Jay Vaquer
Tinha que engravidar, criar, envelhecer, morrer, como todos esperavam.
Tinha que renunciar, agradar, obdecer, vencer, como todos esperavam.
Às vezes me sinto um ódio sobrando em você
Às vezes me sinto um país que você nunca vai conhecer
Às vezes me sinto arriado nos quatro pneus
Às vezes me sinto nomeado interino de Deus
Cuspiu no prato que raspou
Duvidou que um dia fosse mudar de idéia
Não preparou, se mandou, evaporou
Espatifou o prato na parede
E eu catando os cacos pra tentar colar depois
Mas depois não vou que não tem
Não vou que não tem, nem vai que não tô
Como quisesse pisar...
Só por maldade ignorou
E se pudesse levava até a saudade
Mas deixou...
Impregnada em cada fração de mim.
Vamos destrancar as portas do hospício e as jaulas do zoologico
Tirar das costas esse peso
No corre-corre de doidos e animais
Ninguem será capaz de apontar quem tava preso
Vamos destrancar as grades do convento e as celas do presidio
Tirar das costas esse peso
No empurra-empurra de freiras e marginais
Ninguem será capaz de apontar quem tava preso
Você é diferente?
Não é assim?
A gente logo sente
Quem é ruim
Você, Madre Teresa
Uma bondade só
Vai ensinar ao mundo
Um amor maior
Depois, se sobrar espaço
Ninguém é de ferro
Ninguém é de aço
E é no berro que faço
o diacho pra garantir o meu
compreendeu?
com certeza
a seleção natural é da natureza
então por gentileza
vê se não cansa a beleza
e responda à seguinte questão:
Você é diferente?
Não é assim?
A gente logo sente
Quem é ruim
Você, Madre Teresa
Uma bondade só
Vai ensinar ao mundo
Um amor maior
No mondo muderno
À primeira vista
eram só coincidências
uns amigos em comum
e uma vibração do bem
Se ontem não te dei valor nenhum
Hoje eu não te troco por ninguém
Eu me joguei num labirinto
Deixei de lado o que eu sinto
tão cego que ficava impossivel
ir além do raso
Eu me afoguei num mar de rosas
me enganei em verso e prosa
tão certo que já tava perto
me afastei, perdido
Leve impressão de que tudo, então, faz mais sentido. Quiçá amar em seu nome.
Vou na contra-mão de quem diz que não é permitido desejar alguém assim.
Não tem mistério, não tem segredo
Deixe o tempo revelar
Não leve a sério, se existe medo
Deixe o coração mandar
Mais que a garganta que não cansa
A voz alcança um tempo sem fim
E as folhas mortas pelo chão
- da outra estação -
Ainda são bonitas
Ainda são perfeitas
Ainda são (pra sempre )
Falo pras pessoas
E elas me evitam
E me cansam
Com manias e algumas implicâncias
Grito pras pessoas
E elas me esnobam
E bajulam
Entre interesses
E paixões
Eu acho tudo tão claro pra qualquer um
Eu sei que me custa caro pensar demais
Eu sofro sem você aqui
Mas tem que ser assim
Espero não cair
Na próxima vez
Não me olhe com essa cara de interrogação
dando murro em ponta de faca pra chatear
sem cuidado com as palavras lançadas no ar
como paralelepípedos
jogados do oitavo andar
não quero nem vou debandar
se posso esperar
pra te encontrar
no lugar certo
perto da hora errada
Não me diga que não tenho consideração
se até me esforço na tentativa de escutar
suas frases bestas soltas pra "impactar"
num estilo Caetano-de-saia que tem o dom
de alugar
Chorava o leite derramado
tudo que havia conquistado
Bens patrimoniais, relações profissionais
Agora nem sabia muito bem pra que....
E no discurso decorado
tinha orgulho do passado
um passado que esquecia, toda vez que enlouquecia
Se esfregando pelas raves, doido de "E"
Não deixei,proibi,não permiti.
Roupas,gestos,sorrisos que não consenti;
Evitei que seu brilho ofuscasse o meu.
Mas AMEI você,amei você...