Jean Willian
A máquina libertou o homem do trabalho extenuante
O homem que a criou, também transformou-se em máquina,
afinal o trabalho dignifica o homem, a produção de novas máquinas produzidas por máquinas não pode parar, a demanda é grande e a rotina é frenética.
A constante busca por mudança.
A eterna dúvida da certeza e a certeza da dúvida.
Equilíbrio é difícil.
Jurar, julgar, apostar... Coisas pra se tomar muito cuidado.
Na confiança plena já não dá pra confiar.
O livre-arbítrio é colocado em jogo a todo o momento.
Muita informação, muita pressa, muito apego ao desnecessário.
Fábrica de doentes. Doentes de espírito, doentes de caráter.
Um ser humano encaixotado, arrogante e preguiçoso.
A repetição do passado.
Os bons são errados.
Uma competição desenfreada por um prêmio que não existe.
A felicidade é financiada.
A realidade é negligenciada.
A verdade é adaptada.
A fraqueza é maquiada.
A mente é robotizada.
A opinião é estereotipada.
A personalidade é padronizada.
Mas a cada minuto uma vida é manifestada... O tempo segue sua jornada... E parar no caminho não adianta nada.
Todo momento mais feliz tem a tristeza de nunca mais voltar a acontecer.
Toda momento mais triste tem a felicidade da superação.
Eu queria que o óbvio não fosse tão evidente
Mas eu te pergunto sobre as coisas
E seu óbvio é tão carente.
O simples é a essência de uma vida competente.
Uma ampulheta em movimento rápido
A vida é um acontecimento trágico
Para a importância dada errada
Eu protesto contra o sério, porque o sério é invenção
São 2 coisas principais, a mente e o coração
Um equilíbrio, a raridade em prática
Seja raro apenas sendo você mesmo.
É de tanto padrão que eu começou a viver a ilusão
E no meio da pelagem do coelho eu quase fico
Reclamando de um mundo falido na frente de uma televisão
A ética é uma decisão individual
De uma meta estipulada para o habitual
Alguém jogue fora o jornal
Para que eu fuja um pouco do igual
É preconceito, um pré-conceito idiota
Minando de um estímulo em vão
De uma falsa construção
E se normal é ser louco dessa forma
Eu prefiro estar perdido em paranóias
Rezando baixo, sem preocupação
Tomando um drink sem obrigação
O Lado eu de mim mesmo
Como posso saber com certeza quem eu sou se o que eu vejo de mim mesmo é diferente do que o resto do mundo vê?! a voz que eu ouço sair da minha boca não tem o som exatamente igual ao que você ouve,a luminosidade,a sombra,o contraste que você vê de mim não é o mesmo que eu vejo,pois as únicas formas de eu saber quem está assumindo a mim mesmo são os espelhos,as fotografias e as filmagens.Como eu posso ter uma idéia formada do meu aspecto físico se eu nunca consegui me ver em formato original,e eu só me vejo por completo quando passo na frente de um espelho,e eu não faço isso toda hora,assim as pessoas me vêem mais do que eu mesmo.
Ultimamente ando impressionado com minha capacidade de estar presente em todos os momentos da minha vida,o que me fez,com o tempo, me acostumar com a minha presença. Contudo,entre descobertas e espantos,eu me dou muito bem comigo mesmo, aliás, considero até uma prova de amor, eu,o único a realmente ver todos os meus podres,os meus pensamentos e sentimentos ruins,e mesmo assim conseguir me suportar todos os dias a tanto tempo. Eu,o único a estar do meu lado em todas as idéias,sejam elas boas ou ruins, eu,o único mesmo brigando comigo e sentindo raiva de mim,continuar seguindo todos os meus passos, acho que isso tem uma explicação lógica e provável para que eu nunca sinta ódio de mim, eu nunca vi a minha cara como as outras pessoas vêem, o espelho é uma coisa tão artificial,e que se quisermos não precisamos olhar pra ele.
Uma coisa que me deixa feliz é: como eu me identifico comigo mesmo, os meus gostos e desgostos são todos idênticos aos de mim mesmo. As alegrias e tristezas, sempre aproveitei junto comigo, as lágrimas sempre correram no mesmo momento em que eu estava mal. Na verdade eu acho que estou apaixonado por mim,pela minha capacidade de compreender a mim mesmo, por me dar tantos conselhos sem pedir nada em troca (mesmo que alguns deram errado). Por chorar junto comigo, por ter raiva do que eu tenho, enfim...
O legal de tudo isso é saber que quem mais me compreende nesse mundo é quem nunca me viu em formato original, e digo o mesmo pra você! Nem eu, nem ninguém, mesmo vendo o seu todo como nem você mesmo nunca viu, posso dizer que te compreendo e te amo como você mesmo te compreende e te ama, você é toda a essência da sua vida, sem isso, você não consegue fazer nada e chegar a lugar nenhum! Se conheça a cada dia,se descubra, ame quem você é, e conviva de forma boa com todos os outros seres que como você , nunca vão conseguir se ver como os outros seres te vêem, isso seria uma coisa conflituosa e confusa, se eu não estivesse sempre do meu lado e você do seu... acho que preciso dizer que quero viver pra sempre comigo!
Somos obrigados a nascer, a respirar todo o tempo pra se manter vivo, a piscar os olhos involuntariamente, a se conformar com a carga genética e tudo que veio inserido nela, beber água, se alimentar, fazer necessidades fisiológicas, envelhecer, morrer (mesmo que se tenha amor pela vida),a viver dentro de si mesmo sem poder ir pra outro corpo ou lugar(não me venha falar de projeção astral, estou dizendo fisicamente), obedecer os hormônios e a natureza, ser programado psicologicamente pela fase inicial de vida, ganhar dinheiro para sobreviver, adoecer, aceitar ou conviver com alguns costumes, leis, padrões estabelecidos e praticamente imutáveis, a se conformar com o fato de nunca saber de verdade o que somos e o que existe além tudo que os olhos conseguem ver e a limitação do ser humano conseguiu chegar, a ficar dependendo de uma coisa chamada força de gravidade e torcer pra que ela nunca acabe (vixi), a conviver em sociedade e com opiniões diferentes a menos que queira se isolar no meio do mato, conviver com a própria ignorância e a alheia mesmo que se pareça muito inteligente, enfim...tantas coisas...e ainda correr o risco de alguém achar que você está ficando louco por escrever "UNS NEGÓCIU DESSE",ah não...
A ainda tem gente que vem me falar em liberdade?
Pode parar.
O que importa?
Não dá pra se esperar nada de ninguém
Não dá pra se esperar nada de si mesmo
Não dá para esperar...
O nada é todo o resto, e o resto não é nada
Um sábio só é sábio porque dizem que é
A regra é que ninguém sabe das regras
O saber é que regras não sabem de nada
Não importa o que é aquilo ou isto
Serenidade complexa me coloco a aceitar
desde que não há padrão a se basear
Conhecer o meu ser e o todo que o cerca
não é importante desde que tudo é metade
E já não sei também se é metade ou se é inteiro
Se decidi que não é mensurável exatamente o que é verdadeiro
E eu também não sei o que é verdade ou mentira, assim já me canso
O cansaço é a glória, o nascimento para o novo, mais uma dúvida
E no final tudo está inserido numa mesma questão:
O que importa?
Mas vejamos como é demorado pra ser ter medo
Ele, elemento essencial de nossa evolução pessoal
é desfocado pelo próprio medo de se tê-lo.
Feio ter o que de mais belo possuímos.
Instinto composto em ingenuidade e fragilidade
Ele, demasiado interrompe a fala, a ação e tudo mais.
Mas na dosagem correta é o que nos legisla,
afirmador de que somos humanos, não máquinas.
O medo, simples e verdadeiro, originário do momento conflituoso,
nascido de alguma confusão, conselheiro para a ação exata.
O segredo é que ele mesmo, que parece desencorajar, é amigo
íntimo da coragem.
É o princípio da turbulência humana em busca de defesa, em busca de alternativas, em busca de um novo rumo.
Ter medo é ter a coragem pra ser a si mesmo.
Vença um jogo inteiro e os aplausos da maioria não serão tão sinceros
quanto a felicidade de te ver errando uma pequena jogada.
Tudo é movimento e reticência
Evolução e prudência
Fluxo e resiliência
Ciclo e transferência
Essência por trás da aparência
O Universo e sua consciência...
Letárgica época previsível
Perseguição do nada
Maya em extremos
Mal vivemos apenas existindo
Robóticos atônitos
à espera de redenção, ou não
Desprazer contínuo maquiado
de fazeres encaixotados
Julgamento do alheio
em estado demasiado
pra compensar as falhas
de um espírito estragado
Pragmatismo errado
Caminho mal mensurado
Confusas cognições
de muita informação
vaga e vagando com agilidade
prometendo prosperidade
ao desespero instalado
Competindo por brilho
brilho ofuscado pelo sorriso mal pago
Seres de mergulho raso
vivendo em superfície
Prazeres de valores tão baixos
brotando da mais pura tolice
Somos o conteúdo que quisermos ser
expressados no limite de palavras
que procuramos absorver
Também em atos curtos alcançados pelo
corpo humano, configurados com
sentimentos, dos puros aos mais profanos
Somos em cerne e epiderme únicos
afinal, na digital, ninguém é igual
Ensaio de nós mesmos, vivemos em construção
Mas existe diferença entre tempo e evolução
A liberdade para nós, é a mente em expansão
Só isso é que somos, ou tudo isso, depende da visão...
Nunca é perfeito
jamais haverá só um jeito
uma fórmula, um conceito
de preencher o rarefeito
Destoa-se, impressiona-se
espanta-se com o acaso
O que a vida trás
vem sempre acoplado
em aprendizado
Alguns dirão que não há solução
e em júbilo já se abre novamente
a uma nova condição,
Outra época, outro coração
contente ou não, se preocupar
é sempre em vão.
Estarei hoje sendo um sujeito simples, sendo
meu substantivo maior, eu mesmo em devaneio
Ocultando alguns sujeitos que não quero ser
Sendo aquele sujeito determinado a querer
ver tudo que há de bom ao meu redor.
Me torno também sujeito composto,
quando me convém, sendo a amizade
um dos maiores bens.
E só pra verbalizar eu vou jurar,
que hoje não deixarei a negatividade
me atrapalhar.
Onde a maioria vê o banal
O poeta estremece
O poeta vibra
O poeta enlouquece
A função do poeta?
É viver!
Fazendo do seu fardo
brincadeira sem querer
O poeta carrega a angústia
abençoada angústia
De enxergar demais
de querer explodir
Com cada ato do mundo
De não saber calcular
O que é raso ou profundo
Espera da vida, um momento só
de cada vez, como pedaços
do bolo, que um dia se vai
por inteiro, mas
fez cada mordida ser um
pedaço do belo e do desespero
de não saber se poderá provar
mais uma vez, cada tempero.