Jean-Michel Bernard Fanny Ardant

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⁠“Lettre à ma maitresse”
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Por causa dela,
Não me importo mais com cães
Gosto das mãos das mulheres
Mas não como quase nada
Nos alimentamos de maçãs

Graças a ela,
Eu ouço ópera e mijo na varanda
Nós jogamos bacará, mas ela nunca ganha
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Graças a ela,
Eu gosto de Bach
De tango, e também de violoncelo
Por causa dela, graças a ela
Passei a ir ao cinema em Roma ou em Honfleur

Ela diz que não devemos ter vergonha do choro
Eu não gosto muito disso
Eu não suporto os gritos
E há gritos!
Há lágrimas e risos
Ela diz “Serà lo qué serà”
E vamos fingir que…

Eu deito bem perto dela
Meus olhos negros carvão,
pintados com rímel,
sonham com carne

Graças a ela, passei a gostar de cigarros
A fuga para o fim
E ja não tanto de biscoitos

Escuto suas longas conversas pelo corredor
Anseio por testemunhar sua doce evolução

Graças a ela, eu não sou mais um cachorro
Eu ando em seus passos
E quando ela me diz “Venha!”
Então todo o meu coração bate ao mesmo ritmo que o dela

Por causa dela, eu sei de tudo
No entanto, eu não digo nada
Quem é ela, o que ela faz?
Sempre o que lhe agrada

Ela só ama o preto
Eu sou toda branca
Nossos corpos à noite se revelam
Sem distinção de status
Adentrando os jardins
Deitando pelos bancos
Esquecendo nossas tristezas

Ela é sem fé, nem lei
Graças a mim, graças a mim



De Jean-Michel Bernard.
Traduzida por Julha, a partir da Interpretação de Fanny Ardant.

Inserida por JulhaL