Jane Alves Leal
Transparente
A primavera chegou
Cores e perfume
Que se entrelaçam
Trazendo consigo o desejo de amar
Brisa fresca , suave
Entre cores que se misturam
Vai bailando indiferente
Ao meu coração que de tanto pesar
Não consegue pintar
Este verde e amarelo
Vermelho e lilás
Sentimento pertinente
De tão transparente se mostra singelo
E mesmo que as flores
Com o que tem de mais belo
Queiram colar
Este verde e amarelo
Vermelho e lilás
No meu coração , que insiste em chorar
Ë como um pincel apagando as cores
No meu coração
Que de tão transparente
Se mostra singelo
E a brisa fresca, suave
Segue bailando indiferente
Ao meu pesar.
Jane Alves Leal.
Sua voz encanta-me!
é acalanto, me acalma
Acaricia minha alma.
Entre vozes mil sobrepõe-se
entrelaçando meus sentidos
Nos meus ouvidos abriga-se
Aconchegante!
por mais que queira não posso ocultar
quanto prazer te ouvir falar
Posso sentir
se alegre ou triste
mesmo que em tom fulgente
tente disfarçar
algum segredo que quer calar.
Sua voz fascina-me!
desde a primeira vez que te ouvi
está gravada no coração
impregnada na mente
Não contenho-me é permanente.
Tanto prazer, tanta emoção!
Sua voz encanta-me
é acalanto, me acalma
Acaricia minha alma.
Não posso negar
quanto fascínio traz
que verde tão transparente
Estás tão perto e tão longe
de tão infinito,o céu parece alcançar
Majestoso e imponente
de onda em onda troveja uma canção
fico aqui parada inerte
sem entender, que como criança queres brincar
Agora tão frágil
com jeito tão dócil
na quente areia vem derramar
espuma branca
meus pés querendo pintar
Todo faceiro no vai e vem
de onda em onda, troveja uma canção
Estás tão perto e tão longe
que o céu parece alcançar
Porque te apegas à solidão
E nunca retém pra si
De alguém o aconchego, o mimo
Que só pra ti
Guarda o carinho
Será sua sina
Mostrar o caminho
E seguir sozinho?
Porque uso não fazes
Do que ofereces
E sempre ensinando estás?
Que o remédio que cura ferida
Só no perdão e alegria, pode-se achar?
De que vale ser benigno com todos
E a si mesmo não perdoar?
Quando te olho
e te vejo assim
Lindo, tão branco
Lembro-me do jasmim
Que mesmo em meio a tantas flores
encanta o meu jardim
Seus olhos tão meigos,como das pombas
Reflete calma, mesmo em meio à tempestades
Trazendo bonança dentro de mim
Seu riso traduz, o que a alma diz
Que de tão pura posso avistar
O outro lado
mesmo que as sombras
queiram ocultar
Vejo a arte em aquarela
o seu coração pincelar
Mil cores não bastam para preencher
onde tanta riqueza há
Presente maior não anelo
Igual a você nenhum haverá
Te amo pra sempre
e se distancia houver
Comigo,bem juntinho estará
Todos os dias
pois no meu coração
Lugar pra ti sempre haverá
Criança Linda
Alegre e travessa
De bem com a vida
Em cada gesto
Sempre uma surpresa
Que nem uma flor
Seu cheiro exala
Da primavera
As cores reflete
Só ternura é sua fala
Como um passarinho
Que voa feliz
Você leva a vida
Sem se preocupar
Só precisa de um cântico
Para te ninar
Criança tão pura
Maldade não há em ti
Herança divina
Não tem amargura
Seu coração sempre ri
Te amo, menina
Desde que te vi
Tão pequenina
Antes de nascer
Num sonho tão lindo
Em que descobri
Que você estava pra vir
Quem ama e não revela
Amordaça o coração
Que preso não sente alegria
Envolto em consternação
A alma se submete
Em constante expiação
O amor que não se revela
Exibe-se em aflição
Os olhos resistem aos lábios
No silencio a contrastar
Com tantas palavras ditas
Que não se pode validar
Quantas palavras para silenciar
O que vai por dentro
Quantos gestos para encobrir
O que o coração já não quer calar
Quando o amor chega
De que adianta dissimular
O que na alma está latente
Nos olhos vai se manifestar
O desejo contido
De tão oprimido
De tudo fará para se livrar
Quebrar as algemas que o embaraça
Tolhendo-lhe o prazer de voar
Quando o amor surge
A verdade abrolha
A luz insurge
O brilho dos olhos brota
Germina alegria
Desvendando o oculto
Que o coração tenta burlar.
Idas e vindas
O mesmo percurso
Pensamentos pulsam
Anseiam mudar o curso
Desnudar a essência
De lembranças tantas
Exilar a ausência
Que se faz presente
Cingir-se do novo
Surpreender o acaso
Mesmo que necessário
Mudar o passo
Deixar atrás a enlaça
Que indolente embaraça
Mimosear a alma
Que demanda calma
Abraçar o estéril
Mesmo que haja dor
Pra germinar o fértil
Rega-se com vigor
Idas e vindas
O mesmo percurso
Pensamentos pulsam
Anseiam mudar o curso