusões.
Escrevi, apaguei, reli, pronunciei, e não cheguei ao meu ponto de partida. Enfim, eu juntei pela milésima vez as minhas palavras, guardei no mais escondido dos lugares possíveis os meus sentimentos por você, para quem sabe, eu pudesse te esquecer de vez. Mas ocorreu um erro terrível. Eu não te esqueci, e toda vez que você passa por mim, eu sinto meu coração pulsar com a maior intensidade. Eu fico sem jeito, eu procuro me distrair com outras coisas, mas nunca da certo, você me olhando disfarçadamente, rouba toda a minha atenção. E eu, como sou besta, me derreto completamente por você. Por que insiste em fazer isso comigo? Me deixa toda abobada, quando está por perto perco o equilíbrio, perco até o chão sabia não? Em falar em chão, eu já perdi o meu ah muito tempo. Estou, digamos que sendo levada pelo vento. Eu to na verdade é perdida. Eu to mesmo é querendo ir de encontro com você. Te espera chegar do trabalho sentada na sua calçada, para então te dizer.
— Cara, como eu sinto a sua falta, como eu sinto falta desse seu cheiro de cigarro, desses seus beijos estralados. Enfim. Eu sinto falta das suas mãos me tocando.
O titulo dos meus textos ainda é você.
Por que não tem jeito menino, vai ser sempre você. Está escrito nas estrelas, no bilhete de geladeira, na ultima folha do caderno, na minha chama de emergência.
Pelas madrugadas mal dormidas, eu andei pra lá e pra cá dentro de casa, abria a janela do meu quarto e procurava por um vento puro, pelo qual eu possa respirar e tentar amenizar a minha dor.
Procurei olhar em fotos antigas minhas, e ver nos meus olhos, quem eu era a um tempo atrás, se eu era mesmo feliz, ou se sempre tive essa tendência de ser triste. Talvez eu ainda não me conheça, talvez eu ainda não saiba lhe dar com as minhas manhas e birras. Talvez eu ainda não saiba quem eu sou. Antes eu até saberia dizer quem eu era, se me perguntassem eu até saberia dizer quem eu queria ser quando crescer. Mas depois de tantas desavenças com o amor, eu já não me conheço mais, já não sei quem sou, ou quem quero ser. Não mais. Não depois de ter ido embora de um ultimo encontro, não depois de ter beijado sua boca pela ultima vez. Não depois de um ultimo abraço. Não mais. Por muitas vezes agente acha que não vai passar dessa noite, e no dia seguinte está mais vivo do que nunca. E realmente durante a vida experimentamos centenas de morte para por fim morrer. Eu não sei por qual direção estou caminhando, me sinto como se eu estivesse passando de olhos fechados por um jardim espinhoso que me corta toda por dentro, e mais pra frente há um abismo me esperando. Eu sei que tenho que mudar de direção o mais rápido possível. Mas não da! Não da .
Você meu amor, se encontra no caminho mais difícil de percorrer, e eu já estou na metade desse caminho perigoso.
Por que quando agente ama, agente não olha pra mais nada, agente simplesmente vai e segue reto na direção dessa pessoa.
Olha o que você fez comigo moço.
Deixou-me completamente cega de amores por você. Que diabos você tem? Que me prendeu totalmente ah você. Abriu os braços para me receber, e depois simplesmente me deixou, assim sem fim, me deixou.
Eu te pedi, entre milhões de vezes para me deixar ficar, ou então para você ficar, fazer morada no meu coração, e ficar. Assim, chegar e ficar para sempre. Mas você recusou. Entre as milhares de escolhas, você preferiu aquela que me machucasse cada dia mais.
Eu nunca estive preparada para saber que você beijou outras bocas, que você meu amor, o MEU amor, esteve em outros braços que não fossem os meus. Eu nunca estive preparada. E isso dói em mim como se estivessem arrancando meu coração com as próprias mãos, sem anestesia ou algo do tipo.
Dói, todos sabem que dói.
Mas eu procuro não deixar essa dor transparecer.
— Mas meu bem, só não esquece que eu já te fiz bem.
Dorme bem
Te amo.
Então me sentei de frente pra janela do meu 6° andar. Fui escrever a minha vida em um papel amarelado sem linhas. Lotei uma xícara com café e coloquei ao lado, por estar frio me enrolei em meu cobertor. Mas ainda havia algo que me incomodasse, não conseguia me concentrar. O barulho dos carros que passavam lá embaixo me interrompia, e a chuva fazia-me lembrar de cenas as quais eu já havia vivido, e como de costume os meus pensamentos se deslocavam para outras cenas ainda não vividas, mas imaginadas. E era como se eu estivesse lá. Se faria diferença alguma? Não sei.
Apenas voltei para aquele meu momento de escrita, entre o papel, a caneta e as meias palavras rabiscadas. Mas nada saía, as palavras permaneciam alojadas dentro de mim. Percebi que o café esfriava, e a chuva ainda caia vagarosamente e o frio me deixava mais gelada do que o normal. Apenas o triste frio lá fora e algumas pessoas tentando lavar a alma. Era a visão que eu tinha do alto do meu 6° andar.
Sei que pareço triste, minha aparecia não está sendo lá as melhores possíveis. Embora eu não esteja tão triste assim, digamos que é o cansaço da vida, afinal a vida estraga as pessoas. Ou talvez eu esteja bem? Digamos que não.
Posso dizer que me sinto confortável, se essa é a palavra certa. Sim, mas talvez não. Por mais que eu queira me sentir bem por toda minha vida, logo de manhã ou depois irei me desgastar com algo e não estarei tão bem quanto hoje. Mas logo as coisas se repetem, e eu estarei finalmente bem, e contente. E assim vai, é uma rotina! É a minha rotina.
E como eu me desconcentro fácil demais, sobre a minha vida novamente não saiu nada, apenas meias voltas na sala de estar, e vagas palavras expostas nesse papel amarelado. E olha. Enfim, a chuva parou de cair. E o café se esfriou novamente.
Deixei todos os meus cigarros na tua casa, deixei as minhas roupas pelo chão, deixei também o meu cheiro por cada parte do seu quarto.
Deixei meu coração, jogado pelo chão da tua sala.
Deixei, fui deixada.
Bati a porta do teu coração, sai sem direção. Lembro-me dos olhos se enchendo de lagrimas, dos lábios tremendo ao tentar dizer um adeus. Mas eu te conheço, e chegou a hora de você me deixar, foi-se embora, não me olhou nos olhos. Preferiu um fim sem despedidas. Assim sem fim.
Foi-se embora de dentro de mim, deixando comigo tudo de ti.
Tuas digitais, tuas marcas de bebidas, deixou comigo ainda o teu numero de celular. Foi-se embora, mas levou contigo todo o meu amor. Ah meu amor. Não poderei amar mais ninguém, já que todo o meu amor, está sendo levado com você.
Assim como o vento leva as folhas por onde passa.
Os seus olhos, eu gosto deles.
São diferentes e quando me olham despercebidamente, acelera o coração.
Parece até uma câmera fotográfica, que captura cada gesto meu.
Eu gosto do seu sorriso, gosto do timbre da sua voz, do modo quando chama meu nome. Quando agente gosta de uma pessoa, até mesmo o modo quando falamos o nome dela é diferente.
Seu jeito de caminhar, até o jeito de reclamar, são razões para me inspirar da vontade de escrever.
Eu gosto também do seu nome e sobrenome. Cairia bem ter o seu sobrenome junto ao meu.
Eu gosto mesmo é do jeito que eu fico quando tu estás por perto.
Gosto dessa sensação que tu me causa, essas borboletas no estomago e pensamentos paralelos.
Gosto, assim como se gosta de ver o por do sol.
Gosto, como se gosta das coisas simples.
Mas moço.
Eu gosto mesmo e de você.
Você lembra?
Sentou-se comigo ali, naquele banco de praça abandonado.
Preferiu o silêncio por algum tempo, ficou tudo bem, você se sentiu a vontade, e permanecia por perto.
Eu fiquei te olhando, examinei cada traço do seu rosto, e vi como você desviava o olhar quando ficava sem graça.
Você não acendeu o cigarro, porque eu te pedi. Não queria ter o seu cheiro impregnado nas minhas roupas, não queria ainda decorar o seu cheiro logo tão cedo. Pra caso de bater a saudade no decorrer do dia, eu não precisaria me lembrar do seu perfume barato misturado com esse cigarro amargo de quinta.
Você sentiu as minhas mãos geladas te acariciando vagarosamente. E agente ainda se permanecia em total silencio.
Me lembro que de longe dava pra ouvir o barulho das folhas sendo levadas com o vento.
Via seus braços fortes se arrepiando com o leve frio que fazia naquela manha de outono.
Eu pude avistar as pontas dos prédios sendo cobertos pela neblina.
Por perto a visão que tinha era de pessoas caminhando, com pressa, encarando o chão. Talvez cheias de problemas, com almas tão vazias.
Mas eu tinha você bem ali na minha frente, me fazendo perder o foco sobre tudo.
Por que estar com quem agente ama, não teria preço, não teria como se comparar a nada.
Como pode? Por fora um silêncio profundo entre nossos corpos, e por dentro gritando o mais alto possível.
Encontros ocasionais, beijos de surpresa, abraços demorados, palavras ao vento.
Coisas naturais da vida, não aconteceriam todos os dias. Já era de se saber.
Lembra também, do apartamento bagunçado? Da nossa foto no porta retrato, dos bilhetinhos na porta da geladeira. Lembra do nosso amor? Lembra da sua blusa que me servia de pijama em dias de chuva? Lembra da cor apagada da cortina, que você tanto reclamava? Eu troquei as cores, apenas pra satisfazer o seu bom gosto. Mas é claro que isso não seria o suficiente pra te ter de volta nos meus braços.
Amar muito alguém, nem sempre é o suficiente pra ter de volta. E disso eu sei bem.
E hoje, as coisas naturais da vida ficaram tristes.
Isso não é uma carta, é um presente, que de embrulho eu lhe envio a minha saudade.
— Oh saudade.
Foi mal.
Desculpa a e pelo guarda-roupa vazio sem minhas roupas.
Desculpa pelas chamadas perdidas, e as mensagens não respondidas. Desculpa dos emails não lidos e de não ter atendido a campainha quando você bateu na minha porta.
Desculpa cara.
Eu sei que te devo uma explicação, ninguém abandona alguém assim, sem se dar uma explicação.
Mas não interprete isso como um abandono.
Eu estava na verdade arrumando essa minha bagunça que você causou dentro de mim. Tá uma verdadeira zona a minha vida.
Eu fui embora. Eu tive que ir embora, não só do teu apartamento, que eu tanto gostava de passar as noites, não só do teu quarto que tantas vezes foi ninho no nosso amor, mas também fui embora da tua rotina. Dessa tua vidinha cheia de surpresas, de altos e baixos.
Eu não tive escolha.
Bom, na verdade eu tive, tive muitas escolhas, dentre elas, eu poderia ter escolhido estar agora com você, jogados na sala jogando play, ou então bêbados no bar da esquina falando milhões de besteiras.
Eu poderia estar agora, te amando como nunca.
Mas cara, a vida nos surpreende, e dessa vez ela nos surpreendeu.
Eu só estou querendo dar um tempo para mim mesma. Estou nessa de tentar te deixar respirar. Reorganizar essa minha vida bagunçada, me impor limites, que há muito tempo eu não sei o que é ter limites.
Eu preciso levar a minha vida muito a serio, e você deveria fazer isso também.
Lembro que tem me dito algo sobre a faculdade, leva isso a serio. Eu te apoio. Mas que irônico isso cara. Não estarei mais na sua rotina, não teria como acompanhar o seu desempenho. Enfim.
Não pense que eu deixei de te amar.
Isso seria injusto, seria injusto comigo mesma, deixar de te amar tanto.
Nunca que eu iria deixar de amar alguém que usa a camisa por dentro das calças, que me acorda de manha com um beijo na testa e que acima de tudo, é o meu melhor amigo.
Mas assim como as flores respiram, eu também preciso respirar. Você também.
Tu me entende?
Não, tu não me entendes, eu sei.
É raro tu me entender, eu teria que explicar a situação milhões de vezes, porque na primeira explicação tu estaria prestando atenção nos meus lábios, como de costume.
Mas olha, deixa eu ainda te chamar de amor?
Amor, não pense que isso é um ‘’Adeus’’, eu lendo esse email também pensaria que seria um adeus. Mas não é.
Eu só quero seguir um pedaço da minha vida sem ninguém. Preciso focar no meu futuro, e não pense que você não está no meu futuro, porque você sabe que está.
Eu me recordo das promessas que te fiz. Exceto ás que fiz bêbada.
Mas eu lembro muito bem de quando eu te falei que você seria quem iria me esperar no altar e quem iria ser pai dos meus filhos. Cara eu me lembro.
Então não me leve a mal.
Um dia eu volto.
Eu volto.
Juro.
Te prometo.
Não ligue no meu celular, eu mudei seu nome na agenda, agora está ‘’não ligar pra ele’’. E cara não atenda minhas ligações bêbada.
Também não me procurei no meu antigo condomínio, eu não moro mais lá. Mas os meus moveis e algumas roupas suas ainda permanecem lá. Porque eu vou voltar lá, e permanecer lá.
Eu sei que você não vai se adaptar a esse novo estilo de vida. Mas com o tempo você se acostuma.
Se você não encontrar aquela sua camisa preferida, não pense que a perdeu em qualquer lavanderia, porque ela está agora comigo, vestida no meu corpo. Roubei das suas coisas também, o seu maço de cigarros, desculpe falto tempo para que eu fosse ao bar da esquina comprar.
Cara eu trouxe comigo muitas coisas suas, inclusive teu coração.
Perdão por isso. Em breve eu voltarei.
Não se preocupe comigo, eu estou bem. Raramente te escreverei um email. E por favor de novo, não me ligue. A minha voz ficaria tremula pelo telefone, e ouvir a sua respiração ofegante seria uma tortura para mim, com tanta saudade que eu já sinto.
Desculpe, desculpe meu amor.
Mas eu sei que você vai se cuidar. E cara para de beber porque eu não estarei mais ai com você pra te fazer companhia.
Se você procurar bem, achara algumas peças de roupas minhas pela casa, não pense que são peças intimidas. Não são.
E meu travesseiro ainda tem alguns fios de cabelos meus.
Cara que tortura, você olhar pra cada canto do teu apartamento e se lembrar de mim.
Mil desculpas. Eu odeio despedidas, e você sabe disso. Eu iria chorar, e não iria conseguir sair da tua aza nunca.
Me entende? Eu preciso caminhar sozinha ao menos uma vez na vida.
Me deseje boa sorte porque você sempre me deu sorte.
Desculpa a demora pra ter respondido teu email.
Você ainda vai entender que mesmo agente se amando o suficiente pra ter um ao outro, agente precisa seguir a vida. E a minha vida ainda não está formada.
Em breve eu te reencontro.
— Eu te amo.Dorme bem.