Jeandson Veredas

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Último Ato


Por muitas vezes eu ouvi o choro
Em mim querendo ser o seu amado
As lágrimas no vento como um sopro
Vai espetando o amor dilacerado

Nas senzalas, fundei a minha tenda
Recebo seus milagres como meus
E assim em cada amar retiro a venda
E vivo o meu reinado como Zeus.

Corpos

Excito-me , silhuetas literárias
Estimulam prazer em versos
Guiam-me curvas itinerárias
Em caminhos perversos

Lambuzam-me vícios sedentos
Prazer de gozar literatura
Rabiscos de ruas cinzentas
Poetriz calada e obscura


Somente corpos famintos
Gozemos com compaixão
Nossos felinos extintos
Ferindo dor de leão

Se um dia fores poema
Deixe-me te declamar
O seu olhar é o tema
Seios de versejar

Irapuã? O sol se derrama em mel
Desmancho-me em beijos
Sou frágil como papel
Presa em meus defeitos

Seu corpo no meu flameja
Numa rede de prazer
Esse alvoroço não se planeja
Deixe tudo acontecer !


Temos em nós atração poética
Sou mar e você poesia
Tenho sido um pouco patética
Desequilibrada em maresia

Psicodélica excitação
Deixe-a em nós penetrar
Alimentar a alma , declamação
Poesia no ventre , rimar...



Vou retirar minha vestimenta
Corpo nu não se propaga
SOCIEDADE! Não lamenta
O meu eu poeta , nunca se apaga !

Fechem as cortinas , por favor !
O espetáculo , vai terminar
Dois corpos ? O amor
No velho chico , vai desaguar ...