Jearin C. Mota
Eu também tenho medo, só que depois que eu o enfrento, ele foge.
O medo é uma criança que tenta dominar meus braços e me imobilizar, e eu deixo.
Enfrenta-lo é como o medo de que com minha força possa machuca-lo.
O bom é que nos tornamos amigos e já não temos medo um do outro.
Não sou de pedir socorro atravesso tudo sozinho. Só peço socorro depois de checar todas as alternativas viáveis. Quando percebo que não há, daí peço ajuda. Tão certo que só existe uma pessoa que irá me socorrer, nEle confio.
Quão mau são os homens. Breves viventes, efêmeros de sentimento, imprecisos no sintoma da existência e nas escolhas do que viver. Feitos de ideologias e princípios vãos, criados por sua estupidez, desilusões e frustrações que os faz achar de tudo um pouco saber. Indiferentes a si mesmos e ensimesmados, perambulam escravizados pela corrente do supor. Por extrema ignorância, aclamam a si mesmos como deveras libertados, mas para não serem julgados se igualam aos demais. Seus sorrisos hipócritas e amarelos de inocentes, já comportam opaca a clareza do reflexo que os oprimiram a serem tão decadentes. São todos iguais.
Procurar erros nos outros é uma forma engraçada de justificar a própria imperfeição. Procurar erros em si mesmo para os resolver, corrige os outros.
Aquele que se esforça para ser diferente, torna-se indiferente consigo mesmo. A diferença é um molde de encaixe perfeito, onde a norma padrão é a naturalidade.
Ser ateu é um direito seu. Queimar no inferno também.
Não ser ateu é um direito seu, mas isso não te faz ser menos merecedor de queimar.
Servir a Deus não é uma escolha sua, e ir para o céu nunca foi o direito de ninguém.
Inalcançável e tão próximo quanto os átomos de dois corpos, és tu SENHOR.
Tua misericórdia me alegra, a tua graça me basta e o teu amor me sustenta, tanto mais quanto meu medo me abate.
As minhas dúvidas me fazem ser como barco sem âncora e sem leme com vela ateada em meio a ventanias. Perdido que estou, quem me dará a direção?
Quando hei de perceber que estou em seus rios de águas claras, indo para um fim calmo e de paz?
Tão quanto são
Tão estranho são os demônios, vejo-os por baixo da porta. Eles são como cachorros grunhindo como porcos, com belos passos de botas. Suas correntes de ouro são tão densas quanto as trevas. Guardam consigo um tesouro que ecoa um som tão triste e sincero. De uma caixa de almas, do vazio ao eterno, lutam para não voltar para o seu terrível inferno.
Ah! Tão belas são as almas e seus sons como de estrela. Tão vibrante e indestrutível como todas as certezas. O seu som indescritível e tão cheio de clareza, é um ruído afinado, um silêncio gritado que muda com toda a graça, como espectro de fumaça; não existe diapasão que afine o seu tom. É mistério falado, é sorriso não dado, como peito apertado chorando as tragédias como se fosse feliz. Os seus belos pés molhados que flutuam sobre os lagos, descem pelas profundezas como se fossem raiz. Eu não vejo o seu formato, mas eu sinto o seu cheiro e é como o desejo de quem foi, mas que não quis.
Quão tenebrosos são os anjos e seus véus cheios de luz. Não há quem escute seus passos, olhos que veem todos os lados; na bainha, espada vibra um golpe dado, com seu formato de cruz. Não existe um sentimento que escorra pelo rosto. Sua boca não se abre, os seus lábios são selados. Sua voz ruge mais potente que a do leão alado. Não há inimigo que fuja ou coisa alguma que o assuste e causa até mais medo do que todo grande inferno. Já nascem evoluídos, e estão selados a causa de viver em pró do Eterno.
Quão mau são os homens. Breves viventes, efêmeros de sentimento, imprecisos no sintoma da existência e nas escolhas do que viver. Feitos de ideologias e princípios vãos, criados por sua estupidez, desilusões e frustrações que os faz achar de tudo um pouco saber. Indiferentes a si mesmos e ensimesmados, perambulam escravizados pela corrente do supor. Por extrema ignorância, aclamam a si mesmos como deveras libertados, mas para não serem julgados se igualam aos demais. Seus sorrisos hipócritas e amarelos de inocentes, já comportam opaca a clareza do reflexo que os oprimiram a serem tão decadentes. São todos iguais.
Belo e forte é o espírito, da fraqueza faz a força. Inconstante e invisível com seus passos oprimidos, guerreia leve e suave na mais grave turbulência. Transforma a circunstância como pedra de alquimia. Remove os laços, dança nos embaraços como bela sentinela que ninguém sabia que existia. Vigia nossa calma, dá suporte a nossa alma, traz clareza no tempo certo ao que se não se entendia. E quando não se acreditava, é bela carta de alforria, que alegra o coração, nos faz caminhar por entre os dias caindo em outros laços, afim de ensinar nos passos, que a vida é esperança, e nos faz cumprir a missão. De antemão predestinado, demostrando, que o amor é quem nos chama, para nos sussurrar aos ouvidos que na nossa trajetória tudo é feito por ele mesmo, e que nada foi em vão.
Tão misterioso é Deus, e tão cheio de poder. Quem sou eu pra descrever? Como o grande o Eu Sou, só Ele mesmo diz quem é.
Sendo homem
Sou monstro de escuridão e rutilância. Ínfimo, correto; morto e vivo. O que é só por pensar, que não vivi nada e ainda assim se cansa.
Sou o cara que vive se lamentando por nada ter feito.
Sou o cara que é vítima e ainda sim suspeito.
Sou a vida desastrada com cãs de preocupação.
Sou o cara que não escolhe, só vive pra ser e ainda assim se pergunta porquê?
Por que a vida que vivo fora, não tem nada a ver com a minha vida caseira?
Eu não tenho momentos, só instantes. Eu não tenho uma vida, talvez a ilusão de uma (pior é que eu nem sei). Mas o melhor de tudo é que eu vivo só pra saber o que me convém ser. Homem.
10/03/2010
Ele é
Sem Ele, até mesmo a verdade perde o sentido, e não existe nada que seja importante de se fazer, pensar ou falar. A existência nem chega a existir em um ser que está presente, mas a sua ausência permanece em si mesmo para sempre. Tudo perde o propósito, tudo fica vazio. É estar aqui, e não saber se localizar no espaço e no tempo. E o mapa passa de direção, a um mero papel cheio de rabiscos sem nexo, nem importância. Nem precisamos mais nos mover ou pensar. E o alimento que serve de sustento ao corpo, que nem teria distinção de sabor, só iria prolongar algo sem sentido. Todas as almas estariam desnorteadas, e os olhares perdidos, procurando desesperadamente, vagando para dentro e para fora de si mesmo; o por quê? Para dar apenas um passo. Tudo para, tudo é silêncio, nada é motivo, nada é razão. A prova disso, é que essa leitura nem terá significado a alguém que nem sabe quem Ele é.
As pessoas andam desconhecidas do amor. Vejo tanta gente falando de amor próprio como se o amor desse prioridade ao próprio "eu". Ter amor próprio, significa ter amor em si mesmo. Longe de qualquer egoísmo. É ter amor para distribuir para os outros, independente deles, ou do que eles façam. Isso é amor próprio. Não pervertam isso!
Que o meu desejo esteja dividido em: se não Deus, a morte. Pois, mesmo que não consciente, é inerente.