Jadson Lemos
Eu poderia te calar com um beijo. Te surpreender com um abraço. Te abusar com mil ligações. Mas não, prefiro te cuidar em pensamentos e isso não faz mal a ninguém, só a mim mesmo.
Hoje vi um casal de cegos e fiquei surpreso com tamanha felicidade dos dois. E tomei uma grande curiosidade, então procurei saber mais sobre os dois. Fiquei assustado quando me disseram que eles são cegos de nascença e desde que se conheceram não se desgrudam mais. E quando dizem que o amor deles é impossível porque “o que os olhos não vê, o coração não sente”, eles respondem: “vocês que ama com os olhos não sabem o quão é bom amar com o coração.
Não bebo, não fumo, não me drogo. Morro, diariamente, com drogas legais. E toda minha insignificância vira versos simples.
Não tenho medo de perder pessoas, não tenho medo de esquecer lugares, não tenho medo de me perder de mim mesmo. Se me mandam ir embora, eu vou; se dizem que enjoaram de mim, eu entendo; se dizem que sou um caso perdido, eu nem ligo. Minha vida toda foi assim, um tanto faz, uma incógnita, um “se der deu, se não, deixa”.
Se você se cala diante os gritos, você passa despercebido. Se você grita diante o silêncio, você é louco. Não adianta, o mundo sempre te afetará de alguma forma.
Eu gosto de ser só. Sozinho eu me descubro, eu me decifro. Na solidão eu aprendo a gostar do bom e a dar valor ao ruim. No desprezo eu me acho, me choco com a realidade que é ser eu. Minha solidão é o meu refugio, minha melhor amiga.
Um abraço forte, daqueles que tirem o ar, arranquem uma dor e acalme um coração. Um beijo na testa, daqueles que demonstram carinho, arranca um sorriso e te faz sentir protegido. Quem não precisa?