Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, na Suíça, no dia 28 de junho de 1712. Filho de um relojoeiro calvinista ficou órfão de mãe ao nascer. Foi educado por um pastor protestante. Em 1722, órfão de pai, foi para Savóia, na Itália, onde procurou uma instituição católica para se converter. De volta à Genebra leva uma vida errante, onde trabalha como relojoeiro, gravador e pastor. Nessa época dedicou-se à leitura e à música.
Em 1742, mudou-se para Paris, quando foi indicado para secretário da Embaixada da França em Veneza. Nessa época passa a se dedicar ao estudo e compreensão da política. Em 1745, de volta a Paris, entra em contato com os iluministas e passa a colaborar com o movimento. Incentivado por Diderot, em 1750, participa do concurso da Academia de Dijon, com a obra: “Discurso Sobre as Ciências e as Artes”, recebendo o primeiro prêmio, apesar de afirmar em seu ensaio que as ciências, as letras e as artes são os piores inimigos da moral.
A contestação da sociedade tal como estava organizada foi também o tema da obra, “Discurso Sobre a Desigualdade Entre os Homens” (1755), onde cita as bases sobre as quais se firma o processo gerador das desigualdades sociais e morais entre os seres humanos.
A obra principal de Jean-Jacques Rousseau, “O Contrato Social” (1762), é uma utopia política, que propõe um estado ideal, resultante de consenso e que garanta os direitos de todos os cidadãos. Em estado natural, os homens são iguais: os males só surgem depois que certos homens resolvem demarcar pedaços de terra dizendo: “Essa terra é minha”. A única esperança de garantir os direitos de cada um está na organização de uma sociedade civil, na qual esses direitos sejam cedidos a toda a comunidade, igualmente. Isso poderia ser feito por meio de um contrato estabelecido entre os vários membros do grupo.
Outra obra muito discutida foi “Émile ou da Educação” (1762). Uma utopia pedagógica, na qual, em forma de romance, Rousseau imagina a educação de um jovem. Para ele o ensino deve visar mais a capacidade de discernir do que o acúmulo de conhecimentos.
O parlamento de Paris condenou tanto “O Contrato Social” quanto "Émile", por considerar repletas de heresias religiosas. Rousseau foi obrigado a se exilar na Suíça, pois havia uma ordem de prisão contra ele. Diante de novas dificuldades, viajou para a Inglaterra. Em 1778, aceita a acolhida do Marquês de Girardin, em seu domínio em Ermenonville, onde vive suas últimas semanas, já debilitado mentalmente.
Jean-Jacques Rousseau faleceu em Ermenonville, França, no dia 2 de julho de 1778. Quinze anos mais tarde, seu valor é reconsiderado. Defensor ardoroso dos princípios de “liberdade, igualdade e fraternidade”, lema da Revolução Francesa, é visto como “profeta” do movimento. Seus restos mortais foram transportados para o Panteão de Paris.