Janaina Cruz

Encontrados 9 pensamentos de Janaina Cruz

Tinha estrelas no lugar de brincos
e um sorriso de emergências,
tão deslumbrante quanto à flora fecunda.

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[...] Depois que arrancou o globo ocular, fez questão de esfregá-lo por todo o corpo, mesmo em meio a tantas dores [...] Como se quisesse que fosse aquela a ultima visão retratada, a visão cega de si mesmo...

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Meu olhar de fumaça, meu Eu em fogo.

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O espírito da noite

À noite ruminando loucuras nos ouvidos dos casais
A lua como ícone sob o manto negro, rasgado.
Estrelas nas curvas sinuosas e abissais, nas ancas, na barriga e nos joelhos da adultera.
No punho tatuagem de amor, um nome firme como lâmina contaminada.
No coração um ferimento, esquartejamentos citoplasmáticos, linfa latente expulsando espíritos.
O espírito da noite sabe mais do maldito e da fístula sagrada.
As horas sucumbem ao animo-desânimo, enquanto os santos descansam em finas almofadas.
... A noite é meu cordão umbilical enrodilhada no tarô no corpo das ondas prateadas.

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As lanternas estavam nas mãos, todos a procura da felicidade, e ela ali, presa ao cotovelo, sofrendo ferroadas de insetos que se propagam na escuridão

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A moça dos sonhos

A moça na janela com uma flor no cabelo, moça na janela com olhar leucêmico, paisagem crua em pleno dia de sol.
Aviões de papel voando perto dos passarinhos.
No bolso a esquerdar jaziam os comprimidos que ela nunca se lembrava de tomar, na ires como um risco de carvão, outro sol, sol órfão em sacrifícios geométricos.
A língua doce e dissonante, pálida como os lençóis que aprenderam a gemer o teu nome, como as mãos que não seguram coisa alguma, como os pés que enraizarem prenhes de caminhos.
Eu vou olhar a moça, vou observar a ferrugem que cresce em sua janela, seus dedos frágeis tangendo pra longe a amargura do sol, o mesmo sol de lanternas fazendo brilhar as ligas metálicas, o lusco-fusco dos degraus.
A moça na janela tem estrela no lugar de brincos.
A moça na janela é a moça dos sonhos, a moça dos sonhos de alguém.

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A linha tornou-se aquosa, salgada, a poesia era lágrima, geometricamente desenhada.

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Folclore
Serpente noturna correndo como rio por entre as árvores da floresta
Despertando medo nas criaturas da noite
Tinha olhos de lua, invocando as estrelas baixas.

Faz-se imprescindível a tua presença, a saudade já alcançou um estado de putrefação avançada.

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